O Papa Bento XVI disse que os jovens
não são tão superficiais como dizem. De fato, é belo ver o desejo de santidade
que tem crescido no meio jovem. É bem verdade que existe também muita gente
descompromissada com o Evangelho, e não quero aqui dizer qual a maioria. Mas o
fato é que tem sim muita gente querendo ser santo. Ser santo no seu estado de
vida. Ser santo na juventude, com namoro santo; santo no matrimônio com um
casamento santo com filhos educados na fé católica; homens e mulheres que
querem se entregar de uma forma especial, que querem ser santos na vida
religiosa, ou mesmo sendo celibatários. Isso é muito belo. Isso é a Igreja! A
santidade da Igreja, que mídia não gosta muito de mostrar, mas que oculta no
coração de Cristo, vive na terra, de acordo com o pulsar do coração
misericordioso de Cristo na cruz.
Meus amados irmãos, ao mesmo tempo em
que o desejo de santidade cresce, temos que fazer crescer a sabedoria. Pois da
sabedoria vem o temor de Deus. Falo isso porque, até aonde se sabe, todos os
santos passaram por desertos, momentos de provação. E aí o demônio age, e o
desejo de santidade fica distante, quando por providência de Deus vemos nossa
miséria. Aí bate o desejo de ser santo como Santa Teresinha do Menino Jesus,
por exemplo, mas começa a se ver tão miserável, mas mal sabe que a santidade
são para os miseráveis, pois todos os santos sabiam de sua miséria. Quem não se
enxerga como miserável talvez esteja sendo enxergado por Deus como orgulhoso e
soberbo, pois tudo é graça de Deus.
Um fato comum é as pessoas admirarem
determinado santo, querer ser como ele, amar a Deus como ele, mas logo
desanimam por se verem pequeninos. Mas, se observar que de fato Deus é imenso,
infinito, e você menor que um átomo, miserável, pecador, e se submetendo ao
amor e a misericórdia de Deus, já está agindo como agia os santos. Algumas
pessoas se sentem tão chamadas a ser santos como os santos, que começam a
admirar os seus estados de vida, e querem ingressar e tal ordem. Isso é belo,
mas nem todos tem a mesma vocação. Um exemplo são várias garotas que admiram
Santa Teresinha do Menino Jesus, mas se decepcionam por ser discernido que não
tem chamado à vocação religiosa no Carmelo, ou mesmo porque queria ser santa
como ela, mas não consegue nem mesmo se imaginar na clausura de um mosteiro.
Mas, seja santa(o) como Santa Teresinha no seu estado de vida! Existem várias
coisas que Santa Teresinha queria fazer e não pode, e coisas lícitas, mas que
não era a vontade de Deus para ela naquilo que era seu estado de vida. Dizia
ela: “Quisera morrer num campo de
batalha em defesa da Igreja!” Ela não pode realizar isso, mas você que não
vive em um claustro, pode muito bem fazer isso. Em tempos de paganização da
sociedade, viver os mandamentos de Deus e da Igreja, é pedir para ser mártir,
ao menos sofrer o martírio da ridicularização, como dizia Bento XVI. Santa
Teresinha não podia ir em uma manifestação contra o aborto, mas você pode ir
para este campo de batalha lutar a favor da vida. Olha que belo! Ela queria ser
tudo, já passou pela cabeça dela ser: padre, papa, missionária, etc. Seja o que
ela não pode. Você jovem que admira tanto ela, e tem vocação ao sacerdócio,
seja padre. Você que quer anunciar o Reino de Deus, mas queria tanto ser como
Teresinha mas não tem vocação carmelita, seja um missionário. Faça aquilo que
era belo e lícito, mas não era a vontade de Deus para ela, mas pode ser que
seja para você. Mas se você tem chamado vocacional ao Carmelo, não use isso
para continuar enrolando a Deus e não assumindo sua vocação religiosa.
Ainda citando Santa Teresinha,
pode-se também fazer o que ela fez. Dizia ela que sua vocação na Igreja era o
amor. Seja o amor na sua família com seus pais, seus irmãos, seu esposo(a),
seus irmãos de comunidade, etc.
Ainda falando do amor, unimos a
Misericórdia de Deus. Santa Faustina foi uma apóstola da Misericórdia, mas ela
não foi uma pregadora. Então, se você queria tanto ser santo como Santa
Faustina, leia o diário dela, e anuncie essa Misericórdia. Jesus dizia a ela
que os sacerdotes deviam pregar sobre essa Misericórdia. Hoje, que temos a
graça de tantos leigos missionários, devemos realizar este desejo de Jesus, denunciar
o pecado anunciando a Sua infinita Misericórdia. Santa Faustina no Céu
intercede por nós, pois nós devemos ser os apóstolos da Misericórdia neste
tempo do paganismo moderno.
Alguém que conheceu e anunciou muito
bem a Misericórdia do Senhor foi um santo chamado São Pio de Pietrelcina. Este
santo recebeu os estigmas em seu corpo (as marcas da Paixão do Senhor Jesus).
