Um só povo no Coração de Maria

by - janeiro 04, 2015



[...] E eis que a estrela, que tinham visto do Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.” (Mateus 2,9-12)

Salve Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!

Nós podemos nesse trecho desta epifania (manifestação) do Senhor algo muito importante que, não pouco profetizado pelos santos da Igreja, acontecerá também no fim dos tempos na grande epifania da volta de Nosso Senhor Jesus Cristo para instaurar definitivamente Seu Reino de Glória, como novos céus e nova terra, por todos os séculos dos séculos.

Os reis magos eram de uma região do Oriente, portanto, não eram judeus. Com isso quero destacar que estes não faziam parte do chamado “povo da promessa”. O povo judeu foi o povo escolhido, mas estes rejeitaram o Senhor. Claro, Jesus veio também trazer a salvação para nós, porém, veio para os seus em primeiro lugar, mas os seus (judeus) o rejeitaram. E essa “rejeição” começa desde o nascimento de Jesus. Lembremos que Nossa Senhora e São José não foram acolhidos na hospedaria, tendo que ser feito o parto numa pobre gruta de Belém. Quando Jesus nasceu, os primeiros a adorar não foram os mestres da Lei, o sumo sacerdote, os escribas, ou qualquer que fossem dos importantes humanamente falando; mas quem primeiro foi adorar – depois da Virgem Maria e de São José obviamente – foram os pobres e simples pastores, e, como vemos nesta narrativa evangélica citada no início deste texto, três reis magos que nem judeus eram.

A estrela que guia os reis magos – que não praticavam magia, mas que provavelmente eram os sábios de suas terras e/ou tinham a ciência da astronomia, que nada tem a ver com as superstições – desde o Oriente até aquela pobre gruta. Isso quer dizer que a luz do Senhor brilha para os povos pagãos até a gruta onde está Jesus. A estrela na verdade é só um reflexo do próprio Jesus que é a própria luz. Jesus atrai estes reis que não são judeus; e aqui fica claro que Jesus veio para reinar sobre todos os povos, sobre todos aqueles que aceitarem o Seu senhorio. Ele atraiu os simples, atraiu os pagãos, atraiu a nós.

Hoje Nosso Senhor também continua com uma estrela, com uma luz, manifestando Sua existência, Seu amor, guiando os povos – pagãos ou de diversidade de doutrinas – para um mesmo redil. Há dois mil anos atrás a estrela guiou os reis magos para a pobre gruta de Belém. Hoje para nós aquela gruta de Belém simboliza a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. A estrela guiou os magos até a gruta; hoje o Senhor de diversas maneiras tem suas “estrelas”, meios, graças, dons, para guiar todos os povos para o redil da Santa Igreja. Basta seguir a estrela, seguir as moções do Espírito Santo. Por isso devemos compreender que sim, sim, o Espírito Santo também aje em outras religiões, no protestantismo, por exemplo, mas sempre dando uma luz para guiar para à unidade da Igreja Católica. O ecumenismo que visa deixar cada um na sua doutrina é diabólico; mas o Espírito Santo manifesta-se também no protestantismo e em outras religiões não cristãs, para atraí-los para a verdade da única e verdadeira religião: Igreja Católica.

Isso para muitos de nós é um escândalo, não aceitamos que o Espírito aja fora da Igreja. Ele aje, mas a salvação só está na Igreja Católica. Eis porque digo, o Espírito Santo age fora para atrair para dentro. Assim como ocorreu com os reis magos, atraídos por uma estrela entraram para a gruta, e permaneceram na fé em Jesus Cristo O adorando. O problema é que, principalmente no protestantismo, Deus manifesta uma estrela para atrair o povo para a gruta (Igreja), mas começam a se contentar com a estrela, e não chegam ao fim da caminhada até a gruta. Um grande exemplo disso é o ex pastor protestante Fernando Casanova, que participava de uma seita pentecostal, ou começar a estudar sobre a Igreja afirmava que sempre vinha no Coração que a Igreja dos atos dos Apóstolos era a Igreja Católica; porém, este repreendida achando que era o diabo. Deus fala no protestantismo, o problema é que quando Ele fala apontando a Igreja, acabam achando que é o diabo; mas quando o diabo ou mesmo a própria carne começa com o achismo a respeito da Igreja, começa-se a proclamar em nome do Espírito Santo. Quem quiser ouvir o riquíssimo testemunho de Fernando Casanova basta clicar aqui.

Mas o fato principal é que ocorreu algo nessa epifania do Senhor que acaba passando batido, e que está ligado a profecias de santos da Igreja sobre a volta de nosso Senhor Jesus Cristo. O que aconteceu na adoração dos reis magos, está começando a acontecer e acontecerá em plenitude na volta de Jesus Cristo.

