A beleza do Matrimônio Católico

by - março 06, 2015




Salve Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!

Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei – falava Santo Agostinho, referindo-se ao próprio Deus. Da mesma forma muitos de nós, oriundos da geração que tem uma imagem deformada a cerca do casamento, podemos também dizer “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova”. Sim, até porque o matrimônio católico é um SACRAMENTO, ou seja, é sinal visível de Deus com os esposos. Não é um contrato de partilha de vida e de bens, como no civil; mas no matrimônio católico se faz aliança de corpo e alma entre os cônjuges e com Deus. A aliança não é entre os esposos, apenas, mas sobretudo com o Esposo, Cristo.

E esse pequeno trecho do louvor que S. Agostinho faz a Deus se encaixa tão perfeitamente no matrimônio nos dias de hoje! Ó, o matrimônio é uma beleza, tão antiga, porém, tão nova. Sabe-se da sua importância, da sua graça, da sua magnitude, da sua profunda união com o próprio Cristo. Porém, parece tão nova, afinal, é possível que encontremos casais que contraíram matrimônio há anos e ainda não sabem o que é. O matrimônio é um mistério, claro, só o entenderemos na vida eterna. Afinal, que poderá compreender em plenitude dois formarem uma só carne em união com o próprio Deus? Como compreender que apesar das misérias humanas, este matrimônio é o testemunho vivo da fidelidade e do amor de Cristo para com a Igreja? Como que Deus pode confiar a nós que herdamos a morte de eva, a graça de sermos co-criadores, sendo fecundos, abertos ao dom da vida, povoando a terra. A fecundidade no matrimônio – e principalmente a graça específica da maternidade – é uma demonstração escancarada da infinita Misericórdia de Deus. Aos desobedientes Deus lhe impõe a santa obediência de povoar a terra. Olhem pra Eva e vejam a Misericórdia de Deus sobre ela: ela trouxe a morte à terra por sua desobediência, mas a Misericórdia de Deus lhe concede a graça de ela trazer a vida pela maternidade. Conseguem compreender? Ela abriu a porta da morte, mas Deus lhe deu a maternidade para trazer a vida. Deus poderia ter lhe dado a desgraça da infertilidade; mas não, Deus lhe fez fecunda e lhe incumbiu de gerar para povoar a terra.

Hoje, no entanto, são tantas Evas que tem fechado essa porta da Misericórdia de Deus (maternidade) e expulsado a vida de seus úteros. Muitos não conseguem compreender a beleza do matrimônio, porque o Belo é a Vida, é Deus. Deus é belo. Deus é vida. E a vida que Deus faz gerar no útero da mulher tem sido expulsa e acabada. Como compreender a beleza do matrimônio se temos calcado aos pés seus santos frutos?

Beleza tão antiga e tão nova, eis o matrimônio católico. E eis que tarde se ama. Afinal, vemos sínodos dos Bispos e padres, pregadores, missionários, religiosos, religiosas, leigos, enfim, seja na mídia ou pessoalmente, sempre falando sobre o matrimônio. A Papa por meio do sínodo quer resgatar o valor e o profundo significado do matrimônio católico.

Oxalá tivéssemos amado essa beleza a mais tempo. Não falo dos nossos pastores (Papas), pois estes sempre falaram de sua beleza. Sempre nos alertou a Igreja – por meio dos Papas e/ou documentos – sobre a importância da vocação matrimonial na santidade e as drásticas consequências que seu dissolvimento (divórcio, por exemplo) traria para a sociedade e para a Igreja.

