DIFERENÇA ENTRE “UNÇÃO” E “PRESUNÇÃO” NO APOSTOLADO E A FALTA DE CONFIANÇA NA MISERICÓRDIA DIVINA
Salve Maria
Imaculada!
A Igreja
necessita de missionários. Existe uma grande massa de pessoas que
não conhecem a Deus. Precisamos ouvir a voz de Deus, e ir ao
encontro daquele que necessita conhecer o amor de Deus. Cristo é
misericordioso, mas no entanto, nós não usamos de misericórdia.
Como assim? Cristo quer usar de misericórdia, mas nós temos calado
a Sua voz. Nós muitas vezes olhamos para o povo pecador, mas
queremos que este povo seja condenado ao inferno. E triste que
esquecemos que nós outrora éramos grandes pecadores, e graças a
Deus alguém foi fiel ao Seu chamado, e nos fez conhecer o Seu amor,
a Sua infinita Misericórdia. E pior ainda: nós que não somos o que
deveríamos ser, ou seja, santos. Pecamos, mesmo que em coisas
mínimas, mas com conhecimento. Isso entristece o Coração
Misericordioso de Jesus: “Minha filha, escreve que as faltas
involuntárias das almas não detêm o Meu amor para com elas, nem
impedem a Minha união com elas; porém as faltas, ainda que mínimas,
mas voluntárias, estas sustam as Minhas graças e não posso cumular
tais almas com Minhas graças” (Jesus à Santa Faustina – diário
nº 1641). Ou seja, muitas
vezes queremos ser os santos, mas mesmo que em coisas mínimas, temos
ofendido ao Senhor.
Isso
é uma presunção enorme. Pois os maiores santos sempre viram e
declararam suas misérias. O próprio São Padre Pio dizia que o
demônio lhe queria a todo custo. Imagine nós, que, provavelmente,
não temos a mesma vida de santidade que ele... Mas somos PRESUNÇOSOS
de agir como se assim fôssemos. Nunca devemos achar que já somos
santos, pois isso seria até um orgulho, e poderíamos cair. Mas
devemos derramar o sangue lutando para ser santos. Não viver assim é
uma PRESUNÇÃO. É jogar fora o sangue do Cordeiro de Deus. Sabemos
sim das nossas misérias, mas sei muito mais da infinita Misericórdia
de Cristo.
É
bom falar disso, porque agora eu vejo que por desconhecermos nossas
misérias, ou não reconhecermos a Misericórdia que Deus teve
conosco, é que nós não temos misericórdia dos nossos irmãos que
estão atolados no pecado. Como não amar aquele que Cristo ama? Ele
é pecador? Nós também o somos. E pior ainda, nós conhecemos a
Cristo, nós experimentamos, nós tivemos um encontro pessoal com
Ele... Nós não reconhecemos a Misericórdia de Deus, e muitas vezes
me parece que nós achamos que os méritos da nossa salvação vem de
nós mesmos, mas a iniciativa é toda de Deus. Deus foi quem nos
alcançou. A Virgem Maria foi quem intercedeu por nós, e nos levou
para o amor de Cristo. O que nós somos diante grandeza de Deus? E
ainda não queremos fazer este Deus ser conhecido e amado? Quanta
ingratidão da tua parte para com o Senhor! Por falta de
reconhecermos que Ele é bom, que Ele é Misericordioso, é que tem
tão poucos missionários. Falar o que se nós não experimentamos? A
missão é pequena porque o amor dos escolhidos está pouco.
E
aí sim, entro mais a fundo no sentido do título deste texto que é
diferenciar a “unção” da “presunção”. Nós, que
conhecemos a Deus estamos muito presunçosos, em uma vida cômoda
demais. Vou dar um exemplo. Um miserável pecador conhece a Deus, e
Deus lhe confia uma missão. Digamos que de pregador. Ele, ainda
“aleluiado” começa a querer pregar só na “unção”, e é só
oração em línguas, aleluia pra cá, glória a Deus pra lá... Mas
essa “unção” torna-se presunção se: primeiro: ele não tiver
uma vida de oração pessoal, pois Cristo nos fala nos grandes
eventos, mas onde ele vai moldando, podando, é na vida de oração
diária com oração pessoal, estudo bíblico, rosário/terço,
adoração ao Santíssimo Sacramento e Santa Missa até diariamente
se possível for etc. Segundo: se ele não passar a estudar. Como
assim? Isso mesmo, estudar. Estudar o Catecismo, documentos da
Igreja, vida dos santos, etc. No início, Deus até converte com
nossa pregação, de fata temos unção, mas se nós não buscar a
via purgativa com as penitências e mortificações, oração,
adoração, e estudo... Essa sua “unçãozinha” vira “presunção”
e não converterá ninguém. Aliás, você ainda não se converteu.
