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Os pecados contra o Espírito Santo
“Por
isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos
homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não lhes será
perdoada. Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será
perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará
perdão nem neste século nem no século vindouro.” (Mateus
12,31-32)
Esta é uma passagem bíblica bem conhecida. Jesus nos
alerta que todo pecado tem perdão; entretanto, o pecado contra o
Espírito Santo não tem perdão. Mas você sabe o que é e quantos
são os pecados contra o Espírito Santo? Bom, em primeiro lugar é
preciso saber que o pecado contra o Espírito Santo não é
simplesmente blasfemar contra o Espírito ou somente atribuir obras
más a Ele, e obras boas ao demônio. Poderíamos dizer que vai além
disso. E posso também me arriscar a dizer que todo mundo que está
no inferno foi condenado pelo pecado contra o Espírito Santo.
Buscando resposta na Igreja, que é coluna e
sustentáculo da verdade (cf. 1Timóteo 3,15), nós encontramos o que
de fato é este pecado e quantos são. Vamos primeiro na quantidade.
O Catecismo Maior de São Pio X vai nos elucidar que são seis os
pecados contra o Espírito Santo. E São Pio X os nomeia dessa
maneira:
-1.º desesperar da salvação;
2.º presunção de se salvar sem merecimentos;
3.º combater a verdade conhecida;
4.º ter inveja das graças que Deus dá a outrem;
5.º obstinar-se no pecado;
6.º morrer na impenitência final
E posteriormente respondendo o porquê estes pecados são
pecados contra o Espírito Santo, São Pio X responde: “Chamam-se
estes pecados particularmente pecados contra o Espírito Santo porque
se cometem por pura malícia, o que é contrário à bondade que se
atribui ao Espírito Santo.” (Catecismo Maior de São Pio X, n
961 e 962) – Por isso foi que afirmei acima que todos os infelizes
condenados no inferno provavelmente cometeram pecado contra o
Espírito Santo. Este tipo de pecado é um pecado que por ele mesmo
se impede o perdão. É como se fosse um grito de “eu não quero
ser perdoado”. Por isso é que Jesus disse que não terá perdão
nem nessa vida, nem na outra. Porque é válido lembrarmos que o
tempo de arrependimento é aqui na vida terra. Quando morrermos
corporalmente, iremos para o nosso juízo, e iremos para o Céu (se
estivermos preparados) ou tragicamente iremos para o inferno se
estivermos em pecado mortal. A última Misericórdia chama-se
purgatório. Entretanto, o purgatório é para purgar, ou
seja, para purificar-se, para estar preparado para entrar pra glória
de Deus eternamente no Céu. O purgatório não é para se
arrepender. Mas sim para se purificar.
Analisando de maneira simples cada um dos pecados contra
o Espírito Santo, podemos ver como ele (pecado) se coloca como uma
barreira impedindo o perdão. Primeiramente olhemos o primeiro pecado
que é o de desesperar da salvação. Este pecado é o daquelas
pessoas que olham para suas vidas, cheias de pecado, mas no entanto
não se humilham diante de Deus, mas se DESESPERAM diante da
santidade de Deus, e acham que vão para o inferno. Deus tenta tocar
com a Misericórdia, mas ela se agita, se desespera. Não quer saber
de Deus. Afinal – julga-se ela mesma – ela é pecadora demais e
Deus é muito santo, ela não é digna. E nisso muita gente cai no
inferno porque não se perdoam e nem deixam que Deus lhes perdoe. É
comum este pecado quando a pessoa está no leito de morte. Dizem
alguns místicos da Igreja, como Santa Faustina, que Deus até o
último segundo de vida vai tentar uma forma de fazer a Misericórdia
alcançar aquele coração. Mas se a pessoa cai em desespero, ela
perde a fé, perde a esperança, e cai mergulhada não na
misericórdia, mas no abismo da escuridão de sua alma. Para
evitarmos este pecado devemos sempre ter a mente que Deus é
misericórdia. Sendo assim, nós diante da morte, diante das
situações adversas, não ficaremos desesperados. Mas se cairmos,
tentaremos levantar segurando na mão de Deus. Sim, se estivermos
diante da morte, façamos como muitos pecadores obstinados, que
decidiram se converter, e mudaram sua vida.
Um exemplo claro de pecado contra o Espírito Santo no
desespero é o caso do bom e do mau ladrão. Leia em Lucas 23,39-43
esta narração. Jesus crucificado em meio a dois ladrões.
