“Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”
(João 6,56)
Salve Maria Imaculada!
Bendito seja Deus porque somos Católicos! E bendizer a
Deus por isso não é de forma alguma desrespeitar outras
denominações. Mas é, antes de tudo, uma questão de essência. Não
quero entrar no mérito da patrística; do primado de Pedro; de Jesus
ter fundado a Igreja. Aqui tem outros posts sobre isso. Mas a questão
é a essência. Nós somos alimentados pelo Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo. Sim! Somos alimentados pela Carne e pelo Sangue
Precioso de Jesus Cristo. E quem come a carne de Jesus e bebe o Seu
Sangue, permanece nEle; e Jesus permanece nessa pessoa. Bendito seja
Deus, pois nós nos alimentamos verdadeiramente do Corpo e do Sangue
de Cristo.
Meus queridos irmãos e irmãs, não podemos fazer da
Eucaristia um alimento qualquer (cf. Malaquias 1,12). Ela é toda a
fonte da nossa vida. Quem não come a carne de Jesus e não bebe Seu
sangue, não encontra a vida em si mesmo (cf. João 6,53). Então,
porque muitos católicos têm deixado a verdadeira adoração
eucarística? Ah, como é triste ver que Jesus é abandonado não
somente nos sacrários das Igrejas pelo mundo todo; mas pior ainda, é
esquecido nos corações das pessoas que comungam mas não adoram.
Talvez seja mais doloroso para Jesus ser esquecido num coração
frio, gelado, de pedra, do que estar esquecido no sacrário sem
ninguém visitá-lo. Como dói ver a indiferença de muitos no Santo
Sacrifício. Ah, como deve doer o coração de Cristo. Deus que
manifesta Seu amor de forma escandalosa na cruz, e depois fazendo da
sua carne alimento, tomando a forma e gosto de pão e vinho, o homem
despreza o seu Deus. Quantos acham que a Missa é demorada? Quantos
ainda comungam sem nem mesmo ter consciência de que se trata da
Carne de Jesus? Quantos ainda mais, até mesmo sabendo, comunga e não
faz ação de graças? Quantos já estão doidos para a benção
final para irem embora...? Isso quando não vão embora antes da
benção final... E quantas paróquias tiram a adoração a Deus,
tanto na profanação do culto, mas também tendo maior tempo para
avisos paroquiais do que para momento de ação de graças? Dói, mas
parece que Cristo não é mais Senhor em algumas comunidades.
Nós temos que ter essa consciência bem formada, que
nós nos unimos com Deus. Quando nós comungamos o Corpo e o Sangue
de Cristo, é como se fosse um casamento; eu passo a ser uma só
coisa com Cristo. Eu permaneço n'Ele, e Ele em mim. Por isso, quando
comungamos em estado de graça, deveríamos dizer o mesmo que Jesus
diz sobre o matrimônio: o que Deus uniu, o homem não separe! Sim,
se Deus Pai nos uniu com Seu filho na Eucaristia, e consequentemente
com ele, que nada e nem ninguém nos separe do Seu amor! Jesus diz
para Santa Faustina que somente o pecado mortal O afasta da alma. Ou
seja, peçamos a Cristo, quando comungarmos, que o pecado nunca nos
separe de sua graça. E quantos e quantos comungam em pecado. Que
tristeza. Que o Senhor nos dê a graça do autoconhecimento, da
contrição, e a graça de confessar todos os nossos pecados, para
assim, de forma digna – pela dignidade do sangue de Cristo e do
Coração de Nossa Senhora, porque por nós mesmos não somos dignos
de nos aproximarmos do banquete do Cordeiro de Deus – possamos
comungar com os frutos necessários para a nossa salvação.
