Vemos o exemplo de
São Pedro, nosso primeiro Papa. Este homem, pescador, e mais, pecador. Era um
ignorante, talvez para muitos que vêm hoje SS Papa Bento XVI tão culto, seja um
escândalo ao meditar que o primeiro Papa era um ignorante. Quantas vezes não
vemos no Evangelho este homem sendo repreendido por Jesus? Claro, ele já tinha
dentro dele o chamado, pois somos consagrados desde o ventre materno. Mas, sua
cultura era pobre. Mas este homem fez algo que talvez eu e você ainda não
tenhamos a coragem de fazer: largou tudo e a todos para seguir Jesus Cristo
(cf. Lucas 18,28)! Como é difícil largar tudo e a todos para seguir a Jesus,
não? E não digo somente em casos de vocações religiosas e/ou sacerdotais. Digo
mais ainda no dia-a-dia, de fazer o que Jesus faria, falar o que Jesus falaria
e, agir totalmente pela ação de Deus. Recusar as coisas do mundo. São Pedro,
assim como os outros discípulos e apóstolos, talvez tivessem capacidade para
tocar suas vidas normalmente no meio secular (por assim dizer), e continuar com
suas vidas – que sem Deus seria medíocres -, e se apegar ao passageiro, como
fez o jovem rico. Mas não, Pedro sempre tomando a frente, foi um dos primeiros
a abandonar tudo.
Até mesmo quando se
realizou as escrituras, ele foi o primeiro a querer abandonar a barca de Jesus.
São Pedro, o mesmo ao qual Jesus edificou Sua Igreja declarando: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu
edificarei a minha Igreja; as portas do inferno nunca prevalecerão
contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus. E tudo o que desligares na terra será desligado nos
céus.” (Mateus 16,18-19). Como todos sabem, São Pedro veio negar Jesus três
vezes. E não foi para pessoas grandes não, foi para servos. E nós, muitas vezes
queremos dar uma de convertidos, de santos do pau oco, e até em meio a grandes
nos saímos bem, fingimos ser o que não somos. Mas quando chega o aperto, em
meio aos pequenos, em meio à ameaça de morte, negamos a Cristo. Silenciamos o
brado de Deus. Praticamente dizemos não ao Espírito Santo. Mas, São Pedro me
fascina por outro aspecto. Além de ter vivido uma vida de pecados, ser
ignorante, bruto, e até cometer um dos maiores pecados da humanidade que foi
negar Jesus; ele tem um novo encontro com Cristo (cf. João 21, 15-23), e ali
Deus o cura na mesma medida em que Pedro feriu Jesus. Por três vezes Pedro
negou, e por três vezes Cristo perguntou se ele O amava. O amor de Pedro, a
obediência e o chamado, o sentido da vida de Pedro, era tão ligado a Jesus
Cristo, que ele foi conduzido a glorificar a Jesus da forma que ele quis evitar
ao negar Jesus: na cruz! Você sabia que Pedro foi crucificado? Mas, seu
martírio é tão impressionante, que ele não foi simplesmente crucificado. Ele
foi crucificado de cabeça para baixo, pois dizia ele que não era digno de
morrer como seu Senhor morreu. Nós muitas vezes queremos tudo que Jesus teve e
fez, mas só as glórias, e não a humilhação. Pedro é um belo exemplo para você
se converter de verdade (nós na verdade). E assim como Pedro, após o
Pentecostes, sair pregando aos quatro cantos do mundo que Cristo ressuscitou
(cf. Atos dos Apóstolos 2ss).
E de São Paulo, o
que dizer? Este cidadão que era um perseguidor dos cristãos. E ele não era um
perseguidor como se acham alguns “neo-ateus” modinhas de nosso tempo, que fazem
vídeos na internet com argumentos fajutos e insanos para tentar “provar” que
Deus não existe; e declaram ofensas aos Cristãos. São Paulo, além de ser um “perfeito”
pecador, era também um assassino de Cristãos. Ele tocava o terror em quem
tocasse no nome de Jesus. Aí podemos ver irmãos, que assim como Pedro e Paulo,
não adianta negar sua vocação, se Deus te chama, uma hora você terá um choque
com o Ressuscitado que te fará ver que sua vida não tem sentido se não tiver
Deus. Paulo caiu do cavado quando Cristo lhe aparece, e fica cego (por três
dias) (cf. Atos dos Apóstolos 91ss). Já ouviu aquela frase que Deus escolhe os
fracos para confundir os fortes (mais ou menos isso)? Foi parecido com Paulo,
apesar de ele ser forte, mas Deus escolheu um perseguidor para pregar o Evangelho,
e o povo ficava confuso, como podemos ver no seguinte versículo: “Este não é aquele que perseguia em
Jerusalém os que invocam o nome de Jesus? Não veio cá só para levá-los presos
aos sumos sacerdotes?” (Atos 9,21). O povo fica confuso, porque Deus faz
milagres para mostrar Sua glória. E qual milagre maior do que a conversão? E a
conversão de Paulo foi um milagre. Por isso, o povo foca muito na vida passada
de Paulo, sem ver muito aquilo que ele se tornou: anunciador do Evangelho de
Jesus Cristo. Acontece muitas vezes conosco, de as pessoas não quererem dar
créditos as nossas palavras por conta de nosso passado. Mas, se meu passado foi
de um pecado horrendo, como o foi, que a Virgem Maria interceda pelo perdão,
que de regra – sem presunção – foi perdoado pelo Sacramento da Penitência
(Confissão); e que meu futuro seja santificado pelo Espírito Santo. “Não vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora, não recordeis mais as coisas antigas, porque eis que vou fazer obra
nova, a qual jpa surge: não a vedes?” (Isaias 43,18). São Paulo viveu isso,
abandonou o passado na Misericórdia de Deus, e o futuro na Providência
divina (como vai dizer mais ou menos assim São Padre Pio)
Acho incríveis os
preceitos de Deus. São Pedro se torna Papa; São Paulo um grande pregador,
inclusive de grande mérito por ter várias de suas cartas incluídas no Canon da
Bíblia Sagrada. E eles foram de carne e osso como eu e você. Tiveram as mesmas
dificuldades, barreiras. Até a graça foi a mesma: receberam o Espírito Santo. O
problema é o que eu e você fazemos com o Espírito. Ou melhor: o que deixamos o
Espírito Santo fazer em nós. E não digo de forma “Carismática”, pois quem é
cheio do Espírito é aquele que dar a vida por Cristo e Sua Igreja, independente
de dons e carismas. Você pode ministrar curas e prodígios milagrosos, mas se
não ministrar o maior milagre que é, pela ação do Espírito Santo, se
converter... A coisa fica feia para você meu caro(a). Converta-se! Foi o que
fez Pedro e Paulo antes de pregar a conversão para os demais. Você pode ter
feito coisas horríveis no seu passado, mas o que vale é o desejo e a vida de
santidade atual e futura. Tenha uma vida de oração, confissão, Rosário diário,
etc. Pois somente assim, você poderá amar a Jesus a tal ponto de querer ser mártir
como São Pedro e São Paulo. Não de forma presunçosa, mas de forma vocacional.
Pois nascemos para amar aquele que nos amou primeiro. E seguindo o exemplo de
São Pedro e São Paulo, como poderei eu não morrer de amor por quem morreu de
amor por mim?
“Referi-vos
essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições.
Coragem! Eu venci o mundo.” (João 16,33)
Veja aqui o filme de São Pedro: http://catolicoargrade.blogspot.com/2012/01/seguir-um-filme-que-fala-da-vida-do.html
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