Isso
é só um exemplo. Mas se nós queremos mesmo, através da Imaculada,
salvar almas para Cristo, não podemos ser presunçosos. Devemos ter
unção. E unção não é sentimentalismo barato, unção é
santidade. Unção é sangrar pelo Evangelho. Unção é dar tudo pra
Jesus e Maria Santíssima. Unção é ser chamado de doido, de
radical e de chingos pelos homens; mas ser chamado de filho amado por
Deus. Sim, filho amado, apesar de nossos pecados e misérias. Apesar
de Ele nos falar no fundo do coração, nos pedindo para gritar ao
mundo a Sua Misericórdia. E muitas vezes temos condenado ao inferno
nosso irmão, simplesmente por nem falar do amor de Deus pra Ele, e
nem mesmo rezar por este miserável. Eis a vida missionária que
temos visto. Presunçosos que querem fazer as coisas da própria
vontade, outros que estudam mas que amam a Letra mas não amam o
Amor. Sim, pois muitos entram na via purgativa, nos estudos, na vida
de santidade, mas é presunçoso ao não evangelizar. Sim, nós somos
presunçosos de achar que evangelizar é apenas vomitar letra,
querendo condenar todos ao inferno, simplesmente postando coisas na
internet, criando contendas... E olha que nem falo do tão caro e
necessário carisma de denúncia, de denunciar os erros... Falo de
gente que por pura presunção cria contendas, fazendo mal à alma
alheia, sem se preocupar se vai salvar ou não alguém. De que
adianta o conhecimento sem o amor? Santa Faustina amava, tinha
conhecimento e amava, e sofria horrores para salvar pecadores da
condenação ao inferno. Santa Teresa de Ávila ao experimentar as
dores do inferno, dizia querer dar mil vidas para salvar uma só
alma. E nós? Com todo nosso conhecimento, será que não conhecemos
a Misericórdia de Jesus? Sim, porque aquele que conhece a
Misericórdia de Deus quer anunciá-la aos povos. Se não pode por
palavras, anuncia com orações e sacrifícios. O que tenho visto é
que muitas vezes, se rezamos, no fundo da alma, temos um “se for
pro inferno é bem feito”. E não falo aqui em relação a
pregações que se deve falar duro no sentido de denunciar o pecado,
e anunciar a verdade do Catecismo da Igreja Católica que diz que
BASTA MORRER COM UM PECADO MORTAL E A PESSOA SERÁ CONDENADA AO
INFERNO. Temos que anunciar isso, e sermos João Batista, denunciar o
erro. Mas já parou para perceber que parece que pregamos, postamos,
escrevemos, parecendo que tudo está perdido? No entanto, Nosso
Senhor Jesus Cristo fala para Santa Faustina: O Meu Coração
sofre porque até as almas eleitas não compreendem como é grande a
Minha misericórdia. A convivência delas está imbuída de uma certa
desconfiança. Oh! Como isso fere Meu Coração! Lembrai-vos da Minha
Paixão e, se não credes nas Minhas palavras, crede ao menos nas
Minhas Chagas. (Diário nº379).
Lembremos que Jesus disse para Santa Faustina que quem se voltasse
para a Sua Misericórdia, mesmo que fosse o pecador mais empedernido,
com os maiores pecados, Ele perdoaria. Estimulemos as almas para que
se confessem, para que tenham contrição interior e se arrependam...
