Pois bem, de início digo que,
talvez, o futebol em si não seja nenhum pecado. Entretanto, o mesmo nas
proporções exageradas em que adquiriu, pode ser elevado não só a algo fanático,
mas sim, a algo idolátrico aos moldes da Bíblia. O que dizer, por exemplo, da
seita “igreja Maradoniana” que fãs fanáticos do jogador argentino Diego Armando
Maradona fundaram? E é comum as pessoas falarem que clubes de futebol é como se
fosse religião. De fato muitas pessoas endeusam
seus times de futebol, como se fosse a coisa mais importante do mundo. Vão a
estádios de futebol, mas a Igreja nada. Usam a camisa de seus times, com o
número e nome dos seus ídolos às costas; porém, já as camisas de Nossa Senhora,
de Jesus, de santos da Igreja...
Quantas pessoas não chegam a perder
a saúde por conta de um futebol?! Mas isso chega a ser pior quando chegamos às
torcidas organizadas. As torcidas organizadas são o fanatismo encarnado. E aí
que está a questão polêmica. Ser um torcedor de futebol normal, desde que o
seja com discernimento, pode ser que
não haja mal algum. Mas e das organizadas? Veja que nos dias atuais as
organizadas adquiriram status de verdadeiras facções criminosas. Como você quer
ser católico sendo envolvido em um ambiente aonde se usa drogas? Várias pessoas
que freqüentam estádios de futebol relatam que na arquibancada em que ficam as
torcidas organizadas o aroma é de maconha. Isso é algo moral? As torcidas
organizadas marcam brigas, e criam confusões frequentes dentro e fora dos estádios.
Quantas mortes já não foram noticiadas que ocorreram durante brigas de
torcida?! Domingo seria o dia de estar na Santa Missa presenciando e
participando do Santo Sacrifício de Cristo; e não estar sacrificando irmãos
porque torcem por outros times. As brigas são na mão, a paulada, a armas de
fogo, ou qualquer coisa que possa ferir e/ou matar. Qual a moralidade de
participar de uma torcida organizada?
Os seus cantos, hinos ou gritos de
guerra, são em grande parte, verdadeiras composições de esgoto. Cheias de
palavrões e incitação a violência. Às vezes fico a me perguntar, como pode
alguém sair de um grupo de oração, ou algum evento da Igreja em geral – ou mesmo
da Santa Missa que é a coisa mais importante para um Cristão verdadeiro – e sair
de lá para um estádio, para falar essas coisas sujas. A mesma boca que
glorifica a Deus na Igreja é a mesma que maldiz o irmão; e assim maldizemos
também a Deus, pois maldizemos a imagem e semelhança de Deus. A grande
rivalidade dos grandes clubes de futebol não justifica tanta ira. Onde fica o
mandamento do amor nessa história? Fora que nos cânticos que não exala ódio
contra o outro, fala de amor ao clube. Não quero entrar na discussão disso
porque vai da cultura de cada um, mas dizer que não vive sem um clube, ou que
um clube é seu verdadeiro amor, daria tudo pelo time, não vive sem to time,
etc., é meio que desrespeitoso para com Deus. E não adianta dizer que tudo isso
exposto aqui é hobby, pois a coisa é levada a séria, e aos extremos.
Eu já fui muito fanático por futebol.
