Ah,
quisera ser como São José. Sim, como queria ser como o São José,
o justo. Quantas vezes tenho que reconhecer com o Apóstolo que
“na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está
em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que
quereria, mas o mal que não quero.” (Romanos 7,18-19); mas
o glorioso São José é conhecido como o Justo (cf. Mateus 1,19). Se
ele foi justo, bem viveu, com toda certeza, a palavra de Eclesiástico
4,33: “Combate pela justiça, a fim de salvares tua
vida; até a morte, combate pela justiça, e Deus combaterá por ti
contra teus inimigos”.
Será por isso que, apesar de ser pobre, simples, humilde, Deus o
escolheu para proteger o Menino-Deus e Sua Santa e Imaculada Mãe
defendendo em meio aos poderosos que queriam matar Jesus? (cf.
Mateus 2,13ss) Ele viveu a justiça. E por isso, com toda certeza,
enquanto viveu nesta terra São José foi extremamente feliz; pois
descobriu que a felicidade vem de Deus, e não do pecado e do que o
mundo – que jaz do maligno – pode oferecer. Sim, feliz
o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha
o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores (cf.
Salmo 1,1).
Ah,
quisera ser como São José. Sim, como queria ser como São José, o
devoto de Nossa Senhora. Quanto tenho sido frio na minha devoção
para com a Santíssima Virgem! Ó, como quisera amar a Santíssima
Virgem na medida em que Deus quer que eu assim A ame e me consuma por
Seu amor materno. Ah, São José viveu isso. Tu, eu, todo o mundo –
principalmente os devotos escrupulosos, que temem receber a
Santíssima Virgem como Mãe e Senhora – precisamos imitar o
glorioso São José que não temeu receber Nossa Senhora como esposa
(cf. Mateus 1,20). Ó, José, o justo, o pai adotivo de Jesus, após
a visão do Anjo, não temeu receber Maria Santíssima em sua casa,
em sua vida, em seu coração. Ó, muito maior é o Senhor Jesus, que
é Deus, do que um anjo; e eis que o próprio Deus na Cruz disse-nos
“Eis aí tua mãe” (cf. João 19,27). Então, quisera ser como
São José, e diante da Palavra de Deus, tomar posse e receber Maria
Santíssima como minha Mãe e Senhora.
Ah,
quisera ser como São José. Sim, como queria ser como São José, o
fiel escravo de amor de Jesus e Maria. Queria ser como ele que
viveu no escondimento, sem nada murmurar, no silêncio amando a Jesus
e Maria. Ó, quão feliz e santo seria se vivesse como ele:
consumindo a minha vida pra sustentar Jesus e Maria. Ah, também
queria consumir a minha vida para alimentar Jesus e Maria com os
corações dos pecadores conquistados pra Eles. Ah, José trabalhou
trabalhando a madeira para sustentar Jesus. Ó, quisera ser como São
José e, imitando-o, alimentar Jesus nas almas com a Palavra de Deus
e a fé Católica. Oxalá Deus me conceda a graça de ser como São
José. Serei santo. Se tu fores como São José, serás santo. E não
seríamos esta miséria que somos. Ó, Senhor concede-me ser como São
José: te amar mesmo nos afazeres mais pequenos. Da simples
marcenaria fabricando e/ou reformando alguns móveis tirava o
sustento pra Jesus e Maria. A seu exemplo também queria amar e
adorar a Cristo por Maria nas coisas mais simples, não por
pregações, textos, cânticos, não, mas fazendo tudo isso na minha
vida. Sim, quisera amar a Deus e na obediência do estado amar a Deus
na rotina do trabalho. Ah, como São José queria ser. Amar a Deus
lavando uma louça, lavando um banheiro, arrumando o quarto,
carregando algo pesado, trabalhando no escritório, trabalhando
recolhendo o lixo na rua, trabalhando, sim, no que Deus me chama a
fazer. Quisera ser como São José que tudo fazia por Jesus e Maria,
longe do olhar humano, mas fazendo TODAS AS COISAS por amor a Deus
que vê no coração (cf. 1Samuel 16,7). Mas no apostolado, na
vocação, enfim, no chamado que o Senhor nos faz neste tempo,
particularmente digo: quisera ser como São José e alimentar Jesus e
Maria nos corações de todos os povos.
Ah,
quisera ser como São José. Sim, queria ser como São José, o
obediente. Oxalá fosse obediente como o glorioso São José! Ele
que não exitou quando o Anjo disse para receber Nossa Senhora como
esposa (cf. Mateus 1,20), e também não exitou em fugir para o Egito
quando o Anjo lhe anuncia que querem matar Jesus (cf. Mateus 2,13ss).
Ó, por que não sou obediente como São José quando escuto o que
Deus me manda? Por que diante de uma pregação, da leitura da
Palavra de Deus, da doutrina da Igreja que me chega, por que –
responda-me carne minha – por que não sou obediente como o
glorioso São José. Ele se desfez dos seus sonhos, e realizou o
sonho, ou seja, o desejo de Deus pra sua vida. Talvez queria ter
vários filhos, mas Deus lhe dá a Virgem Maria para cuidar junto com
Cristo. Talvez estivesse com a vida estabilizada onde morava –
embora pobres – mas imediatamente obedece a voz de Deus através do
anjo e foge pro Egito. Queria também ser obediente a Deus e também
aos superiores (obedecendo a Deus em primeiro lugar, e nunca
obedecendo quando me mandam o pecado).