Afinal, muito se fala também da necessidade das vocações santas para a vida religiosa. Quem quer viver a virgindade hoje? Mas o sínodo dos Bispos discute sobre a família. Por quê? Por quê teremos a extraordinária graça da canonização dos pais de Santa Teresinha, Louis e Zélie Martin? Para nos mostrar o que é família. Resgatar os valores. A verdade é que nem mesmo muitos dos responsáveis pelos cursos de noivos sabem o que é o matrimônio. Talvez alguns padres não deem tanta importância e acabem aprovando e fazendo celebrações de qualquer jeito (aí entra a discussão da validade). Mas aí nós vemos duas raízes de um problema que tem minado a sociedade: um grupo considerável de pessoas não sabem o que é o matrimônio; e outro grupo considerável de pessoas, em suma também fazendo parte do outro grupo, se unem numa celebração sem preparação e com total relaxamento dos responsáveis. Perguntemos o que é matrimônio para muitos noivos que fizeram o curso, e talvez muitos responderão: seguir um costume da família que é católica; sempre foi assim; era um sonho da noiva. E os que tem uma caminhada razoável na Igreja talvez ainda acrescentem: pois após o casamento poderemos ter relações sexuais tranquilos, sem risco de pecar. Porém, é isso o matrimônio?

Quantos cursos de noivos em que só se fala lorota! Há até quem ensine a praticar métodos contraceptivos (e são abortivos, clique aqui e veja). Quantos que administram as paróquias só querem saber se pagarão a taxa, de resto “casa” tudo de qualquer jeito. Tem gente que nem católica é, pratica religiões que nem cristãs são, mas se casam. É preciso falar a verdade para o povo de Deus: devemos ensinar o que é o matrimônio. Até porque se não tem consciência do que se está pedindo pra Igreja, será que se recebe de fato?

Veja bem, por isso o Papa, juntamente com os Bispos e demais pessoas de boa fé, veem a necessidade de se voltar para a reflexão do que é o matrimônio. Afinal se não tem família santa, como virão jovens cristãos a assumir a vida religiosa? Falta padres? Claro, também falta pessoas que queira contrair matrimônio e serem abertos a vida e gerarem filhos para Deus.

Mas afinal, o que é este matrimônio católico, tão antigo, porém, tão novo? Ah meu irmão, eis uma vocação. E se Deus te chama a tal estado não exite. Se Deus te chama a outro estado de vida, não deixe de incentivar aqueles que são chamados ao matrimônio e nem deixe de rezar por eles.

Nosso Senhor Jesus Cristo ao ser indagado sobre o matrimônio, usando da criação do homem (Adão e Eva) disse: “Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mateus 19,4-6). O Apóstolo São Paulo também vai falar algo muito profundo sobre o mistério do matrimônio na Igreja: Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Certamente, ninguém jamais aborreceu a própria carne; ao contrário, cada qual alimenta e trata, como Cristo faz à sua Igreja – porque somos membros de seu corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois constituirão uma só carne.” (Efésios 5,25-31) -

Portanto, podemos ver nessas passagens a grande beleza do que é o matrimônio. Não são duas pessoas, agora é uma só. Assim como na Missa não é mais pão e vinho, mas sim corpo e sangue de Cristo, no matrimônio não são duas pessoas distintas, mas uma só em Cristo. Por isso o que Deus une não podemos separar. É uma traição a aliança feita com Deus. Olhe pra uma aliança de casamento e lembre-se que a aliança foi feita com Deus, depois com o(a) esposo(a).

São Paulo manda os maridos amarem as esposas como Cristo amou a Igreja. Que grande mistério é ver a comparação desta grande obra de amor, este mistério por si só que é a união de Cristo com a Igreja, com a união do esposo com a esposa. E se meditarmos bem, nessa comparação os homens devem imitar Jesus Cristo. Nosso Senhor Jesus em relação a Sua Esposa (Igreja), segundo São Paulo, se entregou por Ela para santificá-la. Assim deve um marido fazer: se entregar no matrimônio para santificar sua esposa, pruficando-a, e nas cruzes do dia a dia, na fé que ambos alimentam para com Deus, lutando para fazê-la feliz e santa, entregá-la no fim da vida como uma mulher santa e virtuosa. Um homem que casa com uma mulher sem a intenção de fazê-la feliz e santa, não entendeu nada do que é o casamento. No casamento ninguém casa para ser feliz, mas para ao menos TENTAR fazer o outro feliz. E, claro, santificá-la. Da mesma forma a mulher; afinal, São Pedro fala em relação as mulheres cristãs que são casadas com homens sem a fé que Se alguns não obedecem à palavra, serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples procedimento de suas mulheres, ao observarem vossa vida casta e reservada”(1PEdro 3,1-2). Por isso, muitas mulheres (homens também, mas principalmente as mulheres) gemem e sofrem pela conversão do seu conjuge. Mas pela fé, na persistência da oração, a glória de Deus se manifesta. Afinal, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família” (Atos 16,31).

