O dia em que Deus falou comigo através de uma criança
Salve Maria Imaculada, nossa
Corredentora e Mãe!
Caríssimos
leitores, gostaria de iniciar este post fazendo uma confissão: tenho uma forte
tendência a desistir das coisas. A minha trajetória de vida, até aqui, é
marcada por uma grande luta contra meu maior inimigo: eu mesmo. E nesta luta
travada contra mim mesmo eu tenho marcado no meu passado várias desistências, a
saber: curso iniciado, não concluído; karatê, dois meses e desisti após passar
mal; no segundo ano do Ensino Médio reprovei por falta de ânimo, no ano
seguinte parei no meio do ano alegando querer trabalhar – que também desisti no
fim do mesmo ano, e no terceiro ano de 2º ano, desisti e fiz um supletivo para
terminar logo. Tinha sonhos, logo deixados de lado. Consegui um emprego em um
Hospital, realmente por uma graça, não cheguei, porém, aos três meses e desisti
para novamente tentar ser vendedor para ganhar mais. Desisti das vendas de novo
(coisa que foi e voltou na minha vida). Iniciei a Faculdade de Direito,
trancada (neste caso por não ser minha vocação, embora na época nem se quer
disposição eu tinha, senão uma ganância pelo status que tal curso me traria). O
fato é que eu sempre desisti das coisas. Não tinha muita persistência.
Mas
aí, como você deve saber caso seja leitor deste blog, Jesus Cristo por
intercessão de Sua Mãe Maria Santíssima agiu poderosamente na minha vida.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, a vida cristã é um duro combate; e
não importa os pecados que você cometeu no passado ou se você sempre foi um
santo, sempre teu maior inimigo será você mesmo. A Misericórdia de Deus perdoa
todos os teus pecados, lava o teu passado no Sangue de Jesus Cristo; mas o
passado continua existindo, com suas marcas e glórias, faz parte da tua vida.
Ou nós olhamos para o passado como um sinal de gratidão a Deus por ter nos amado
quando menos merecíamos, ou iremos ficar enegrecidos à sua sombra, desesperando
por achar que não poderá mudar.
Foi
a uma situação parecida que cheguei a ser tentado a entrar. Cinco anos após
trancar a faculdade de Direito, o Senhor me iluminou e descobri meu chamado:
Pedagogia. Vocês não têm ideia da alegria que sinto na alma, e não no ego. Sim,
não confunda as coisas. Antes o fazer Direito, para mim, tinha a ver com
status, poder, prováveis altos salários; ser Pedagogo, ser Professor, porém, é
uma vocação, algo que dá sentido à minha vida, é aquilo da qual move o meu ser
para servir a Deus, para servir a Verdade. Porém, como disse certa vez o Papa
Francisco: “não há santo sem passado, e não há pecador sem futuro”. E embora eu
enxergue o estudar pedagogia, o ser pedagogo, o ser professor, como o meio de
santificação que Deus me deu, o meu passado batia a porta para me atormentar.
As tentações que me vinham (e por vezes vem) são as do tipo: já desistiu tantas
vezes, vai desistir de novo; não vai aguentar ir até o fim; está atrás de
dinheiro novamente; é orgulho; vai se perder na faculdade; você não dá conta de
estudar, é preguiçoso, distraído, não faz nada que preste.
Pela
minha própria história de vida, pelas desistências e maus hábitos, estudar
parecia um peso. Eu sou extremamente distraído! Redes sociais, conversas,
coisas que não tem nada a ver me roubam a atenção rapidamente. É uma fraqueza.
Mas havia alguns agravantes: moro em uma região extremamente barulhenta, e como
estudo EAD, minhas limitações podem me levar a nocaute facilmente. Muitas vezes
não conseguia estudar por causa do meio, mas quase sempre por causa das minhas
próprias fraquezas. Foi aí que um dia, rezando diante do altar com a imagem de
Nossa Senhora e Jesus Misericordioso, comecei a ficar irritado (não com Deus,
mas com as situações que me impediam de estudar); comecei a querer soar pelos
olhos (sim, soar pelos olhos, porque homem não chora!) e repetidas vezes dizia
que não dava conta. De fato, sem a graça de Deus não dou conta. Mas, como
sempre desisti das coisas, e de certa maneira até de mim mesmo pela entrega a
apatia que sempre tive, o temor de não dar conta me invadia.
Já que
não conseguia estudar mesmo, permiti que o garotinho de quatro anos que minha
mãe olha pudesse brincar aqui na minha sala de estudos. Enquanto me distraía no
PC, ele brincava. De repente aquele garoto começa a falar:
-É mesmo?
-É. Seu
nome agora é Jorge.
-Jorge?
-É. Jorge
Guerreiro!