Ah,
quisera ser como São José. Sim, queria ser como São José, o
casto. Ó, num mundo tão erotizado, quisera ser como São José
que viveu sua castidade ao lado de Maria e Jesus. Ele descobriu que a
sexualidade desordenada – como vemos nos nossos dias – não trás
a felicidade. Mas Ele já tinha a felicidade consigo: Jesus Cristo. E
contemplando São José vejo que só pode manter a pureza porque
conviveu com a Puríssima Virgem Maria, a grande Mãe de Deus, e com
o próprio Deus. Então vejo que para eu viver a castidade na minha
vida – seja lá qual o estado de vida – devo, a exemplo de São
José, ser devotíssimo de Nossa Senhora, sempre rogar a Ela, e estar
unido a Cristo pela oração e pela Eucaristia (este privilégio
nosso que São José não teve. Imagine se tivesse Comungado, oh,
quisera ser como São José).
Ah,
quisera ser como São José. Sim, queria ser como São José, o homem
em paz com Deus. Muitas vezes na nossa vida espiritual passamos
por aridez, por securas, por momentos onde buscamos o Senhor e as
vezes nos parece longe. Não, não é o pecado; falo aqui da aridez
espiritual que o Senhor usa para nos purificar. E na aridez
espiritual quisera ser como São José, o orante nato. Este homem
manteve a paz em meio ao sumiço de Jesus por três dias (Lucas
2,41ss). Pode ter se angustiado, afinal, ele que era justo, havia
perdido o Menino-Deus da qual foi designado pelo Criador como
guardião. Mas ele não se desespera. Jesus estava no templo (assim
como Jesus está na Igreja, no sacrário). E São José nos mostra
que quando Jesus se oculta, pela aridez espiritual, manter a devoção
a Virgem Maria é o meio para permanecer fiel. Em três dias acharam
Jesus. E se ele tivesse ido procurar só? Talvez demoraria mais. Por
isso muitas vezes se estende nossa aridez, nossas angústias, o nosso
“não discernir” a vocação; mas José, muito pelo contrário,
passou pelos três dias da purificação ao lado de Maria, e logo
acharam-O. Ah, quisera ser como São José que manteve a paz e achou
Jesus. Quantas vezes nos inquietamos quando passamos pela aridez,
pelo tormento, pelas angustias, pelas tentações. Ah, quisera ser
como São José e entender que o lugar de Cristo é no templo (Igreja
Católica) (cf. Lucas 2,49) e não mais buscá-Lo fora buscando no
pecado, nas pessoas, em seitas. Ó, como seria feliz se fosse como
São José, que em meio a aridez sabia onde estava a sua confiança:
em Deus, no Cristo Senhor nosso. Por que não sou assim, alma minha?
Trate de imitar São José! Ande!
Ah,
quisera ser como São José. Enfim, como queria ser como São José
na hora da minha morte. Não à toa ele é o protetor da boa morte!
Que morte bendita e gloriosa! Depois de consumir minha vida por Jesus
e Maria, quero enfim, ser como São José, e morrer nos braços
ditosos, benditos e adoráveis de Jesus Cristo. Que ditosa morte a de
São José: morrer nos braços de Jesus e Maria Santíssima! Que
demônio ousaria atormentar este justo homem morrendo nos braços do
próprio Deus e da Advogada dos pecadores? Ó meu Jesus, ó minha Mãe
Maria Santíssima, vos rogo que, na hora da minha morte, estejais
presentes também recebendo a minha alma e conduzindo-a para o Céu.
Reconheço que pelas minhas misérias talvez tenha que fazer uma
“parada” no purgatório. Mas desde já, vos suplico, Jesus e
Maria, livrai minha alma do inferno que merece pelos pecados, e dá-me
Vossa Misericórdia que suplico e que quereis me dar. Mãe de Deus e
Senhor Jesus Cristo, recomendo-me a Vós, assim como o glorioso São
José, e peço a graça de ter uma boa morte. Ah, como serei feliz se
ao morrer visitar-me minha querida Mãe e meu Misericordioso
salvador! Talvez eu e tu, caro leitor, seremos mais felizes na nossa
morte – de certa maneira – do que São José, afinal, na nossa
morte quem sabe Deus permite que, além de Jesus e Nossa Senhora,
esteja presente o próprio glorioso São José. Eita felicidade.
Depois de um tenebroso vale de lágrimas, a glória celestial.
Enfim,
Senhor, a exemplo de São José quero ser santo e amar-Te de todo o
meu coração e toda a minha alma. Dá-me a graça de viver as obras
de justiça e não mais o pecado. Mãe de Deus, Mãe de Misericórdia,
a vós consagrado a hora da minha morte para que seja ditosa como a
de São José. Ó glorioso São José, que também sois conhecido
como o terror dos demônios, roga por mim para que, como homem neste
século tão desventurado, possa viver a santidade que Deus quer, e
imitando as virtudes que vós vivestes, possa eu amar a Jesus e Maria
de todo o meu coração e toda a minha alma. Dá-me a graça, São
José, de viver em santidade e na hora da morte ter a graça de
morrer nos braços de Jesus, Maria e nos teus também.
Ah,
e a exemplo de São José, na minha sagrada família, que reinem
Jesus e a Santíssima Virgem Maria.
Jesus,
Maria e José, minha família Vossa é! Glorioso São José, rogai
por nós!
Salve
Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!
Viva
Cristo Rei do universo!
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