Sabendo que Cristo permanece em nós, deveríamos ser
raios luminosos que espalham Cristo pelo mundo inteiro. Se só o
pecado mortal separa Jesus da alma, Cristo está 24h em comunhão
conosco. Por mais que estudiosos falem que as espécies permaneçam
cerca de 15 minutos na pessoa (tempo mínimo recomendado de ação de
graças que deveríamos fazer), Jesus mostrou na vida de muitos
santos, como Santa Faustina, que se fazia sentir presente durante
todo o dia, ou melhor, até a próxima Comunhão. Claro que não
devemos procurar a sensibilidade necessariamente, mas se Cristo se
distancia de nós, e se pior, depois de sairmos da Igreja, não
agimos como Cristãos, cometendo pecados por cima de pecados, logo
após, 10, 15 minutos depois de ter comungado, é porque nós não
cremos. É porque nós comungamos o Corpo de Cristo, e logo depois já
desviamos o pensamento de Cristo. Já pensamos em coisas, pessoas,
diversões. Enfim, se Comungássemos Cristo, e deixássemos Ele agir
em todo o nosso ser, nosso corpo, nossa alma, nossas faculdades, a
luz de Cristo brilharia em nós, e através de nós, o mundo a nossa
volta seria revestido da Misericórdia de Deus.
Meus irmãos, se nós ao sairmos da Igreja, tivermos a
consciência plena de que Cristo está dentro de mim, que sou um
sacrário vivo, o mundo seria diferente. Sabe por quê? Porque
enquanto você sai da Igreja em direção a sua casa ou para onde
você vai, não será apenas um caminhar, mas será uma procissão;
sim, uma procissão do Santíssimo Sacramento em via pública. Meus
irmãos, neste mundo cada vez mais ateu, desviado, largado, com o
espírito de satanás triunfando no mundo; se você crer mesmo na
presença de Jesus na Eucaristia, você sairia da Missa cantando
louvores a Deus, andando pelas ruas abençoando aquele lugar; ou com
o terço rezando em ação de graças, unido ao Coração de Maria,
fazendo se cumprir a profecia de Dom Bosco: a coluna do Santíssimo
Sacramento e da devoção Mariana sustentando a Igreja. Meus irmãos,
olhem a quantidade de gente que comunga nas nossas Missas... Agora
imaginem essas pessoas andando pelas ruas, com a chama eucarística
em seus corações... Olhem como que de um radar... Conseguem
imaginar o fogo eucarístico se espalhando? Conseguem ver Jesus
chegando em tantos lugares? Meus irmãos, talvez você sonhe com uma
procissão do Santíssimo Sacramento na sua cidade. Mas talvez seu
pároco ou Bispo não permitam. Mas acorda! Quando você comunga,
você pode sair andando pelas ruas, Cristo está dentro de você, e o
próprio Senhor vai abençoando os lugares e pessoas por onde você
passa; você se torna um sacrário, um ostensório vivo, imitando a
Virgem Maria. E se quando nós voltamos da Missa, e saudamos as
pessoas, e elas não se tornam cheias do Espírito Santo, é porque
talvez nós não estejamos crendo na presença do Cristo que acabamos
de comungar. Porque quando comungamos, nós nos tornamos novas Maria
no mundo, a levar o Cristo para tantos doentes, tantos fracos, tantos
exilados, talvez na desgraça do pecado mortal.
O que falo pode parecer loucura. Mas é a verdade, e
vemos isso na vida dos santos. Olhem a vida dos três pastorinhos de
Fátima. Meu Deus! Como me encanta ver a vida dessas três crianças,
Beata Jacinta, Beato Francisco, e Irmã Lúcia. Meu Deus! Que
santidade! Que pureza! Que amor mariano! Que amor eucarístico! Quero
citar algo que ocorria entre Jacinta e Lúcia, que muito me toca, em
relação ao amor que a Beata Jacinta alimentava por Jesus
Eucarístico; ou melhor, por Jesus escondido, como chamava a mesma.
Jacinta não podia comungar na Igreja. Então, Imã Lúcia nos narra
o seguinte: “Quando, às vezes, voltava da igreja e entrava
em sua casa, perguntava-me: 'Comungaste?' Se lhe dizia que sim:
'Chega-te aqui bem para junto de mim, que tens em teu coração a
Jesus escondido.'” Meu
Deus do Céu! Isto é belo! É belíssimo! É magnífico! Ela não
podia comungar nosso Senhor, mas o seu amor por Jesus era tão
grande, que, ela sim cria em Sua presença real na Eucaristia,
chegava próximo de Irmã Lúcia, ou melhor, lhe puxava, e reclinava
sua cabeça no peito de Irmã Lúcia, pois o peito de Irmã Lúcia
(no casa ainda a criança Lúcia) era naquele momento um Sacrário
vivo, era onde estava reinando o Rei Jesus, sendo adorado por Lúcia,
e pela Jacinta. E digo mais, adorado também pelos anjos. Quando
comungamos, não duvidaria de ver aos pés de cada comungante uma
legião de anjos adorando a Jesus; até porque se nós mesmo
abandonamos Jesus, nossos anjos da guardo e outros anjos tem que
adorar em reparação.
