Salve Maria Imaculada, nossa Corredentora e
Mãe!
O texto abaixo é um trecho de uma carta de
São Francisco de Assis enviada a toda Ordem Franciscana. Achei a parte que fala
dos sacerdotes muito salutar para todos os sacerdotes de hoje em dia, sejam
eles franciscanos ou não. Quem quiser ler a carta completa, poderá encontra-la
nas Fontes Franciscanas.
Rogo
também no Senhor a todos os meus irmãos sacerdotes – os que são, os que serão e
os que desejam ser sacerdotes do Altíssimo – que, todas as vezes que quiserem
celebrar a Missa, puros e de maneira pura, ofereçam com reverência, o
verdadeiro sacrifício do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo
com santa e pura intenção, não em vista de alguma coisa terrena nem por temor
ou amor a qualquer pessoa, como que
agradando aos homens (cf. Ef 6,6; Cl3,22). Mas toda a vossa vontade – à
maneira que a graça ]vos] ajudar – esteja dirigida a deus, desejando assim
agradar unicamente ao mesmo Senhor altíssimo, porque aí só ele opera como lhe
apraz; pois - como ele mesmo diz: Fazei isto em memória de mim (Lc 22,19;
1Cor 11,24) -, se alguém o fizer de modo diferente, torna-se Judas traidor e réu do corpo e do sangue do Senhor (cf.
1Cor 11,27).
Recordai-vos,
meus irmãos sacerdotes, o que foi escrito a respeito da lei de Moisés: aquele
que a transgrida, mesmo em coisas materiais, morria sem nenhuma comiseração (cf. Hb 10,28) pela sentença do
Senhor. Quão maiores e piores suplícios
merece sofrer aquele que calcar com os pés o Filho de Deus e profanar o sangue
da aliança, no qual foi santificado, e ultrajar o espírito da graça (Hb
10,29). O homem despreza, profana e calca com os pés o Cordeiro de Deus,
quando, como diz o apóstolo, não
distinguindo (1Cor 11,29) e não discernindo o santo pão de Cristo de outros
alimentos ou obras, o come indignamente ou também, embora digno, o como
levianamente e sem dignidade, como diz o Senhor pelo profeta: maldito o homem que realiza com fraude a obra (cf. Jr 48,10) de Deus. E, na verdade, condena
os sacerdotes que não querem colocar isto no coração, dizendo: Amaldiçoarei as vossas bênçãos (Ml 2,2).
Ouvi,
irmãos meus: Se a bem-aventurada Virgem é tão honrada – como convém -, porque o
trouxe em seu santíssimo útero; se o bem-aventurado Batista estremeceu e não
ousou tocar a santa cabeça deDeus; se se venera o sepulcro em que ele jazeu por
algum tempo, quão santo, justo e digno não deve ser quem traz nas mãos (cf. 1João 1,1), recebe na boca e no coração e
oferece aos outros para receberem aquele que já não mais morrerá, mas há de viver
eternamente glorificado, a quem os anjos
desejam contemplar (1Pd 1,12).
Considerai a vossa
dignidade, irmãos (cf. 1Cor 1,26) sacerdotes,
e sede santos, porque ele é santo (cf.
Lv 19,2). E assim como o Senhor Deus vos honrou acima de todos por causa deste
ministério, de igual modo também vós amai-o, reverenciai-o e honra-o acima
acima de todos. Grande miséria e fraqueza digna de comiseração, quando o tendes
assim presente e vos preocupais com qualquer outra coisa em todo o mundo. Pasme
o homem todo, estremeça o mundo inteiro, e exulte o céu, quando sobre o altar,
nas mãos do sacerdote, estão o Cristo, o Filho de Deus vivo (Jo 11,27)! Ó
admirável grandeza e estupenda dignidade! Ó sublime humildade! Ó humilde
sublimidade: o Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, tanto se humilha a
ponto de esconder-se, pela nossa salvação, sob a módica forma de pão! Vede,
irmãos, a humildade de Deus e derramai
diante dele os vossos corações (Sl 61,9); humilhai-vos também vós, para
serdes exaltados (cf. 1Pd 5,6; Tg 4,10) por ele. Portanto, nada de vós
retenhais para vós, a fim de que totalmente vos receba aquele que totalmente se
vos oferece.
Texto retirado de: Fontes
Franciscanas e Clarianas, Editora Vozes, 2004, página 122 e 123