Deus manifestará fora para atrair todos os povos para a única e verdadeira fé: Católica! Porém, assim como os reis magos chegaram e encontraram Jesus nos braços da Virgem Maria, e ali mesmo O adoraram; também nestes tempos temos que adorar Jesus nos braços de Nossa Senhora. Os povos pagãos e demais membros separados da Igreja retornaram quando se estabelecer a verdadeira devoção ao Imaculado Coração de Maria; e esta devoção atrairá povos e nações para a gruta (Igreja) e ali adorarão o Santíssimo Sacramento pelo Coração de Maria. Sim, os povos encontraram em Maria o Menino Jesus. E é por isso que a conversão dos protestantes, dos judeus, e de tantos quantos ainda devem se converter, está emperrada: pois pouco se tem falado da Virgem Maria. Quando fizermos a Virgem Maria brilhar, então acontecerá essa epifania do Senhor Jesus pelo Coração Imaculado de Maria, e então, Maria se tornará a Senhora de todos os povos, e Cristo Reinará e será adorado por todos os povos.

Isso é o que já dizia São Luís Maria Grignion de Montfort na obra “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria” da qual cito alguns trechos significativos:
Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio dela que Ele deve reinar no mundo.” (TVD nº1)
Maria Santíssima tem sido, até aqui, desconhecida, e que é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser.” (TVD nº13)
Nesses últimos tempos, Maria deve brilhar, como jamais brilhou, em misericórdia, em força e graça. Em misericórdia para reconduzir e receber amorosamente os pobres pecadores e desviados que se converterão e voltarão ao seio da Igreja Catolica; em força contra os inimigos de Deus, os idólatras, cismáticos, maometanos, judeus e ímpios empedernidos, que se revoltarão terrivelmente para seduzir e fazer cair, com promessas e ameaças, todos os que lhes forem contrários. Deve, enfim, resplandecer em graça, para animar e sustentar os valentes soldados e fiéis de Jesus Cristo que pugnarão por seus interesses. Maria deve ser, enfim, terrível para o demônio e seus sequazes como um exército em linha de batalha, principalmente nesses últimos tempos, pois o demônio, sabendo bem que pouco tempo lhe resta para perder as almas, redobra cada dia seus esforços e ataques. Suscitará, em breve, perseguições cruéis e terríveis emboscadas aos servidores fiéis e aos verdadeiros filhos de Maria, que mais trabalho lhe dão para vencer.” (TVD nº 50)

Enfim se queremos a unidade dos cristãos, a conversão dos verdadeiros judeus e também dos povos pagãos que não conhecem a Deus, o caminho é clamar à Nossa Senhora que Ela brilhe, e começarmos a fazer com que Ela seja conhecida e amada, para que Cristo seja adorado em Seu Coração. Não há outro caminho. Se queremos apressar a vinda de Cristo, se queremos que Cristo Reine, devemos dobrar nossos joelhos, rezar nosso Rosário, e anunciar a consagração a Nossa Senhora com um meio seguro e certo para alcançarmos a santidade com o auxílio de Maria.

Por Maria os judeus se converterão cumprindo as profecias das Sagradas Escrituras. Por Maria os protestantes renunciarão suas heresias e retornarão (ou adentrarão) ao seio da Santa Igreja. Por Maria conseguiremos evangelizar os pagãos. Por Maria os cismáticos regressarão a unidade plena da Igreja.

E como acontecerá isso? Nossa Senhora ainda há de brilhar mais! Existem quatro dogmas de Nossa Senhora proclamados pela Santa Igreja: Imaculada Conceição, Virgindade Perpétua, Maternidade Divina e Assunção (onde o Papa também define que Nossa Senhora assunto foi coroada como Rainha). Existe um quinto dogma a ser proclamado e que será luz dos povos. Quando este dogma for proclamado, fechando os cinco dogmas, fará com que os cegos enxerguem a luz que direciona a gruta e possam enfim ver Jesus nos braços de Maria. O mundo está perdido porque veem Jesus em tudo quanto é lugar, mas o Deus verdadeiro de Deus verdadeiro está nos braços de Maria Santíssima.

O dogma da qual me refiro é o da Co-Redenção da Virgem Maria. Falo dogma para um melhor entendimento, é algo que a Igreja ainda não proclamou como dogma. As grandes conversões acontecerão com a proclamação deste dogma.

Os reis magos chegaram na gruta e adoraram Jesus nos braços de Maria. É belo ver como São Mateus não deixa este detalhe passar despercebido. Nos braços de Maria, primeiro sacrário e primeiro ostensório, Jesus foi adorado. E se a primeira adoração pública de Jesus foi feita nos braços de Maria, hoje Ele deve continuar sendo adoração nos braços e no Coração Imaculado de Maria, e os povos também O adoraram assim. Sem ser por Maria, labutaremos até a fadiga em vão e colheremos poucos frutos.