Entretanto, um dos ladrões cometeu o pecado contra o Espírito
Santo. Podemos notar este pecado quando ele diz: “Se és o
Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!”(Lc 23,39). Ou
seja, caiu no desespero da salvação. E podemos ver muitos assim nos
hospitais. Claro que eu entendo a dor que devem estar sentindo. Mas a
gente sabe de histórias de pessoas que atravessando grandes lutas
contra doenças, começam a blasfemar dizendo “Deus, se você
existe porque eu sofro?”, “Se Você é amor, por que estou
assim?”, “Se Jesus tem poder, por que não me cura?”, e nesses
dizeres (infelizmente com palavras bem mais pesadas) acabam vivendo
de blasfêmias e pecando contra o Espírito Santo que é o autor da
graça. O mau ladrão se perdeu. Assim como tantos tem se perdido por
se desesperarem. Conheço caso de um jovem que ao sofrer uma grande
doença, praticamente não enxerga, acaba guardando uma faca debaixo
do travesseiro porque tem raiva das irmãs adotivas e da mulher que
cuida dele, porque ele não aguenta sofrer. Claro, entendemos a dor,
mas o demônio aproveita o desespero. Por isso lembre-se: seja qual
for a situação, nunca deixe o desespero entrar, porque o desespero
é demoníaco. - Mas mesmo na dor, lembre-se do bom ladrão, que
mesmo tendo todo seu erro, diante do Senhor se reconheceu pecador e
pediu perdão: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado
no teu reino”. Jesus respondeu-lhe: 'Em verdade te digo: hoje
estarás comigo no paraíso'”. (v.42-43)
Depois vem o pecado da presunção de salvar-se sem
merecimentos. Isso quer dizer que só se salvam os santos (no sentido
extremo da palavra)? Não. No entanto o chamado que Deus nos faz é à
santidade. Sabemos que todos somos pecadores, agora não lutar contra
o pecado é burrice, ou melhor: pecado contra o Espírito Santo. Aqui
podemos identificar algo muito comum nos dias atuais. As pessoas
acham poder salvar-se sem conversão. Esse merecimento não é ser um
“beato”, mas é se converter. A pessoa presume que pode se salvar
sem ter que largar a vida podre de festas, de bebidas, de drogas, de
sexo desregrado, de adultério... enfim, tudo isso com a máscara
de... “Deus é amor e Misericórdia...”. Dá uma pena isso.
Porque de fato Deus é amor e Misericórdia, só que Ele me ama
tanto, mas tanto, que se encarnou e morreu numa cruz por mim. E
lembrem-se: “É para que sejamos homens livres que Cristo nos
libertou.” (Gálatas 5,1) – Foi para sermos homens e mulheres
livres no poder do Espírito Santo que Cristo nos libertou. E não
para continuarmos na escravidão do pecado. Por isso essa presunção
é diabólica e pecado contra o Espírito Santo, fazendo com que as
pessoas se percam cada vez mais. A pessoa tem uma experiência com
Cristo, uma experiência com o Espírito Santo; porém, tudo fica no
sentimentalismo, nas consolações, e ela não quer mudar de vida,
porque – dizem alguns - tudo bem ser de Deus e ir pra balada ficar
com fulano, com ciclana...
Uma passagem que elucida muito bem este pecado contra o
Espírito, pecado de presunção, é o Apocalipse 3: “Conheço
as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fpsses frio ou
quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.”
(Apocalipse 3,15-16). O que vemos aqui? Vemos Deus nos falar que
é melhor ser frio ou quente, mas jamais morno. E as pessoas hoje
vivem mornas. Conhecem a Deus, mas não querem arder nas chamas do
amor de Deus, renunciando a tudo por causa desse amor. Não. Ficam
tudo no mais ou menos. Normalmente dizem “não devemos ser tão
radicais”. Tudo pode. Posso fazer tudo. E infelizmente alguns ainda
dizem “que mal tem nisso? É só se confessar antes de morrer”.
Aí que está o problema. A gente não sabe quando iremos morrer. E
peca-se com total consciência. E a confissão é sem arrependimento,
sem querer emendar a vida; então o próprio sacramento é profanado
e a confissão inválida, fazendo assim com que a pessoa continue no
pecado e, infelizmente, descendo ladeira abaixo.
Conseguem entender o porquê o pecado contra o Espírito
Santo é um pecado que impede o perdão? Eu já estive em situações
assim. Por exemplo, teve um tempo na minha vida que eu pecava já
programando a confissão. Eu iria pecar tal hora, e ia pra confissão
tal hora. Até encontrar a paróquia sem atendimento no dia.
Infelizmente acontece isso com muitos. Muita gente não muda de vida.
