Salve
Maria Imaculada, nossa Corredentora e Mãe!
Gostaria
de contar uma parábola. Havia uma nação bela, magnífica, que transmitia aos seus
cidadãos a felicidade. Fazia fronteira com esta nação alguns países muito
pobres, miseráveis, vivendo em condições sub-humanas. Nesses países havia três
jovens – Juninho, Joãozinho e Zequinha – que, conseguiram passar pela grande
fortaleza da nação, podendo também eles serem membros dessa grande nação.
Esses
três jovens ficaram maravilhados ante a riqueza que tinham nessa nação
gloriosa. Aliás, chamemos de Nação da Glória Eterna. Os três jovens
admiravam-se de terem comida que sacia o corpo, bebida que mata sua sede, não
só corporal, mas de alma. Aqueles jovens, fora da Nação da Glória, passavam
fome, viviam em depressão, queriam pôr fim a suas vidas. E agora eram
extremamente felizes.
Para quem
vivia na solidão, o acolhimento que tinham na cidade A da Nação da Glória
Eterna era maravilhoso. Encontraram o sentido de suas vidas. Mas algo
aconteceu...
Certo
dia, alguns cidadãos da cidade B da Nação chamam os três jovens para conhecer
sua cidade. Eles se entusiasmaram, pois achavam que a Nação da Glória Eterna se
reduzia apenas à sua cidade A. Mas a Nação era grandiosa, cheia de cidades, um
mesmo povo, servindo ao mesmo Rei em plena unidade.
Chegando
na cidade B, ficaram encantados com a beleza. Puderam notar como se portavam
diferente, como até mesmo falavam com um sotaque diferente. Alguns cidadãos da
cidade B começaram a conversar com eles e, para a surpresa de todos, começaram
a ter uma crise existencial. Juninho, Joãozinho e Zequinha, a partir da
conversa que tiveram, começam a comparar a cidade A com a cidade B. Constataram
que a cidade A, embora tenha sido a porta de entrada para eles saírem da
sarjeta, da morte, da perdição, tem a aparência de uma favela – embora não
percebessem no início; mas agora, comparando com a cidade B, podem ver a diferença.
O povo da cidade B fala melhor, serve ao Rei Supremo de maneira mais solene e
mais fiel aos decretos do mesmo rei. Os cidadãos da cidade B começa a mostrar
documentos que mostram que o prefeito e vários cidadãos da cidade A, além de
outras, desviam o tesouro, e que boa parte daquilo que o Rei destina aos
súditos é usurpado pela corrupção daquela nação. Diante das normas emitidas
pelo Rei, nossos três jovens percebem que boa parte daquela cidade, tão amada
por eles a princípio, não seguem nada e que, pelo contrário, até agem contra o
Rei Supremo.
A partir
desse cenário nós temos alguns desfechos:
Juninho
começa a estudar as normas do Rei, mas sempre comparando a cidade A com a
cidade B, e então chega a conclusão: tudo o que eles viveram foi uma mentira. A
verdade está no que vivem a partir de agora na cidade B. Até mesmo os atos de
serviço e de culto ao Rei Supremo foram inválidos, pois ao comparar com a forma
que o povo da cidade B servem e cultuam o Rei, verificam ser mais belo e solene
que na cidade A. Para ele, tudo o que vem da cidade não passa de conluio da
guerrilha vermelha para destruir a Nação por dentro. Passa a achar, então, que
a solução para toda a crise que a Nação passa em várias cidades é, na verdade,
se transferir todos para a cidade B, onde está a plenitude da verdade, onde se
pode amar e servir ao Rei de maneira perfeita, em Paz... E somente na cidade
B... Outro lugar, não há. Todas as outras dezenas de cidades são ocultadas (até
mesmo desconhece... Juninho ainda é ingênuo).
Zequinha,
por sua vez, assume uma radicalidade maior. Ele nutria todos os sentimentos que
Juninho, só que para ele a cidade A era uma verdadeira inimiga dos planos do
Rei Supremo. Só que o Rei Supremo tinha um Chefe... Sim, chamemos de Chefe do
Estado. Na Constituição da Nação da Glória Eterna diz que o Chefe do Estado tem
o poder de ligar e desligar o que quiser no palácio real. A constituição também
diz que o Rei confia tanto na função confiada ao Chefe de Estado, que este é
infalível, e, embora tenha defeitos pessoais, todos os súditos devem
respeitá-lo e também trata-lo como um rei, embora não devem prestar-lhe culto
como só ao Rei Supremo.