Tinha dom de bilocação, de perscrutar coração, voltar no tempo, milagre,
ciência, sabedoria, etc. Um santo extraordinário de nosso tempo. O seu amor e
seu zelo pela Santa Missa, mostrando que a Missa é verdadeiramente Sacrifício,
faz arder o coração de muitos a ser santos como ele. Se você se sente chamado
ao sacerdócio, eis um belo modelo de inspiração para ti. Mas, mulheres que não
podem ser padres, e homens que não tem essa vocação podem fazer o que ele não
fez. Fica até difícil saber o que Padre Pio não fez, mas tinha coisa que ele
queria fazer e não fazia. Lembrando aos padres e leigos, que para ser santo
como Padre Pio, não queiramos ter os carismas que ele tinha, mas o amor por
Jesus Crucificado que ele tinha. Sejamos seus filhos espirituais, e completemos
o que ele queria fazer. Certa vez ele disse: “Choro por não poder levar todas as criaturas a Jesus Sacramentado”.
Você também não conseguirá levar todas, mas com a intercessão de Padre Pio e da
Virgem Maria, podemos levar muita gente a Jesus Sacramentado com nossa
pregação, nosso testemunho... Até mesmo levaríamos a realizar outro desejo
dele: o de as pessoas saberem o valor de uma Missa. Então viva o Santo
Sacrifício com piedade como era desejo dele, e fale isso a outras pessoas
também. Outra vez ele disse que quisera “ter
uma voz suficientemente forte para fazer todas os pecadores a amar Nossa
Senhora” (Epist 1/277) e “voar para
levar todas as criaturas desse mundo a amar Nossa Senhora.” (Epist 1/357) –
Creio eu que você não saiba voar, mas sabe falar de Nossa Senhora. Talvez,
quase certeza, nem toda criatura ouvirá você e nem todos que te escutem irão
recorrer à Mãe de Deus. Mas realize aquilo que era desejo de Padre Pio, que é
anunciar a Mãe de Deus para toda criatura. Eu, da mesma forma que era São Pio,
sou escravo da Virgem Maria. Então, anunciemos a Virgem Maria. Se consagre a
Virgem Maria pelo método de São Luís, seja um apóstolo dos últimos tempos.
Muitos queriam ver Nossa Senhora
como vários videntes viram. Mas, que tal responder aos apelos de Nossa Senhora
em tais aparições reconhecidas pela Igreja? Muito se fala de aparições da
Virgem Maria, das graças, mas pouco se fala das mensagens de Nossa Senhora. Um
exemplo é La Salette. Mas meus irmãos, porque não fazemos o que os santos que
viram Nossa Senhora não podem fazer hoje: anunciar tais mensagens. Nossa
Senhora em Fátima mostrou o inferno para três crianças. Já quero aqui dizer que
se você quer ser santo como os santos, ou ser devoto, não deve temer falar do
inferno para as crianças, claro que com um jeito todo especial, pois a própria
Irmã Lúcia criticou esse escrúpulo, lembrando que Nossa Senhora não hesitou
mostrar o inferno para três crianças, uma de 10, outra de 8, e outra de 7. E, a
beata Jacinta, sabendo que em breve morreria, dizia para a Irmã Lúcia que
ficaria na terra por mais tempo: “Eu vou
para o Céu; mas tu, que ficas cá, se Nossa Senhora te deixar, dize a toda a
gente como é o Inferno, para que não façam mais pecados e não vão para lá”. Então, para sermos santos da mesma forma que
os pastorinhos de Fátima, que tal cumprirmos os desejos da beata Jacinta? Vale
lembrar que a Irmã Lúcia já morreru, velhinha, e numa clausura. Então, o dever
de anunciar a existência do inferno e do real perigo dos pecadores ir para lá,
cabe a nós, nós devemos anunciar a Misericórdia, mas dizer que se não convertem
vão para o inferno. Mas e a Misericórdia de Deus? Pois é, leia o Diário de
Santa Faustina e veja que ela também teve uma visão do inferno, e atesta a sua
existência. A beata Jacinta após ver o inferno ainda dizia: “Se eu pudesse mostrar-lhes o Inferno!” Ela,
hoje, pode interceder por nós, mas nós podemos nos encarregar deste trabalho.
Devemos falar do inferno – que parece que sumiu da boca dos pregadores esta
palavra – e falar os pecados que levam para lá.
Esses são apenas alguns exemplos, de
que podemos ser santos nos diversos estados de vida, estando unidos à vontade
de Deus, e que podemos imitar os santos, sem necessariamente “invejar” seus
carismas, mas fazendo aquilo que eles não podiam fazer, mas nós podemos. Por
isso, ingresse em um apostolado, comunidade, faça alguma coisa para o Reino de
Deus. Pois não podemos nos apresentar diante de Deus com as mãos vazias,
devemos nos apresentar no dia do Juízo com as mãos cheias de sacrifícios,
orações, e trabalho pelo Reino de Deus. São Francisco no fim da vida dizia que
devia começar tudo de novo, pois não tinham feito nada. E nós, somos mais
santos que São Francisco pra acharmos que fizemos muito? Avante soldados de Cristo!
Trabalhemos! Pois se ficarmos contemplando a santidade de Santa Teresinha e dos
outros que participam da Comunhão dos santos, sem “bater um prego numa barra de
sabão” os santos serão apenas uma lembrança do que deveríamos ser enquanto
arderemos no inferno. Que Deus nos livre disso! Sejamos santos, porque o Senhor
nosso Deus é Santo (cf. Lev 19,2). Aliás, o Santo dos Santos! Unidos com Cristo
e a Virgem Maria, o inferno se arrepia. Seja santo! Reze o Rosário!
Salve Maria Imaculada!
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