O poder da mente - Diga não ao controle mental
Se há algo que acaba arrastando pessoas para o mal mesmo sem perceberem é o chamado "poder da mente". Essa heresia - se assim posso chamá-la - arrasta muitas pessoas de reta intenção, e muitos cristãos são confundidos por essa mentalidade mundana dos nossos dias. Eu chamo-a "auto-idolatria" pois coloca a pessoa como auto-suficiente, bastando-se a si mesmo com o poder da sua mente. Depois de mergulhar nessa doutrina anticristã, a pessoa acaba perdendo sua fé, não mais colocando sua confiança em Deus, mas apenas "pensando positivo" para atrair coisas "boas" para si.
Como o assunto é complexo e não quero falar besteira sobre, deixo abaixo uma ótima explicação do tema feita pelo Monsenhor Jonas Abib no livro "Sim, sim; Não, não", onde ele surpreende ao testemunhar que aderiu a tal filosofia e, com toda propriedade, condena tal filosofia pagã. Leia com atenção.
***
O
que eu vou escrever agora é para as pessoas de boa vontade, que têm
um coração aberto e querem ficar com a verdade. É o meu testemunho
pessoal: eu mesmo engoli a isca com o anzol todinho.
Fiz
um curso em São Paulo, dirigido por um mestre de controle mental que
veio dos Estados Unidos. Fiquei fascinado com o controle mental. Já
participava da Renovação Carismática. Mas fiquei tão
impressionado com tudo aquilo que vi, que cheguei a imaginar que ali
estava um caminho de salvação para muitas pessoas. Voltei para casa
decidido a pôr em prática o que aprendi no curso do controle
mental.
Isso
aconteceu no inicio dos anos 1970. Ao chegar em na cidade de Lorena,
peguei a Bíblia para agradecer a Deus pelo curso que havia feito. Ao
abrir a Palavra, o Senhor falava:
“Guardai-vos
dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas
por dentro são lobos arrebatadores. Pelos seus frutos os
conhecereis” (Mt 7, 15–16a)
Eu
estava tão cego que não entendi; abri em outra passagem e caiu de
novo:
“Porque
se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres
a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os
escolhidos. Eis que estais prevenidos” (Mt 24, 24-25)
Então
rezei:“Senhor, quero louvar e agradecer pelo curso que fiz, mas
esses trechos falam a respeito de lobos com pele de ovelhas, de
falsos profetas”. Abri várias vezes a Bíblia. Fiquei
atordoado com as Palavras que Deus me apresentou, mas não consegui
compreendê-las. “Senhor, não estou entendendo, sou ignorante.
Mostra-me a verdade” Entendi apenas que a ordem de Deus era que
eu ficasse atento. Graças a Deus, comecei a prestar atenção.
Na
minha região, muitas pessoas que já haviam feito o curso de
controle mental faziam reuniões de “mentalização” e mandavam
“energias para lá e para cá” e eu era convidado a participar
dessas reuniões. Estava atento e escutava ao Senhor… E cada vez
mais, o Senhor foi me convencendo de que aquilo tudo não era tão
bom como parecia e que principalmente não vinha do Senhor, e sim do
maligno. Eu disse ao Senhor: “Mostra-me a verdade”. Ocorreu
um segundo curso em nossa região e desta vez eu fui como alguém já
instruído
pelo Espírito Santo.
“Senhor,
pode ser que esse curso seja maravilhoso e eu esteja impressionado…
Mas pode ser que realmente seja um curso de lobos com pele de
ovelhas… Dá-me discernimento porque eu não tenho”.
Graças
a Deus, definitivamente fui convencido de que aqueles cursos e
aquelas práticas de controle mental não vinham do Senhor e sim do
maligno. Percebi que todo aquele curso se direcionava para convencer
as pessoas de que elas eram “seres superiores”, porque sabiam
usar a própria mente e com ela realizar coisas prodigiosas.
Com
o controle da mente a pessoa se convencia de que era uma criatura
especial. O curso cultivava o orgulho, a auto-suficiência, a
vaidade: o pecado de satanás.
Essas
pessoas estavam se tornando cada vez mais orgulhosas,
auto-suficientes pelas “projeções mentais” que faziam e pelos
resultados que obtinham. Realmente se sentiam “seres superiores”,
porque sabiam controlar a pro pia mente. Não é isso, afinal, o que
ensinam nos cursos de controle mental?