Por isso, com coração exultante ao ver a Beleza do projeto de Deus a respeito do matrimônio, não temo em de ceta forma resumir o matrimônio nas seguintes palavras: um homem e uma mulher de Deus, quando se unem em sacramento, tornam-se deuses. Não no sentido de “auto-idolatria”, mas sim porque agora não são eles, mas, numa só carne, é Cristo que vive neles e por eles (cf. Gálatas 2,20). Uma só carne, com a carne de Cristo! Um só espírito com o Espírito de Cristo! Portanto, um filho de um casal, que comunga o Corpo e o Sangue de Jesus, herda o “dna” de santidade de Jesus.

Foi o próprio Jesus Cristo, nosso amado Deus, que nos afirmou: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim” (João 6,56-57). E Cristo não é homem para mentir (cf. Números 23,19). Portanto, um casal pela força do Sacramento do Matrimônio tem essa graça da presença de Cristo na família. Porém, um casal verdadeiramente católico vive essa graça em plenitude; uma vez que não se contenta apenas com a benção do matrimônio, mas comunga frequentemente do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Qualquer pessoa, de qualquer estado de vida, que comunga Jesus, em estado de graça, é Cristo que vive nela. Uma só carne, um só espírito. Portanto, meus amados, um casal unido em matrimônio que busca o esposo das almas, Jesus no Santíssimo Sacramento, caminha de graça em graça: suportará as cruzes e sofrimentos próprios do seu estado; terão o conforto do Cristo que se entrega por eles, animando-os a também fazerem o mesmo imitando Cristo; chegarão a santidade para o qual Deus os chama; e os filhos absorverão grande bem.

É exatamente por isso que vemos tantos jovens estragados pelo pecado. Os casais tem comungado Jesus ou o que? Veja bem, quando uma criança é formada no útero da mulher, esta criança herda o material genético de seus pais. Uma criança pode herdar doenças hereditárias. Até mesmo em relação ao espiritual. Uma criança surge da união do todo do homem com o todo da mulher. Da união de corpo e alma. No matrimônio há a graça. Mas superabunda em graça quando estes se alimentam do próprio Corpo e Sangue de Jesus. Se quando Comungamos a carne de Jesus está na nossa, e o sangue de Jesus no nosso; se é Ele que vive em nós; logo podemos concluir que quando um casal se une e gera uma criança, esta criança herda Jesus. Sim, herda a santidade de nosso Senhor Jesus Cristo. Se uma criança pode herdar uma doença, uma maldição (caso não tenha sido quebrada), como resistir em crer que a criança herdará a graça de Deus (claro que estará na graça propriamente dita pelo batismo)!

Por isso um matrimônio católico é belo porque estão unidos primeiramente com Deus. E os filhos são reflexos disso. Um homem que casa com uma mulher por amor a Deus; uma mulher que casa com um homem por amor a Deus. Buscam o matrimônio para serem unidos pela Misericórdia de Deus. E buscam rezar juntos todos os dias, quando possível, e sempre ir à Missa. Eis uma verdadeira família católica. E os filhos refletem isso, como disse, e posso testemunhar na família de católicos que conheço.

Os mundanos que esbanjam modernidade, que usam de tal e tal meio para evitar gravidez, que não vive a castidade no namoro, que vivem em adultério, que vivem o matrimônio só como busca de prazer sexual, que não se amam, etc., estes que estão usando preservativos e anticoncepcionais (que são potencialmente abortivos, diga-se de passagem), estes que acham que filho é cruz, etc., ah, estes não consigo contemplar uma felicidade plena. Talvez forcem algo, disfarcem bem. Mas, os que conheço que vivem aquilo que a Igreja prega: castidade no namoro, e fidelidade e fertilidade conjugal... Ah, meus irmãos amados! Quanta felicidade estampada no rosto. Em meio as cruzes, vejo a felicidade neles. Sabe por que? Porque descobriram que casamento é uma vocação, e não um mero contrato ou uma relação a dois (ou sei lá quantos como querem introduzir na sociedade) somente para prazer sexual. Não, meus irmãos, casamento é outra coisa.