Meus irmãos, minhas
irmãs, devemos ser como Lúcia e como Jacinta. Devemos ter essa
santidade, essa pureza, esse amor por Jesus Eucarístico. Primeiro,
ao comungar, devemos ser como Lúcia: com a graça do próprio Deus
que comungamos a carne, nos preservarmos de cair em pecado mortal, e
nem mesmo venial na medida do possível; e partir na missão, sair,
nos vizinhos, nos hospitais, nos presídios, nas ruas, pros mendigos,
a presença de Jesus Eucarístico. Meu Deus! Devemos deixar que as
pessoas reclinem suas cabeças sobre nosso coração, e não escutem
o nosso coração, mas o coração de Jesus que comungamos, a bater,
e a derramar amor para a pessoa que está a precisar do amor de
Jesus. Ó! Que mistério grandioso. Eu não sou padre, eu nem
ministro EXTRAORDINÁRIO da Eucaristia sou, mas ao comungar eu posso
levar a Eucaristia para um doente em estado terminal em um hospital.
Sim, eu posso. Eu posso porque levarei não para que ele comungue,
mas para que a presença de Jesus se faça real ali, e, unidos a
oração, ele obtenha a cura do corpo (se for vontade de Deus), mas
principalmente da alma. Que mistério. Podemos rezar o terço da
misericórdia pelos doentes, é promessa de Jesus agir com Sua
misericórdia nos doentes pelos quais rezarmos este terço. E se nos
hospitais não tem mais capelas, ou então querem proibir os
católicos de entrarem com o Sacramento, eles não podem me impedir
com o Sacramento em meu peito, e do meu peito Jesus se faz presente,
e como num cortejo, a graça de Deus alcança a muitos. Isso vale
pros hospitais, presídios, pastorais de rua, enfim, aonde muitos não
querem ir, nós podemos levar Deus com o nosso testemunho, e com Ele
vivo dentro de nós. Se todos cressem de verdade, seria diferente...
Uma escola com milhares de estudantes SACRÁRIOS VIVOS não seria
mais a mesma! Da mesma forma uma faculdade, empresa, enfim... E vocês
sabem que nesses ambientes muitos comungam, mas poucos deixam-se
revestir do Cristo.
E da mesma forma
devemos ser como Jacinta. Devemos deixar-nos nos inebriar de um amor
profundo, ardente, forte, que tome de conta de nós, e nos consuma
por Jesus Eucarístico. Ao ponto de se um dia não pudermos comungar,
ao ver que alguém comungou, reclinar a cabeça, fazer um gesto de
amor. Sei que num mundo tão bagunçado como está, muitos até
pensariam besteira de uma pessoa abraçando a outra por Jesus. Mas,
ao ver aquela pessoa que porta Jesus em seu coração, deveríamos
ver que Jesus nos visitou, e elevar mais fortemente nosso pensamento
a Ele, adorando-O, manifestando nosso amor e nossa gratidão por Ele
está ali, e por ter usado essa pessoa como um SACRÁRIO, ou melhor,
como um ostensório. Ah meus irmãos, seriamos como brasas, andando
de um lado para o outro levando o fogo do divino amor para onde nós
andássemos. Ah, como nos falta ser como Lúcia e como Jacinta.
Principalmente como Jacinta, que é amor acima de todas as coisas.
Ela amava profundamente a Jesus, porque sofria por não poder
comungar. E você? Já chorou por não ir a uma Missa? Claro, podes
dizer que não é obrigado a ir todo dia. Mas, o domingo é,
juntamente com os dias de preceito, e você já chorou por ter
perdido uma Missa dessa? Meus irmãos, amor não é o que eu e você
sentimos, amor é o que Jacinta sentia. Quando ela mesmo sem poder
comungar, ia à Missa todo dia, e lhe perguntavam porque ela ia todo
dia sem a necessidade por não ser domingo, sabe o que ela dizia? Ela
dizia: “Não importa! Vou pelos pecadores que nem ao domingo vão.”