Eu
tinha caído na isca direitinho. Mas o poder de Deus me mostrou que
esse tipo de curso leva as pessoas a buscar conhecimento e poder fora
de Deus; conhecimento e poder que se baseiam na força da nossa
própria mente: o pecado original cometido por nossos primeiros pais.
“Vós sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.”
Foi esse veneno que fez com que nossos primeiros pais se
separassem de Deus.
Naquele
curso éramos continuamente convencidos de que podíamos, pela força
da mente, buscar poderes especiais. Eu percebia também que as
pessoas que praticavam aquele método de controle mental, transferiam
sua fé para a própria mente. Elas acreditavam no poder da mente e
não mais no poder de Deus.
Acreditavam
na sua força pessoal, e não Naquele de que vem toda força. Cada
dia mais as pessoas tornavam-se egocêntricas, orgulhosas e
auto-suficientes.
A
oração consistia em mandar energia para esta e para aquela pessoa:
não era uma oração de súplica, de louvor ao Senhor. Não era mais
pedir com humildade: “Senhor, tem piedade de mim, socorre-me e
alcança a estas pessoas… estas situações…”. Não. Era
totalmente o contrário: “Eu, o todo-poderoso, que tenho a minha
mente controlada, posso mandar energia
para
tal pessoa… faço mentalização para as pessoas serem curadas…
Eu sou a fonte de tudo, eu não preciso pedir… a força está em
mim… O poder está em mim basta canalizar este poder”.
A
oração deixou de ser oração. As pessoas não meditavam mais a
Palavra de Deus… nem se ligavam aos mistérios de nossa salvação,
mas tudo consistia em se concentrar, entrar naquele nível e mandar
energias para esta ou aquela pessoa, esta e aquela situação.
Portanto, não era mais pedir a Deus pelas pessoas necessitadas, mas
era orgulhosamente, mandar energia a quem se pretendia.
Vi
grupos de cursilistas e seus dirigentes caírem totalmente nessa
tentação. Vi irmãos da renovação, religiosas e colegas perderem
a fé. Vi também a religiosas mudando por completo seu
comportamento: escolheram fazer mentalizações em vez de participar
da Eucaristia, rezar o Oficio Divino, as próprias orações.
Vi
aberrações em Missas em que o celebrante e os fieis colocavam o
poder mental em prática. Não era mais o poder de Deus que
transformava o pão e o vinho no Corpo e no Sangue do Senhor. Não
era mais a celebração da Ceia de Jesus. Não. As pessoas se reuniam
apenas para mentalizar, enviar energia… Missa sem Evangelho, sem a
Palavra de Deus, lia-se qualquer coisa a respeito do poder da mente
ou algo semelhante. A Missa não era mais o sacrifício de Cristo.
Era apenas um momento privilegiado em que pessoas dotadas de um
“poder superior” concentravam as próprias energias num objetivo
comum…
Por
graça de Deus, fui percebendo que a prática do controle mental
partia de uma verdade: Deus habita em nós. Mas logo acrescentava: o
lugar de Deus é o nosso inconsciente. Por isso, explicavam eles, com
a força do meu inconsciente, a minha mente mais profunda, de onde me
vem todo o poder, posso fazer tudo… Nada me é impossível. Eu
posso tudo: basta retirar a força que lá está e aplicá-la ao
objetivo a que me propus. Eu posso tudo. A força está em mim. O
poder está ao meu alcance.
Mas
vi também que pouco a pouco, e muito sutilmente, as pessoas iam
mudando a linguaje e também a realidade. Já não diziam que Deus
estava no meu inconsciente, mas que “o meu inconsciente é deus”.
Os
dois passos seguintes eram bem mais fáceis e mais rápidos: o meu
inconsciente é o meu eu profundo. Portanto “se o meu inconsciente
é Deus, “eu sou deus”.
Espante-se!