Pois disse Jesus também à Santa Faustina: Sou o Amor e a
própria Misericórdia e não existe miséria que possa medir-se com
a Minha Misericórdia, nem a miséria a esgotará, visto que à
medida que se dá – aumenta. A alma que confiar na Minha
Misericórdia é a mais feliz, porque eu mesmo cuido dela. (Diário
nº 1273) | Sou mais generoso para com os pecadores, do que para
com os justos. Foi por eles que desci à Terra... por eles derramei o
Meu Sangue. Que não tenham medo de se aproximar de Mim. São eles
que mais necessitam da Minha misericórdia.(Diário nº1275). Jesus
também mostrou o inferno para Santa Faustina, e por isso mesmo é
que devemos anunciar a Misericórdia... Deus não quer condenar
ninguém, mas se continuarem ofendendo a Deus... Mas todo pecador,
desde que se arrependa e se volte para a Misericórdia alcança
perdão. Procuremos os sacerdotes católicos e CONFESSEMOS os nossos
pecados.
E
se nós de fato queremos largar a presunção na missão, e de fato
assumirmos a unção do nosso Crisma, devemos ouvir do próprio Jesus
o seguinte: Eu te indico três maneiras de praticar a
misericórdia com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a
palavra e a terceira a oração.
- Temos agido? Temos dado uma palavra, inclusive unindo a ação,
levado a Palavra de Deus? Temos, principalmente, rezado e clamando a
salvação? Não, temos querido a condenação. Sim, pois as vezes eu
fico imaginando algumas pessoas que exalam um vazio interior, mas
dizem ter bastante conhecimento... E fico refletindo, uma pessoa que
ela praticamente grita, caso essa pessoa se converta... Como ela
reagirá? Eu tenho medo dessa pessoa entrar em depressão, porque se
ela ver sua “vítima” se convertendo vai ser uma grande
frustração... E agora, quem ela chamará de diversos nomes? Meu
Deus! Tem gente que se ver os maiores pecadores confessando seus
pecados devem se prostrar no chão e gritar “Deeeeus, porquê? Olha
que tipo de pecador é essa pessoa? Isso é um sentimentalista, é
fogo de palha, é mais um carismático sentimental sem vergonha. Está
profanando... Voltemos a tradição...” O engraçado é que os
“gritos” não era pra alertar? A pessoa se converte, mas não,
tem gente que acha inadmissível a conversão. Não sabem dar tempo
ao tempo. Não sabem se quer usar de misericórdia, como usaram de
misericórdia para com ele um dia. E é aí que se encaixa na nossa
vida o que dizia Santa Faustina: O SIMPLES CUMPRIMENTO DA LEI NÃO
PRODUZ O CRESCIMENTO DO AMOR. - Não, não to dizendo que não
devemos cumprir a Lei, seja no mínimo honesto. Mas será que você e
eu não temos endurecido, e querendo apenas viver de preceito sem
amar tal preceito? Temos cumprido a Lei, mas não temos Amado nem ao
próximo, pois quando este se converte ou inicia sua conversão nós
nos iramos, e nem temos amado a Deus. “Se alguém disser:
'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que
não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem
não vê.”(1João 4,20)
Queridos irmãos, peçamos a nossa Mãe e Senhora Maria Santíssima
que nos livre do fermento dos fariseus e da maldita e diabólica
presunção. Ela que pode interceder e conseguir junto de Seu Filho
Jesus a salvação de qualquer pecador. Recorramos a Virgem Maria,
para que ela nos salve, e que salve também a todos (todos mesmo!
Protestantes, ateus, macumbeiros, maometanos, etc.). Ofereçamos à
Imaculada todas as nossas ações, sacrifícios, orações, TUDO,
para que Ela apresente Jesus e Lhe seja agradável. Confiando a nossa
vida à Imaculada, deixaremos de ser presunçosos e passaremos a ser
ungidos. Sairemos do comodismo, e passaremos a ser missionários. Se
não de palavras, de oferta, assim como foi Santa Teresinha do Menino
Jesus que é padroeira das missões, mas viveu no convento. A oração
vai aonde as pernas não chegam.
“Eu não quero uma Igreja tranquila. Quero uma Igreja
missionária.” (Papa Francisco)
SALVE MARIA IMACULADA, MÃE DA DIVINA MISERICÓRDIA!
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