- Olha que belo! O amor a Jesus Eucarístico e o espírito de
reparação, de penitência pelos pecadores. Me perdoe, mas o que
muitas vezes eu e você sentimos, não é amor, é uma paixão, que
se alimenta de emoções, sentimentos, gostos, prazeres. Amar é ir
pra Missa todo dia, mesmo ela não podendo comungar, em reparação e
porque amava. E ainda mais quando via alguém, como sua prima Lúcia,
que comungava, achegava-se para perto, para adorar a Jesus. Ah, isso
é amor. Eu fico agora imaginando, o quanto o coração desta menina
exultou, o quanto ela amou a Jesus, no dia em que o Anjo apareceu
para os três pastorinhos, e lhe deu de beber do Sangue do Senhor num
cálice. Aquela pequena criança deve ter se tornado uma gigante em
matéria de adoração, deve ter amado o Senhor de uma maneira a
fazer inveja a qualquer serafim.
Meus irmãos, nos
alimentemos, até diariamente se for possível, do Corpo e do Sangue
do Senhor. Mas o amemos, amemos de todo coração. Não busquemos
consolações, se elas vierem, bendito seja Deus! Mas se não vierem,
amamos de coração. Deus não é obrigado a nos fazer favores. Deus
os faz porque é misericordioso e bom para conosco. Ah, amemos,
amemos, adoremos, adoremos a Jesus na Eucaristia. Imitemos Lúcia,
que adorava, e a partir de agora, quando comungarmos, vivamos toda a
nossa vida, como um cortejo, uma procissão, tendo consciência que
tem um Rei dentro do nosso coração, e estamos levando-o para que
seus súditos O adorem por onde quer que nós andemos. Cuidado com
suas ações. Além de manchar o coração onde está o Rei Jesus,
ainda afasta as pessoas deste Rei pelo teu péssimo testemunho. Por
isso ame, adore, e mostre isso com o teu testemunho de vida. E
seremos para sempre, brasas vivas, lâmpadas, iluminando onde tem
trevas. O que me vem a mente é em Fátima, a procissão das velas.
Quando comungamos, se todos nós crermos, acontecerá isso: velas
acesas iluminando tudo ao redor. Olhem fotos, e vejam que em cada
pessoa que comunga, é como se se acendesse esse foto, a levar
claridade a quem jaz entre as trevas.
Para concluir, quero
citar mais uma coisa que Lúcia fala em suas memórias sobre a Beata
Jacinta: “Noutra ocasião, levei-lhe uma estampa que
tinha o sagrado cálice com uma hóstia. Pegou nele, beijou-o e,
radiante de alegria, dizia: 'É Jesus escondido! Gosto tanto d'Ele!
Quem me dera recebê-Lo na igreja! No Céu não se comunga?! Se lá
se comungar, eu comungo todos os dias. Se o Anjo fosse ao hospital
levar-me outra vez a sagrada comunhão, que contente que eu ficava!'”
O que mais dizer do amor desta pequena por Jesus? Semelhante a Beata
Imelda, 8 anos de idade, que perguntava “como vocês podem comungar
e não morrer de amor?”; certo dia, Jesus voou do altar para sua
boca, e ela comungou Jesus pela primeira vez; quando as irmãs foram
olhar, pois demorava demais sua ação de graças, verificaram que
ela estava morta. Ela morreu de amor. Isso não nos impulsiona a amar
Jesus? Se nós, até aqui, não amamos Jesus de verdade, Ele é
misericórdia, e nos chama a amarmos. Deus não olha a perfeição do
nosso amor, amor perfeito só o d'Ele. Ele olha a sinceridade.
Peçamos a Deus a graça de que aumente a chama do nosso amor por
Ele. Ao ponto de, como Jacinta, querer comungar todos os dias. Pois
muitos de nós comungamos todos os dias, mas não alimentamos tanto
amor. Peçamos ao próprio Amor que é Deus, que nos incendeie, nos
inflame em seu divino amor.
Salve Maria Imaculada,
primeiro Sacrário Vivo da Eucaristia!