Só que
Zequinha começou a achar que o Chefe do Estado estava trabalhando para a
guerrilha vermelha que queria tomar conta da Nação da Glória Eterna para
destruí-la. Como o Chefe do Estado não quis agir conforme os desejos de
Zequinha, este, juntou mais alguns conspiradores semelhantes a ele, e criaram
sua própria cidade. Há uma dúvida se a cidade está dentro ou fora da Nação da
Glória Eterna, afinal, embora transmitam toda a beleza e glória da cidade B, a
verdade é que a constituição diz que não se faz parte da Nação da Glória Eterna
se não se submeter ao reinado visível que se dá através do Chefe do Estado. Há
alguns anos atrás, um outro homem achou que o então Chefe do Estado estava
corrompido, mas não quis se submeter e obedecer licitamente como mandara o Rei,
mas decidiu fundar seu próprio Reino achando que poderia servir ao grande Rei
Supremo... O que conseguiu foi criar algumas favelas onde se perdem tantas
pessoas desorientadas, pois somente na Nação da Glória Eterna se tem as
orientações para chegar a Pátria definitiva. Mas passa o tempo e continua tendo
gente que acha que pode ser o seu próprio Chefe do Estado, fundando sua cidade,
enquanto a humildade manda estar com o Chefe do Estado e sob o Chefe do Estado.
O fato é
que parece que todos os nossos jovens criaram uma rejeição terrível da cidade
A, e nem sequer aceitam-a como verdadeiramente parte da Nação da Glória Eterna.
Bom,
apenas parece. Isto porque Joãozinho lembra de tudo o que passou, da fome que
sentiu... Ele percebe que o pão que comeu na cidade A matou sua fome, assim
como o pão da cidade B... Mudavam a forma de servir este pão, mas matava a sua
fome... Ele entendia que o principal não era a forma que se servia este pão
especial, mas o fato de recebe-lo. Ele decide investigar e descobre que aquela
forma de servir era aprovada pelo Rei, e que haviam diversas outras formas de
se servir o pão que vivifica o corpo e a alma, aprovados pelo Rei. Descobre
ainda que as irregularidades que muitos cometem na cerimônia referida, não
fazem parte das constituições locais da cidade A, mas as pessoas faziam por
conta própria, porque não queriam obedecer o que o Rei, através dos vários
Chefes de Estado, definiu que devia ser seguido. Ele percebe que na realidade a
cidade A parecia uma favela, não porque o Chefe de Estado queria, nem porque a
Reunião que definiu novas diretrizes contrariou as reuniões antigas, mas
simplesmente porque alguns funcionários da cidade agiam segundo suas próprias
ideias, interesses, etc. Mas nunca segundo as diretrizes do Rei para aquela
cidade.
Joãozinho
se sentiu solitário. Joãozinho se achava ferido. Afinal, se sentia só na busca
pela coerência. Mas parecia que o mundo inteiro vivia na dicotomia: ou é cidade
A ou cidade B. Ele se encantava pela riqueza da Nação que tinha a cidade A, B,
C... Tudo em unidade servindo ao mesmo Rei sob o mesmo Chefe de Estado. Mas
muitos dos seus amigos diziam que se ele estivesse na cidade A ele era um
favelado, que a favela pegaria fogo porque desagradava ao Rei, e ele se
perderia; do outro lado, havia amigos da cidade B que diziam que a cidade A era
coisa do passado, e que agora cada um seguia o que queria... Ambos errados! O
Rei certo, sempre!
Joãozinho
decidiu fazer diferente. Sempre que podia ia junto à Mãe do Rei pedir conselho.
