“Rezai, rezai
muito; e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas
para o Inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
(Nossa Senhora em Fátima)
Salve Maria Imaculada! É justamente com essa frase de Nossa Senhora
que quero começar esta reflexão. Nossa amada Rainha vem nos alertar
que muitas – MUITAS, e não algumas – almas para o inferno. É
óbvio que o motivo principal é o pecado. No entanto, muitas delas
seriam salvas com a nossa oração, nosso sacrifício, o nosso pagar
o preço pela salvação delas. Mas infelizmente vivemos em um tempo
em que as pessoas não se sacrificam nem pela própria salvação,
quanto mais para a do próximo.
Sempre me pego a meditar sobre esta realidade. Pecado, juízo,
inferno... E fico revoltado comigo mesmo quando me pego em estado de
“to nem aí; não é comigo”. Me vejo tranquilo demais. E aí
faço a pergunta: será que deveríamos estar tão tranquilos sabendo
que almas estão a se perder?
Lembro que uma vez estava a rezar. Por causa do barulho dentro de
casa saí para continuar minhas orações na área. Até aí tudo
bem. Durante a oração ouve-se alguns tiros na rua. Da minha parte
tudo na mais tranquila normalidade. Já minha mãe sai correndo
perguntando se foi tiro... Sabe o que eu fiz? Fiquei irritado com
minha mãe porque ela estava atrapalhando minha oração (pois é,
rezando e se irritando, incoerente). Depois que minha mãe saiu, na
mesma hora, eu me questionei, ou mesmo Deus me questionou pela minha
consciência, como poderia eu estar tranquilo ouvindo os tiros, gente
morrendo, gente indo diante de Deus sem conhecê-Lo. Como poderia eu,
que digo conhecer a Deus e a Imaculada, achar normal a troca de tiros
e nem se quer rezar uma Ave-Maria pelas pessoas envolvidas, sem me
sacrificar por elas. Cadê o espírito missionário? Cadê o se
consumir pelo Evangelho? Cadê a ousadia, a parresia, onde foram
parar agora? E no entanto, eu me irritei por que fui interrompido na
minha “belíssima” oração...
Infelizmente muitos de nós temos vivido assim. Parados diante da
realidade de uma sociedade sem Deus. Fala-se de amor, mas esse amor
falado é tudo, menos Amor. O Amor de Deus é que pode mudar essa
sociedade. E o caminho para salvar as almas da perdição eterna é o
mesmo que Nossa Senhora nos ensinou: rezar e fazer sacrifícios pelos
pecadores.
A gente vive no meio de pessoas que se ouvem a notícia que um
bandido foi morto, logo comemoram dizendo que é menos um para dar
trabalho. Mas poucos são os que se entristecem e pensam: mais um que
se danará no inferno. “A escolha foi dele”, dirão alguns. Mas a
culpa é nossa que não rezamos e nem nos sacrificamos por ele.
Lembro-me do Testemunho da Glória Pollo, em que ela falando da sua
experiência de quase morte, onde esteve “entre o céu e o
inferno”, e teve seu julgamento, fala de um dos casos em que foi
julgada por Deus. Ela, por providência divina ligou a televisão e
passava uma notícia de uma camponesa que chorava em cima do corpo do
marido morto, desesperada. E depois da notícia, ela simplesmente
esqueceu, e se distraiu com futilidades. No seu juízo Jesus
disse-lhe: “aquela dor que sentiste por ela, era eu que te
estava a gritar que a auxiliasses. Eu fiz com que se atrasassem as
notícias para que tu visses, mas tu não foste capaz de dobrar o
joelho, numa oração por ela, nem um minuto! Deixaste-te deslumbrar
pela dieta e não te lembraste mais dela!” E sabem o que
aconteceu com aquela mulher? Teve que fugir porque queriam matá-la
também. Foi para Bogotá, não obtendo ajuda digna, virou
prostituta. E Nosso Senhor ainda mostrou para Ela que outra
oportunidade teve de ajudá-la, quando a viu no seu ponto de
prostituição, mas fez foi julgar a prostituta. Ou seja, ao ver a
desgraça alheia, deveríamos rezar. Deus nos dá essa oportunidade.
Mas nós rejeitamos. Não queremos rezar e nos sacrificar. E ainda
por cima comemoramos quando um bandido morre, mas não rezamos para
que o bandido se converta, nem que seja na hora da morte para como o
Bom Ladrão obter a salvação. Xingamos as prostitutas, mas não
rezamos para que elas saiam dessa vida. Pior ainda, não rezamos para
que elas nem entrem nessa vida triste. E se a nossa boca fosse usada
para rezar alguns Rosários pelos pecadores ao invés de falar
besteira, muitas almas seriam salvas pela nossa oração.
As vezes eu vejo essa sociedade doentia. Vejo pessoas que caminham
com Deus, mas que ainda tem alguma coisa presa as coisas da terra.