Arrepie-se! Mas é assim que as pessoas começaram a se expressar e
numa serena convicção: “eu sou deus”
Repare
que estou escrevendo deus com letra minúscula, porque esse “deus”
que as pessoas dizem ser no pode ser o nosso Deus. Um Deus vivo. O
nosso criador que nos fez Seus filhos. Já estamos em outro campo…
Mas pasme: vi pessoas afirmarem serenamente convencidas: “eu sou
deus!”. Não resta dúvida de que o pecado original, como está no
inicio da Bíblia, se repete nas pessoas hoje.
Por
graça de Deus pude perceber que nos tais cursos de poder da mente,
há um momento-chave, para o qual tudo converge e para o qual tudo
foi mera preparação: o momento em que a pessoa “busca” e então
“recebe” um “mestre”. Veja que coloquei entre aspas “busca”.
A pessoa é levada e convencida a buscar o tal mestre. Ela precisa
como que atrair esse
mestre,
que a vai aconselhar e conduzir dali para frente.
Salientei
também “recebe”, porque, na verdade, tudo leva a um momento em
que a pessoa “recebe” a esse mestre. E por fim salientei o tal
“mestre”. Ele recebe outros nomes como: conselheiro, guia,
companheiro… Porque também esta é sua função: aconselhar,
guiar, conduzir, acompanhar…
O
momento-chave e central para o qual tudo converge no decorrer do
curso é “buscar e receber o próprio mestre”.
Para
tirar qualquer dúvida fiz questão de consultar o dirigente do
curso: “Este mestre de que vocês falam, não é alguém, não é
verdade? Ele é apenas uma ficção mental. A gente acaba chamando de
mestre, conselheiro, de guia, o nosso próprio inconsciente que nos
responde e nos direciona, não é?
O
dirigente me olhou serio e afirmou: “Não, Não é uma ficção!
O mestre existe! O mestre é alguém!”
Foi
o suficiente. Entendi tudo. Vi a semelhança com tudo que acontece
com os gurus nas religiões orientais. Eles levam as pessoas receber
o próprio mestre que os orienta e conduz.
Naquele
momento foi como se o Espírito Santo gritasse no meu
ouvido
“Não quero que coloquem a própria vida para ser guiada por
nenhum
outro que não seja Jesus, o Senhor”.
A
prova final
Deus
me deu mais uma graça. Eu nem fui procurá-la. Um rapaz veio a mim
para contar que tinha feito um desses cursos de controle mental.
Aplicou-se tanto e foi tão bem-sucedido na aplicação do que le
haviam ensinado, que resolveu procurar o instrutor e contar as coisas
mirabolantes que tinha conseguido. O instrutor, depois de ouvi-lo,
acabou afirmando que ele havia conseguido em pouco tempo o que se
consegue só depois de três ou quatro anos de treinamento. Em
seguida lhe disse:
“Olha,
você já progrediu muito. Só lhe falta um mestre”. E ele
perguntou: “E o que é preciso?” O instrutor respondeu:
“Entre num quarto escuro, coloque um espelho na sua frente e uma
vela de cada lado. Concentre-se. Peça o próprio mestre. O restante
depois você me conta…”
O
rapaz, horrorizado, me contava que naquela mesma noite, ele fez o que
o instrutor havia lhe dito. Ele me disse:
“Do
espelho veio uma estranha figura amarelada, que se projetou sobre
mim. Dali para frente senti que aquela coisa me conduzia. Era o meu
mestre e ele tinha todas as respostas para minhas perguntas. Fiquei
impressionado e fui conversar com meu instrutor. E ele satisfeito
dizia: Agora você tem seu mestre, lembra-se do que eu lhe falei?”
O
rapaz me contou que realmente aconteceram coisas impressionantes com
a ajuda de seu mestre. Ele atingiu um grande sucesso financeiro:
dinheiro não era problema… Tudo o que ele queria conseguia: desde
resolver um negócio insolúvel até conseguir um taxi numa rua
deserta.
Passado
um tempo o tal mestre começou a lhe propor coisas com as quais
moralmente o rapaz não concordava. A família dele era evangélica e
ele tinha recebido uma educação segundo a Palavra de Deus. Agora
ele estava bem afastado da Igreja, mas mesmo assim a sua consciência
não podia concordar com as coisas que o mestre lhe mandava fazer e
ele começou a recusá-las. Daí começaram os choques entre ele e o
mestre:
-
Como não vai fazer? Nós fizemos um pacto! Ou você faz ou vai se
arrepender!