Aliás, não quer mudar de vida. O pecado aqui é no não querer
mudar de vida e ainda achar que vai ser salvo porque Deus é bom, e
porque antes de morrer ele vai se confessar. Não sabe nem quando vai
morrer e nem se vai ter confessor. Então viver uma vida desordenada
com plena consciência do que é certo e do que é errado, é um
pecado grave. Pior: pecado de presunção; pecado contra o Espírito.
A seguir vemos o pecado de combater a verdade conhecida.
Isso é muito simples. Consiste na pessoa combater uma verdade de fé
proclamada pela Igreja. Por exemplo: A Igreja proclamou o dogma da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Se alguém não crer e
combater este dogma, dizendo que é mentira, e inventar coisas para
tentar falar o contrário do que esta verdade nos ensina, essa pessoa
está em pecado contra o Espírito. Pois a voz da Igreja é a voz da
verdade. “Roma locuta est, causa finita est.” (Santo Agostinho);
ou seja: Roma falou, causa finita. Como já citado aqui neste port, a
Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade (cf. 1Timóteo 3,15).
Então o que a Igreja Católica define como regra de fé, deve ser
seguido, pois a Igreja nunca errará. Os filhos da Igreja, inclusive
o Papa, pode pecar; mas errar em questão de moral e doutrina, a
Igreja, na pessoa do Papa, jamais pode errar. Isso é dogma. Isso é
fé.
Se a pessoa combate a verdade de que Jesus é Deus, está
em pecado contra o Espírito Santo e não pode ter perdão. Assim é
contra as outras verdades da fé católica: sair combatendo dizendo
que Nossa Senhora não é Mãe de Deus é mais um exemplo. Por isso
normalmente quando se define um dogma, os Papas declaram dizendo,
para aqueles que não crerem no que está sendo definido, “seja ele
anátema”, ou seja, excomungado. Aliás, este termo é usado por
São Paulo, também mostrando o poder da excomunhão e como é um
grave pecado combater uma verdade revelada: “Mas, ainda que
alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um
evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja
anátema!” (Gálatas 1,8) – Aliás, o próprio pecado de
combater a verdade conhecida é este mesmo: pregar um evangelho
diferente. E infelizmente, existem milhares e milhares de evangelhos
diferentes sendo pregados, várias igrejas, e uma única verdade.
Verdade essa que é tão combatida.
É por isso que o Catecismo da Igreja Católica vai
ensinar que fora da Igreja não existe salvação. Só na Igreja
Católica está a plenitude da salvação. Mas o Catecismo deixa
claro também que uma pessoa não católica pode ser salva no caso de
ignorância invencível. Que é o caso de uma pessoa ter boa fé, mas
não existisse meios para conhecer a verdade. Enfim, essa pessoa
poderá ser salva. Mas será salva por causa da Igreja, nos mistérios
de Deus. Mas falo isso para lembrar que o Catecismo deixa claro mais
uma coisa: “Não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a
Igreja Católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como
instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou
nela perseverar.” (CIC 846) – Ou seja, se eu sou protestante
e começo a estudar a patrística, os padres da Igreja, a história
da Igreja, e então eu descubro que a Igreja Católica foi mesmo
fundada por Jesus, mas não quero entrar na Igreja Católica, está
em pecado mortal. Por quê? Porque está combatendo uma verdade
conhecida. Você conheceu a verdade, mas não quer perseverar nela. E
existem vários casos assim. Protestantes que estudam, conhecem, mas
por respeito humano não querem se converter ao catolicismo. Alguns
usam a desculpa da vida imoral de alguns católicos. Mas eu não sou
Católico por causa de fulano ou de ciclano, eu sou Católico por
causa de Jesus. Se formos julgar a vida moral, não iremos crer em
Jesus, afinal um dos Apóstolos era Judas, o traidor que roubava a
bolsa dos próprios apóstolos.
Nessa mesma linha encontramos os católicos “água
morna com açúcar” que acham que em qualquer lugar está bom.
Aliás tem muitos que vão na Missa, mas também frequentam um culto
protestante. Bom, não to dizendo que toda essa confusão aqui do
católico protestantizado seja um pecado. Mas se ele virar
protestante, infelizmente, entrará em pecado contra o Espírito
Santo. Claro que isso se ele de fato tiver tido pleno conhecimento do
que é a Igreja Católica, os Sacramentos, a vida na graça, etc.