E esta lhe aconselhou a servir a Ela e ao Rei, respeitando o Chefe de Estado,
buscando agradar ao Rei Supremo, e não as pessoas. Joãozinho então foi para a
cidade A, mesmo com os vários gritos que seus amigos da cidade B davam “Cara,
sai dessa! A glória da Nação está aqui na cidade B!”, “Ei, amigo! O Reino será
restaurado quando todos vierem morar na cidade B!”. Na cabeça de Joãozinho
soava como se a mão dissesse para o pé ser uma mão também, ou que o joelho deveria
ser, na verdade, uma orelha. A parte de um corpo que entende sua função, e quer
que todo o corpo se resuma aquele membro somente.
Na cidade
A, Joãozinho mesmo sendo chamado de radical, retrógrado, estranho, decide viver
a vontade do Rei naquela cidade. Ele não vive segundo as diretrizes da cidade
B... Não! Ele vive segundo as diretrizes universais do Reino, e também segundo
as normas específicas da cidade A. O povo da cidade A vivia tão errado, que
muitos atacaram Joãozinho. Mas ele perseverou. E até compreendeu alguns de seus
algozes, afinal, muitos deles foram ensinados de maneira errada há vários anos.
Passado
algum tempo, Joãozinho com outros cidadãos da cidade A, vivendo corretamente,
começaram a transformar vários pontos da cidade. De tal maneira que ela não
mais se parecia com uma favela; mas, com o tempo, e pela fidelidade de seus
cidadãos, transmitiu toda a sua glória.
Já
Juninho e Zequinha... Bom, Juninho se endireitou depois de ouvir o relato de
alguns cidadãos da cidade B, que simplesmente vivem segundo as normas próprias
da cidade, e que respeitam e estão sob o Chefe de Estado e com ele. Tais
cidadãos mostraram que a cidade A é irmã da cidade B, que apenas tem jeitos
diferentes, mas fazem parte do mesmo Reino; que quem se identifica com a cidade
A, fica lá, e quem se identifica com a cidade B, vai para esta. Juninho
descobriu até pessoas que se revezavam: ora estavam na A, ora na B.
Já
Zequinha, coitado, depois de muito lutar, acabou percebeu que não há Reino sem
o Chefe de Estado, pois esta foi a vontade de Deus. Ele que se achou mais
membro do Reino do que os “favelados” da cidade A, acabou tendo que reconhecer,
com muita relutância, é verdade, que os cidadãos da cidade A eram mais membros
do Reino do que ele, pois estes estavam do lado de dentro do muro, já ele...
mais ou menos.
Na
verdade, o povo da cidade A vivia como uma favela, de maneira desordeira, não
porque a cidade em si fosse desnecessária. Muitos chamavam a cidade de um câncer
para o reino. Mas, a verdade é que muitos cidadãos da cidade A agiam de maneira
errada, porque não houve quem lhes ensinasse a maneira correta de agir. Muitos
até apareciam, mas querendo obriga-los a migrar para a cidade B. Mas Joãozinho,
esse sim foi um exemplo, pois ele preferiu trabalhar pela Nação da Glória
Eterna anunciando as diretrizes, ensinando a maneira certa de agir,
verdadeiramente esclarecendo toda a cidade. Dessa maneira, a cidade pôde ser
restaurada.
Se você
ainda não entendeu esta parábola, vamos apenas dar o nome real aos personagens:
Rei
Supremo: Jesus Cristo
Mãe do
Rei: Nossa Senhora
Nação da
Glória Eterna: Igreja Católica Apostólica
Guerrilha
vermelha: comunistas/socialistas, maçons, e demais inimigos da Santa Igreja
Cidade A:
Igrejas que seguem o Rito Ordinário da Missa, Concílio Vaticano II..
Cidade B:
Igrejas que seguem o Rito Extraordinário (Missa Tridentina)
Cidades
C, D...: Igrejas particulares com plena comunhão com Roma que tem seus ritos
específicos (mesmo anteriores ao CVII)
Chefe do
Estado: Papa
Juinho: Rad-Trad
- Tradicionalistas com repulsa das coisas posteriores ao CVII
Zequinha:
Rad-Trad que são metidos a sedevacantistas, que não aceitam os Papas
posteriores ao CVII, que acham bacana agir inclusive pregando contra Roma.
Joãozinho:
um Católico Apostólico Romano, que diante dos extremos, fica na virtude, fica
com a Igreja que é coluna e sustentáculo da verdade (Cf. 1Tim 3,15)
Você
prefere ser quem na história da tua vida?