Casamento é como o dos pais de Santa Teresinha, que viveram exatamente isso que falei: se casaram porque amavam a Deus. Após o matrimônio não trataram um ao outro como objeto sexual e/ou tentaram evitar filhos (se não existia métodos contraceptivos como hoje, existia práticas de aborto que algumas desnaturadas infelizes cometiam). Não, eles nunca buscaram isso. Sabe por que? Porque sabiam que tudo é pela graça de Deus. Como católicos que eram, viveram a fé. Iam a Missa, comungavam a Deus. Rezavam juntos. Quando vieram seus filhos, ou melhor, suas filhas, rezavam juntos. Todos unidos na família. Essa família podemos chamar de santa porque era uma família eucarística e mariana. Ó, que consolação. E como o amor de Louis e Zélie Martin por Deus refletiu nas filhas que Deus lhes deu: todas as cinco filhas que sobreviveram foram religiosas, dentre as quais a tão conhecida Santa Teresinha do Menino Jesus.

Querem mais Santas Teresinhas? Que tenhamos mais famílias como Louis e Zélie!

Eles souberam deixar Cristo fazer brilhar Sua Misericórdia em seu casamento. Afinal, se muitos hoje cobram divórcio e coisas do tipo, é porque não tiram sua força de Cristo. Ou porque casaram (ou não, caso o casamento seja nulo) por outros motivos, seja por beleza, interesse, ou outra qualquer, mas não o de amar a Deus e se santificar; ou porque no casamento não busca força em Cristo na Eucaristia. Por exemplo: muitos divorciados que estão em segunda união reclamam direito de comungar; porém, divorciados podem comungar, desde que não estejam em outra relação. Se não estaria comungando em pecado, pois segundo as palavras de Jesus está se cometendo pecado de adultério. E não só violando uma aliança com o conjuge, mas com Deus. Mas a pessoa normalmente não quer renunciar, pois coloca nessa pessoa uma segurança, uma felicidade (claro que muitas envolvem traumas do “casamento” passado). Mas por que falo isso? Falo porque a verdadeira felicidade é comungar Jesus. Santa Teresinha já falava “se Deus te consegue tirar da Comunhão ele já conseguiu tudo”. E você pode trocar de 1000 parceiros, sem a comunhão continuará sendo infeliz. Mesmo que sem poder você viesse a comungar, continuaria infeliz porque não receberia a plenitude das graças de Deus, mas antes estaria ofendendo mortalmente o Senhor por comungar em sacrilégio.

Um casal verdadeiramente católico deve viver no altar de Deus comungando o corpo e o sangue de Cristo e rezando o Rosário de Nossa Senhora. Afinal, se muitos casamentos desmoronam é porque, além do pecado mortal dentre os quais repito (anticoncepcional, camisinhas, etc.), é porque Jesus já disse: SEM MIM NADA PODEIS FAZER (João 15,5). Portanto, se estás a anos junto sem matrimônio, busque a graça de Deus. Se estás se preparando para casar, saiba que tem que ser por amor a Deus e se alimentar de Sua Carne e de Sua Palavra. Se está vivendo tribulação no matrimônio, imite Cristo na Cruz nos amando, na Sua Cruz, ame o Senhor amando a sua(seu) esposa(o). Rezem pelo menos o Terço todos os dias, de preferência juntos (casal e filhos, caso tenham). E sede testemunhas do amor de Deus neste mundo que, como diria o Papa Francisco, está sob a cultura do descartável.

Eis a beleza do matrimônio católico. Que Nossa Senhora proteja e guarde nossas famílias de todo mal e de todo pecado.
Nossa Senhora Rainha das Famílias, rogai por nós!
Salve Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!

Jesus, Maria e José, nossa família Vossa é!

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