Bastou
ele falar isso e senti o impacto de um oráculo da parte de Deus vindo da boca
de uma criança. Quando ele disse “Jorge Guerreiro” percebi claramente Deus
falando comigo, que devo ser guerreiro e não desistir. Aquele garotinho de
quatro anos não vive em um lar católico; embora fique aqui em casa boa parte do
tempo, não somos devotos de São Jorge. Onde ele ouviu falar de “Jorge Guerreiro”?
E mesmo que em algum lugar ele tenha ouvido falar este nome, eu sei que foi o Espírito
Santo que o inspirou a brincar do meu lado e pronunciar tais palavras para me
animar antes que o demônio da depressão me pegasse querendo novamente que eu desistisse.
Após ele
dizer que eu ia me chamar “Jorge Guerreiro”, resolvi pesquisar na internet a
história de São Jorge, afinal, nunca entendi o porquê ele está vencendo um
dragão. Após ler a história, vi como de fato aquele garoto foi usado por Deus
para falar comigo. Fiquei impactado com a história de São Jorge e o Dragão,
embora seja uma lenda, pois traz a minha missão e a dos novos educadores
católicos. A lenda conta que as margens de um lago escondia-se um tenebroso
dragão que aterrorizava os moradores da cidade próxima dali. Ofereciam, então,
duas ovelhas por dia ao dragão; porém, quando veio a faltar ovelhas, começaram
a oferecer rapazes e moças. Começaram a sortear quem seria sacrificado ao
dragão, e a “sorte” caíra sobre a filha do rei. Avistando a jovem princesa chorando
às margens do lago, São Jorge que passara por ali perguntou o que se sucedera.
Ao avistar, porém, o dragão vindo ao encontro da princesa para devorá-la, São
Jorge monta no cavalo, fez o sinal da cruz, recomendou-se a Deus, e atingiu a
cabeça do dragão fazendo-o cair no chão. Depois mandou a princesa pegar seu
cinto e amarrar no pescoço do dragão, que seguiu-os para a cidade qual
cachorrinho manso. A cidade ficou espantada, São Jorge pregou Jesus Cristo, e
milhares de pessoas foram batizadas.
Como
Jorge Guerreiro, eu – e também você que quer pedagogo/professor(a), deve lutar
contra o dragão que está devorando a pureza e a inocência das crianças. Muitas
vezes os próprios pais é que sacrificam seus filhos aos dragões que pervertem a
infância e juventude. Deus falou comigo naquele dia através de uma criança,
afirmando que devo ser como São Jorgue, guerreiro, e assim como na lenda diz
que ele, fazendo o sinal da cruz e recomendando-se a Deus, venceu o dragão e
salvou aquela moça, também devo, pelo poder da Santa Cruz e pela graça do
Espírito Santo, vencer todos os obstáculos que aparecerem na minha frente para
alcançar o bem maior da salvação das crianças e jovens. Se nós, caríssimos, não
salvarmos as crianças, o Estado (dragão) com essas escolas impregnada de uma falsa
pedagogia irá perde-las com a ideologia de gênero, com a promiscuidade sexual,
com a destruição da família, e com a própria ignorância, afinal nem uma
educação de qualidade se dá nas escolas. Precisamos trabalhar pelas crianças e
jovens, tanto para a formação religiosa, mas também para a formação humana. Se
tu e eu não formos Jorges Guerreiros, o dragão irá devorar nossos jovens.
Quantos jovens vão precisar desgraçar suas vidas no crime, na drogadição, na
prostituição, para que nós acordemos para a vida e assumamos a nossa
responsabilidade de educa-los? Afinal, muitos por aí querem doutrina-los, mas
onde estão aqueles que querem educa-los?
Eu não
sou nada. Se sou, sou apenas um pecador miserável. Mas Deus quis e quer me
usar. Deus quer te usar. A minha desistência não é uma desistência de mim
mesmo, mas é desistir do futuro do Brasil. Eu só escrevi isso aqui e postei
para que todos pudessem ler, não para me exaltar, nem tampouco para me fazer de
coitado ao citar a minha fraqueza. Mas unicamente com o intuito de dizer: você
não pode desistir do sonho de Deus para você! Você não tem o direito. Jesus
Cristo morreu na Cruz por você! Ele podia ter desistido, mas Ele prosseguiu
para salvar você e eu, salvar a toda a humanidade. Por que desistiríamos do que
Ele quer para nós? Seja guerreiro! Não importa se você tem o chamado a ser
pedagogo, médico, filósofo, padre, freira, psicólogo, jornalista, jogador de
futebol, escritor, músico, ou qualquer outra profissão. Se foi Deus quem
inspirou, busque fazer com perfeição. Eu disse: busque fazer com perfeição. Se
não conseguir, paciência. O perfeito para Deus não é a exatidão, mas a
tentativa de fazer exato. As vezes, admito, nada sairá exato, mas sim errado.