Esse pecado é bem extenso. Mas a gente pode colocar
aqui também aqueles católicos que vivem uma vida promiscua. A
Igreja ensina que não pode fazer sexo fora do casamento. Ai os
jovens fazem antes de casar, e depois que casam se traem. A Igreja ensina que não pode usar anticoncepcional, aí além de abortar, porque o anticoncepcional causa aborto, ainda entra em desobediência. Enfim, ele
sabe que é pecado e mesmo assim comete. Não falo daqueles casos em
que as pessoas lutam para não pecar mas nos momentos de fraquezas
caem. A diferença do que peca contra o Espírito Santo com aquele
que pecou mas quer ser de Deus é esta: aquele que quer ser santo,
quando peca, mesmo que mortalmente, corre para se confessar e voltar
a graça de Deus; já o que peca contra o Espírito Santo ele não
corre para confessar, ele vive como se nada tivesse acontecido. E
neste caso, ele sabe que é pecado, já lhe foi revelado, mas ele não
tá nem aí. E vemos muitos jovens, até catequistas, combatendo a
verdade revelada pela Igreja: “A Igreja diz que é pecado usar
camisinha, mas eu discordo”, “A Igreja diz ser pecado transar
antes do casamento, mas eu discordo”, “A Igreja diz que
homossexualidade – no
caso o ato homossexual – é pecado, mas eu discordo.
Viva o 'amor'” - Bom, para essas pessoas, e infelizmente até
catequistas, eu só tenho a dizer: você está dizendo que é
católico, mas eu discordo.
O outro pecado citado por São Pio X é o pecado da
inveja das graças que Deus dá a outrem. Acho que essa é bem clara.
E aqui a inveja é bem explorável, existe muito tipo de inveja. Mas
aqui é das graças que Deus concede. E quero aqui apenas citar algo
dentro da própria Igreja em relação aos dons do Espírito Santo. A
gente vê que tem pessoas que alimentam inveja em relação aos dons:
“poxa, fulano prega, e eu não prego”, “fulano ora em línguas,
e eu não, nunca consegui... chatiado”, “fulano profetiza, eu
não”, fulano isso, fulano aquilo. E nunca olha para os dons que
Deus deu para si. E desse pecado gera o outro do desespero. Acho que
Deus não lhe ama, que ama mais o outro. E aí a pessoa perde toda
uma vida porque não quer o que Deus lhe deu, mas o que Deus deu ao
outro. A gente pode ver isso quando Caim matou Abel por inveja. Caim
tinha inveja porque Deus aceitava as oferendas de Abel. Pronto, e aí
a inveja levada pelo ódio, fez com que Caim matasse Abel. Quantos e
quantos não tem se matado dentro da Igreja por inveja dos dons, do
jeito do outro falar, do carisma que uma pessoa tem ou deixa de ter.
Além de matar a outra pessoa por dentro, mata a si mesmo.
A gente vê também ser apontado como pecado contra ao
Espírito Santo o obstinar-se no pecado. Acho que até em outros
pecados citados acima dar para a gente entender. Uma pessoa obstinada
pelo pecado é aquela que só quer o pecado, o vício, não vive sem
aquilo, respira aquilo, está louca naquilo. Enfim, uma pessoa
obstinada pelo pecado em si, é uma pessoa que não quer o perdão. É
como ouvi dizer que uma prostituta em um programa de televisão disse
que era prostituta não era porque precisava não, era porque gostava
mesmo. Ou seja, está obstinada no pecado. Claro que mesmo aqueles
que “precisam”, existem meios de viver sem ser do pecado, tem-se
que dar um jeito.
Mas a gente vê hoje na sociedade corrompida esse pecado
contra o Espírito Santo se espalhar. Você olha um Carnaval da vida,
ou mesmo como vive a juventude nos dias de hoje, você ver a
obstinação. Tudo é sexo, droga, e tudo que o demônio colocar no
caminho. De maneira viciada. Uma pessoa numa situação dessa é
desesperadora. Por quê? Porque ela não quer o perdão. Entendam,
aqui não se trata de uma pessoa que conheceu a Deus, mas que ainda
está engatinhando na fé, e não tem conseguido ter forças para se
firmar. Mas que tem aos poucos vivido o que dizia São Domingos Sávio
“antes morrer do que pecar”. Não. Aqui se trata de uma pessoa
obstinada. “Irmão, Jesus pode mudar a sua vida.” - “hum é
mesmo? Legal. Mas quem disse que eu quero mudar?” Entendem? Um
sacerdote uma vez contou que atendeu uma jovem que queria ser
batizada. Ela era homossexual, estava numa vida podre. Conversa vai,
conversa vem: descobre-se que a jovem tinha traumas. Ela tinha sido
abusada sexualmente quando jovem. E agora, o único refúgio dela era
essa outra mulher. Enfim, o sacerdote tentou de todo jeito, falou da
Misericórdia de Deus. Tentou, tentou... Mas a garota, chorando,
simplesmente disse: “eu só quero saber se eu vou poder ser
batizada ou não”. Obviamente ela não podia por estar em pecado
mortal. Então ela foi embora. Entendem? Estava tão obstinada no
pecado que negou a graça do batismo por não querer renunciar seu
pecado. É claro que eu não sou Deus, então não sondo os corações.