O mundo de hoje têm rejeitado Jesus. Não tem pregado o verdadeiro Jesus, o verdadeiro Evangelho. Uma confusão total. Falsas doutrinas, falsos profetas. Mas, se o mundo materialista, ateísta, marxista, um mundo que nega a existência de Deus, ainda verá o brilho da graça de Deus e poderá se converter se anunciarmos a Co-Redenção da Virgem Maria. Assim como os reis magos adoraram o Menino nos braços de Nossa Senhora, essa nação também adorará Jesus nos braços de Maria, como no Calvário, onde a Virgem segurava não um Menino, mas O Homem-Deus entregando Sua vida no madeiro da Cruz. Sim, a sociedade de hoje, pelos pecados horrendos que se tem cometido, tem matado Deus novamente; e como no Calvário, quando Cristo morto estava nos braços da Virgem Maria, os presentes ainda podia contemplar a Misericórdia de Cristo pelo olhar de Maria Santíssima. Cristo não podia falar, mas o Coração que amou continua batendo junto ao Imaculado Coração de Maria, pois Jesus e Maria são inseparáveis. E no Calvário se cumpriu as palavras proféticas de Simeão para Nossa Senhora “E uma espada transpassará a tua alma” (Lucas 2,35). E assim encontraremos Nossa Senhora hoje: segurando Jesus, que tanto ofendemos, mas por Sua Misericórdia e pela intercessão de Maria, podemos adorá-Lo em seus braços, pelos méritos da Sua Co-Redenção.

Quem puder escreva ao Papa pedindo que possa estudar o caso da proclamação deste dogma. Mas façamos o que está ao nosso alcance: rezemos e façamos conhecer as dores de Maria e anunciemos a Sua Co-Redenção.

Afinal, a Co-Redenção – além de estar explícito na doutrina católica – não está no clamor das mensagens de Nossa Senhora em Fátima (aprovadas pela Igreja). Afinal, após mostrar o inferno para as três crianças, Nossa Senhora disse “Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”. O Coração de Nossa Senhora foi transpassado por uma espada de dor, principalmente quando a lança abriu o Coração de Jesus, Ele estava morto, e Ela sentiu as dores, e selou Sua Co-Redenção. Não quer Deus com isso que o mundo conheça as dores de Maria para ser nosso último remédio de Misericórdia? Não será por isso que na última aparição de Nossa Senhora em Fátima, no episódio do milagre do sol, Ela apareceu como Nossa Senhora do Carmo e após como Nossa Senhora das dores? Não quer Deus evidenciar as dores de Maria? Anunciemos a Co-Redenção de Maria, pois isso agrada a Deus.

E só para um esclarecimento: o sofrimento total da Virgem Maria junto a Cristo, com Seu compadecimento e com a espada que lhe transpassa o Coração quando a lança abre o lado de Jesus, lhe dá a graça de ser Co-Redentora. Todo sofrimento que temos gera salvação, mas o da Virgem Maria é um sofrimento Imaculado. São Paulo pode dizer que o que faltava a cruz de Cristo ele completava em sua carne (cf. ); mas São Paulo antes de se converter era um pecador, assassino perseguidor de cristãos. Já o mínimo sofrimento da Virgem Maria tinha maior mérito porque Ela foi concebida Imaculada, ou seja, sem pecado, sem mancha. Por isso todo seu compadecimento aos pés da Cruz lhe deu a graça de ser Co-Redentora. Afinal, tantos santos salvaram milhares de almas com penitencia, oração, etc. Imagine as almas salvas pelo compadecimento da Virgem. O menor sofrimento da Virgem no Calvário tem mais mérito do que as penitências de todos os santos da história da Igreja até o dos que existirão até o fim dos tempos. Não, não é um sofrimento infinito, só o de Cristo teve mérito infinito por ser Deus; mas o da Virgem foi Imaculado, puro, sem mancha.


E para encerrar, quero dizer que de fato o mundo só encontrará a paz quando retornar ao Cristo crucificado. Quando se voltar para a Misericórdia de Jesus. E nós só encontraremos Jesus verdadeiramente no Coração de Nossa Senhora. Por isso, neste tempo em que cada vez mais se tem negado Jesus – seja com o ateísmo, seja com quem desiste de viver a santidade e começam a viver como pagãos – só se poderá contemplar a Misericórdia de Deus pelo olhar e pelo Coração de Nossa Senhora. Por isso encerro este texto com a frase de São João Paulo II em uma de suas catequeses sobre Nossa Senhora: “A participação de Maria no drama da Cruz torna este evento mais profundamente humano e ajuda os fiéis a entrarem no mistério: a compaixão da Mãe faz descobrir melhor a Paixão do Filho.”



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