Mas Deus se alegra nas quedas de seus filhos quando veem nos seus corações o
desejo de se levantar. Não importa se você, como eu, já desistiu das coisas a
vida toda. Não importa se antes de ler este texto você já havia até desistido
de viver. Não desista, Deus não desistiu de você. Ele só quer que você tente
outra vez. Olhe o passado com olhar de Misericórdia. Se iniciei falando que
sempre desisti, olha que interessante, um lado bom: passei a vida tentado. Não
importa se a vida é cheia de quedas; o triste é se nela não tiver
soerguimentos. Você não dá conta. Eu não dou conta. Mas Ele disse “sem mim nada
podeis fazer” (João 15,5). Ele também disse que não seríamos tentados mais que nossa força (cf. 1Cor 10,13). Ele, ao dar os talentos, deu a cada um segundo a sua capacidade (cf. Mt 25,15).
Deus chamou? Somos capazes! Somos guerreiros! Somos santos, não de calça jeans,
mas de joelhos ralados, olhos inchados de chorar por nos vermos incapazes de
fazer algo bom, mas que não desistem de fazer o que Deus pede, que não desistem
de si, pois Aquele que tinha todas as razões do mundo para desistir não o fez.
Sabe por que? Porque o Amor vence toda realidade. O Amor sara qualquer passado.
O Amor abrilhanta todo futuro. O Amor dá sentido ao presente. O Amor.. O Amor
me explicou tudo. O Amor disse que tu e eu temos que ser guerreiros.
No meu
caso, caríssimos, olho as crianças e pergunto-me: não vale a pena o sacrifício?
Não vale a pena tentar outra vez? Estou no segundo semestre. Mais um de
hipocrisia nesta luta contra mim mesmo. Mas, não vale a pena, pelas crianças e
por Deus, lutar contra mim mesmo? Eu sempre achei que eu era um fracote, um zé
mané. A verdade é que eu sou forte. Sou um homem de aço. Há muito tempo tento
me vencer e não consigo. Mas, mesmo apanhando muito de mim mesmo, cada roud
saio vencedor se lutar com as forças do Amor de Jesus. A carne pode ser fraca –
ou nesta analogia, forte – mas a força do Senhor supera tudo. Quando estou
cansado de mim mesmo, tenho diante de mim a Cruz, a Virgem Maria, o meu próprio
passado, o meu presente, e o futuro (crianças e jovens) que o Senhor me pede.
Por que desistir?
Por isso,
repito, não desista dos planos de Deus para você. Desista, sim, se a vida que
você leva não for vontade de Deus. Então, procure saber onde Deus te quer, o
que Deus quer que você faça. Todos nós temos uma missão nessa vida. Qual é a
sua? A minha é educar. E embora reconheça que sou meu maior inimigo e que sou
cheio de defeitos, como é doce me irritar comigo mesmo mas ser feliz. É
estranho, mas todo sofrimento que sinto, toda incompreensão, má palavra, enfim,
tudo é doce porque ser educador é a vocação que Deus me deu. Na época do
Direito, não tinha sentido, a vida era pc, play station, dormir. Tudo era um
saco! Hoje é glória! É cruz? É. Mas eita cruz gloriosa. Não, não é fácil. Não
estou querendo poetizar. Mas é que quando Deus chama, quando é o sentido da
vida, as cruzes tem sentido. Afinal, se eu não tivesse que lutar para me
educar, como poderei entender o outro para educa-lo?
No mais,
caríssimos, se teu chamado também é a educação, persista. Prossiga. Muitas
pessoas não entendem, houve quem dissesse que não adiantaria de nada porque o
sistema educacional está tomado pelos marxistas. Mas se nós, pelo sinal da cruz
e sob o manto da Virgem Maria, não lutarmos pelas crianças, veremos o futuro
ser devorado pelo demônio e nós mesmos seremos digeridos no quinto dos
infernos. Mas se fizermos o que Deus nos pede, veremos as crianças que hoje o Estado
quer doutrinar, conduzindo este dragão qual cãozinho; afinal, uma nova nação
surgirá dos nossos pequeninos. O Brasil será aquilo que fizermos dos pequenos
brasileiros. O demônio quer lhes dar impureza, mas se nós educarmos nossos
pequenos, veremos o futuro do Brasil com o Rosário na mão derrotando satanás.
Finalizo
pedindo vossas orações, porque as palavras podem ser legais, mas a batalha é
grande. Que Deus não me permita desistir. Afinal, aqui é Jorge Guerreiro sob o
comando da Imaculada Conceição!
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Após concluir o texto lembrei-me de outro fato: dias depois, averiguei que na casa que está em reforma, no meu antigo quarto tem um adesivo de São Jorge na porta - que usava como quadro para brincar de professor quando criança.
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Após concluir o texto lembrei-me de outro fato: dias depois, averiguei que na casa que está em reforma, no meu antigo quarto tem um adesivo de São Jorge na porta - que usava como quadro para brincar de professor quando criança.
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