Hoje ainda acompanho, torço, mas sem a mesma euforia e fanatismo descontrolável
que eu tinha há tempos atrás. Em 2008 quando o São Paulo FC jogou o último jogo
do Campeonato Brasileiro no Gama-DF – jogo em que venceu e sagrou-se campeão –
eu fui assistir no estádio. Nunca tinha visto um jogo do estádio, mas não que
eu não fosse fanático. Cheguei a gastar mais de 600 reais nesta partida entre
ingresso, camisas e bandeira. Um absurdo! Hoje mal tenho dinheiro pra pagar a
passagem pra ir pro Shalom. Mas isso mostra o quanto o futebol torna a pessoa fanática
ao ponto de gastar absurdos, tirando de coisas mais importantes e úteis, para
continuar bancando os poderosos cartolas e mandantes do futebol. O futebol é
uma máfia. Ainda mais no Brasil. Mas já daquela época, eu idolatrava algo a
mais do que os jogadores de futebol (que já era errado). Eu tinha amor pelas
torcidas organizadas. A Torcida Independente me fascinava, era a loucura por um
time de futebol. Eu tinha muitos contatos com membros da TTI nas redes sociais,
e só não fiz parte da organizada aqui em Brasília porque a sede da mesma ficava
na Ceilândia, e além de ser longe, era meio perigoso. Fora que eu era menor de
idade. Mas isso não me fazia não só cantar seus gritos, mas também puxar
grandes discussões sobre futebol. Chegando até a praticamente agredir
verbalmente pessoas de forma séria. Hoje, pergunto-me o que eu ganhei, e a
resposta é clara: ganhei remorso por ter perdido tanto tempo com bobagem. E
logo após a minha decisão por Deus, apareceu pessoas chamando-me para
participar da Torcida Dragões da Real que abriria sede na Santa Maria. O que
fiz? Bloqueie. Não troco Deus por torcida nem por futebol. Todo meu tempo e
dedicação têm que ser para Deus, para Sua obra, Seu louvor, Sua Adoração...
Hoje
eu acho completamente incoerente eu cantar uma música de adoração ao Santíssimo
Sacramento, e depois cantar certas músicas de verdadeira adoração a times de
futebol, e de ódio ao próximo. Vejamos uma das músicas que eu mais gostava da
Independente:
Com a porco mania
É a ordem do dia
Porque ser palmeirense
Nunca foi fama de ser mal
Se não der na mão, eu brigo até de pau
Pode vir todo mundo
Eu não temo ninguem
Sou independente
Mato um mato cem
Não se preocupe amigo
Que a paz vai voltar
Com a galinhada, eu prometo acabar!
Nossa!
Quanto amor fraterno, não? Essa ainda é uma das poucas que ainda posso postar
aqui. E não fica só nos gritos dos estádios, a briga de fato torna-se generalizada.
Lembro ainda que no jogo que disse que participei, um jovem são paulino morreu
com um tiro de um policial. A briga era com a torcida do Goiás. Antes da
confusão, eu estava no estacionamento guardando uma mochila no carro de uma
pessoa. A mão de Deus me livrou da morte naquele dia. Se atentar contra própria
vida é um pecado, e também se colocar em situação evidente de pecado; é claro
aqui que ser de torcida organizada e ser fanático desse jeito no futebol é uma
grande exposição ao pecado. Até mesmo no simples, como por exemplo, assistir ao
futebol e de repente falar um palavrão, ou começar discussão chula com alguém
por causa do mesmo. Tantos e tantos casos já vimos de pai matar filho e vice-versa;
irmão matar irmão e vice-versa.
Hoje
em dia, não gosto nem de ir a Igreja com camisa de time de futebol. Quem quiser
ir, que vá. Mas não misturemos o sagrado com o profano. E o futebol, querendo
ou não, têm sido uma grande profanação. É uma idolatria já que o futebol é
colocado acima de Deus. Os ensinamentos dos santos da Igreja foram abandonados
para os lances de Messi, Neymar e Cia. E o Sacrifício Santo da Missa que é
feito pelo amor foi trocado pela grande barbárie do sacrifício do irmão pelo
ódio. Quem quer ir pra Missa? Preferem lotar estádios de futebol. Uma
professora que tive disse que ia para a Missa no sábado para não perder o jogo
do Flamengo no domingo. Realmente, o está tomando o lugar de Deus. É isso o que
o futebol tem feito. E você acha isso moral? E o que você vai fazer? Em vez de
reunir com os amigos pra jogar e/ou assistir a uma partida de futebol, que tal
reunir-se para confessar-se e participar da Missa?
Que
Deus te abençoe. E que Maria Santíssima vos ensina a ser santos, e amar a Deus
sobre todas as coisas. Meu time principal tem que ser Jesus Cristo!
Shalom!