Ouço alguns comentários bem terrenos, preso as coisas terrenas. Ao
saber do sofrimento de uma pessoa, a ponto de ser jogada na rua, com
vício do alcool, de fato em pecado. Vejo alguns comentarem “mas
fulana não pode fazer isso, a casa é dele, tem que dividir e não
fazer isso, etc.” E falam, falam. Mas rezar um Terço, quem faz? E
o pior, deveríamos pouco nos importar com o Civil, eu quero saber é
o espiritual. Comentam a vida de uma pessoa totalmente mazelada, e a
preocupação é a casa, e não que se ele morrer em estado de pecado
mortal irá para o inferno. Quanta hipocrisia! Claro que devemos
buscar a justiça aqui na terra, correr atrás dos nossos direitos.
Mas como diz nosso Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em
acréscimo.” (Mateus 6,33). É, mas parece que tristemente
as coisas se inverteram, e procuram-se primeiro as coisas do mundo, e
depois mais coisas do mundo, e depois mais coisas do mundo, e talvez
um dia busquem a Deus...
Outra vez ouvi um comentário um tanto quanto incoerente para com o
Evangelho. Uma pessoa tinha fama de ser homossexual, mudou-se da
cidade, e na outra cidade arrumou uma namorada. E o povo tava tudo
“glorificando de pé” porque o rapaz arrumou namorada. O detalhe
é que não se importam se estão vivendo ou não a castidade. Só
não sei se eles sabem mas... Sodomia (prática homossexual) é
pecado e vai para o inferno, assim como sexo fora do casamento também
vai. Mas o problema não era a salvação das almas, era só o nome
que poderia levar. Enquanto se perde tempo em conversas, que tal
rezar?
E como tem faltado hoje em dia pessoas que estejam dispostas a pagar
o preço pela salvação das almas. Cada um com seu talento.
Pregando, cantando, limpando um chão, intercedendo... Pra pregar o
cara cobra, pra cantar cobra 10x mais, pra limpar o chão não tem
ninguém, pra interceder (o que é isso?). É uma realidade triste.
Enquanto isso as almas estão se perdendo. É preciso rezar. Uns são
chamados ao Senhor a uma vida bem mais íntima no sentido de vida
religiosa, viver só disso, ser uma vítima como Santa Faustina.
Outros são chamados mesmo como leigos a se sacrificar pelas almas.
Como se faz necessário nos dias de hoje famílias santas que se
sacrificam para educar cristãmente seus filhos. É preciso casais
missionários que deem testemunho de que Jesus Cristo é o Senhor e
salvador, e Maria Santíssima é a Mãe da humanidade. Não podemos
mais ficar no comodismo, vendo o mundo desabar, as heresias
crescerem, e a gente na rede tomando água-de-coco.
Vale lembrar outra coisa dita por Nossa Senhora aos pastorinhos em
Fátima após Ela lhes mostrar o Inferno: “Vistes o Inferno,
para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus
quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se
fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão
paz.” - Para salvar as almas precisamos ser esses apóstolos
dos últimos dias, anunciar o Reino da Santíssima Virgem, para que
venha por meio dEla o Reino de Cristo. Devemos pregar a penitência,
o jejum, a conversão, como bem ensinava a mesma Virgem em uma
aparição no Brasil no século passado. É preciso pagar o preço.
Mas é válido lembrar que antes de fazer penitência pelos
pecadores, vamos nós mesmos nos converter. Avante soldados da
Imaculada.
Nossa Senhora também disse em Fátima que “Por fim, o Meu
Imaculado Coração triunfará”. Creiamos, rezando pedindo
a intercessão de Nossa Senhora, Ela triunfará sobre todo pecado do
gênero humano, e assim muitas almas serão salvas. Anunciemos a
consagração a Nossa Senhora. Espalhemos pelo Brasil e pelo mundo.
Espalhemos principalmente pelas famílias. As famílias estão sendo
destruídas, mas uma família unida pelas contas do Rosário jamais
se separará. Que a devoção da Santa Escravidão ensinada por São
Luís Maria Grignion de Montfort se espalhe mais ainda, e entre em
todas as famílias. Que as famílias sejam escravas de Jesus Cristo
por meio de Maria Santíssima.
Para finalizar quero só relembrar que MUITAS almas estão se
perdendo por falta de oração. Que tal passarmos a rezar pelos
pecadores. Cada um na sua vocação, no seu estado de vida, mas
unidos ao mesmo Coração de Mãe, para salvar as almas. Foi revelado
para Santa Brígida que Nossa Senhora, por ter sido fiel até a cruz,
recebeu os méritos de obter a salvação de quem Ela quiser. Então
vamos fazer campanhas, cruzadas, de oração do Terço, do Rosário,
Mil Ave-Marias, enfim, para a conversão dos pobres pecadores,
santificação do clero, e o Triunfo do Imaculado Coração de Maria.
Ninguém é sem função na Igreja, todos nós temos a função de
orar sem cessar.
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Salve Maria Imaculada, refúgio dos pecadores.