Mas é triste ver as pessoas negando a graça do Espírito Santo e se
perderem. O que nos resta fazer? Rezar e fazer sacrifício. Nesses
casos a salvação será beber da miséria alheia. Ou seja, beber do
pecado dela. Como? Rezando e fazendo sacrifícios. Porque chegou o
tempo em que não basta só palavras açucaradas, chegou o tempo em
que precisamos viver a mensagem de Nossa Senhora de Fátima em que
dizm “muitas almas vão para o inferno por não haver quem reze e
se sacrifique por elas”. Um exemplo dessa expiação é Santa
Faustina, que em seu diário relata os tormentos e demais sofrimentos
que sentia em reparação pelos pecados, muitos deles podemos afirmar
que eram contra o Espírito Santo, como as almas desesperadas.
Por fim chegamos ao pecado da impenitência final. Que é
justamente morrer sem fazer penitência, no caso sem se arrepender.
Muitos que não querem se confessar, ou se confessam muito mal, sem
arrependimento, cheios de orgulho, ódio, enfim. Uma vez uma viúva
chegou para São Padre Pio – que era cheio dos dons do Espírito
Santo, era um místico – e pediu-lhe que rezasse e lhe dissesse
aonde que o seu marido, que a pouco havia falecido, estava. São
Padre Pio rezou silenciosamente, fez uma cara de dor, e disse: “Seu
marido está no inferno!”. A mulher espantada pergunta: - mas como
se ele se confessou antes de morrer? - Padre Pio então diz-lhe que
de fato ele se confessou antes de morrer, no entanto, ele tinha um
chamado quando jovem, brincou com o chamado e quis deleitar-se no
pecado e não conseguiu voltar pra Deus. Sempre dizia que depois se
converteria. E quando confessou antes de morrer, não confessou
contrito, esqueceu alguns omitiu outros pecados. - Enfim, vimos neste
caso um exímio caso de pecado contra o Espírito Santo: presunção,
obstinação, morreu impenitente (já que confessou mas sem
arrependimento)... Enfim, tristemente muitas almas têm-se perdido.
Meus irmãos, não caiamos nessa mentida diabólica do
“não precisa”. Muitos dizem que não precisa ir pra Missa direto
(é bom sim irmos pra Missa, além do domingo, quantas vezes
pudermos). Outros dizem que Rosário ou Terço diário é exagero;
jejum é exagero; mortificação é exagero; ser santo é exagero.
Meus queridos. O tempo de conversão é agora. Não deixemos para
fazer penitência depois. Façamos penitência – moderadamente, até
bom que seja sob orientação de um diretor espiritual – aqui na
terra para podermos ao menos chegar ao Purgatório para a purificação
final. Chega de comodismo.
Eis o tempo novo. O tempo em que o Espírito Santo vem
renovar a face da terra. Eis o tempo de conversão. Eis o tempo de
nos abrirmos para a graça de Deus.
Antes de finalizar este texto, é bom esclarecermos
novamente que o pecado contra o Espírito Santo é colocado por Jesus
como um pecado que não tem perdão, porque por ele mesmo (pecado)
não se deixa perdoar. Como já dito, este pecado é um grito de “eu
não quero Deus.” Por isso muito cuidado antes de dizer que alguém
está pecando contra o Espírito Santo. Mas reze intensamente para
que a Misericórdia de Deus possa ser derramada sobre os corações
dos piores pecadores. Afinal, se não fosse a Misericórdia de Deus,
onde estaríamos nós? Se não fosse a Virgem Maria, Mãe da
Misericórdia, onde estaríamos nós?
Deus é Misericórdia. Se Ele (Jesus) morreu na cruz por
nós. Vamos nós também morrer antes de pecar. Vamos nós consumir a
vida por Ele. Pois a partir da encarnação de Jesus, não temos
desculpa para o pecado: “se eu não viesse e não lhes tivesse
falado, não teriam pecado; mas agora não há desculpa para o seu
pecado.” (João 15,22) Porém o pecado contra o Espírito é
não querer se reconhecer pecador. “Deus não nos cansa de
perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão” (Papa
Francisco)
Salve Maria Imaculada, Esposa do Espírito!
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