-
Não, não vou fazer: Não concordo com isso.
-
Então você vai a sofrer como um chachorro!
-
Posso sofrer…mas não vou fazer!
O
rapaz me contou que naquele momento ele sentiu um calafrio da cabeça
aos pés… A partir daquele dia tudo se transtornou: desde dores por
todas as partes do corpo até o fracasso em todos os seus negócios,
tudo aconteceu. O que ele ganhou, perdeu. Entrou em desespero… Sua
vida se tornou um verdadeiro tormento…
Até
que resolveu voltar a Lorena, sua cidade, e foi visitar uma família
evangélica quie ele conhecia havia muito tempo.
No
caminho, passou uma moça por ele dizendo: “Nós temos um recado
para você no terreiro de umbanda esta noite”.
Estava
tão desesperado que pensou em ir ao terreiro. Mas, graças a Deus,
continuou o seu caminho e, cegando à casa dessa família, o senhor
que o recebeu, muito firme e convicto, logo ao abrir a porta,
levantou o dedo em sua direção e disse: “Afasta-te, satanás!”
O
rapaz me contou que naquela hora ele sentiu um calafrio maior do que
aquele da primeira vez… Mas logo sentiu uma grande paz! Cambaleou…
Entrou na casa e começou a chorar compulsivamente. E o senhor lhe
disse: “Me perdoe. Eu não sei o que aconteceu. Quando você
abriu a porta, eu o vi e reagi desta forma...”
“O
senhor tem toda razão. Sinto que fui longe demais com o tal curso de
controle mental. Por isso o inimigo acabou me possuindo. Obrigado. Na
hora em que o senhor gritou: „Afasta-te, satanás!‟,a minha
libertação aconteceu.. Por favor, me ajude. Eu preciso muito de
oração”.
A
família inteira acorreu e rezou por ele fervorosamente. A libertação
aconteceu. Mas o rapaz me confidenciava: “Minha única segurança
agora é a Palavra de Deus e a oração. Sinto continuamente o
inimigo me anda rondando. Infelizmente, fui longe demais.”
Glorifico
ao Senhor por duas coisas: por ele ter libertado aquele rapaz e por
ter me convencido do que realmente é o controle mental. Fiquei
sabendo muito bem quem é que atua no controle mental. Vi, por fatos
bem concretos, até que ponto o controle mental pode levar uma
pessoa.
Muitos
podem dizer: “Mas naquele curso de que eu participei não
aconteceu nada disso”. É claro que não aconteceu. Nem comigo.
Na verdade todo bom pescador se esconde. Ele fica bem escondido, você
vai direto na isca gostosa, e nem imagina quem seja o pescador.
Eu
lhe digo: atrás da isca do controle mental, quem está pescando é
satanás. As pessoas dizem que existem padres e religiosas dando
cursos de controle mental. Eu sei! Eu poderia ser um deles, se Deus
não tivesse me salvado. Foquei tão seduzido pelo controle mental,
que julguei ser a solução para os problemas de muita gente. Mas,
graças a Deus, pelo poder
do
Espírito Santo fui convencido do meu engano e da minha ingenuidade e
fui liberto.
Já
dialoguei com vários sacerdotes, colegas meus, que fizeram o curso
de controle mental. Constato que ficaram tão convencidos e
autosuficientes, que só a graça de Deus para convencê-los. O
coração e a mente se endureceram tanto, que só o poder de Deus
para romper a resistência. Já conversei com mais de um padre
dirigente de curso de controle da mente… Mas veja: o inimigo coloca
até de um padre, de uma religiosa para pescar incautos.
Não
olhe a isca, acredite na Palavra do Senhor, e saiba que atrás dessa
vara está satanás. A isca pode ser muito apetitosa, mas não
abocanhe. Se ocorreu isso como você, peça, como eu, que o Senhor
lhe dê a graça da libertação o mais depressa possível.
Liberte-se.
Renuncie a tudo isso. Queime os livros, as apostilas do método;
Desfaça-se de tudo. Faça uma boa confissão. Busque quem reze pela
sua libertação.
Agora
quero orar com você, por todas as pessoas que, como eu, foram
ingênuas e caíram na tentação. Rezemos juntos:
Obrigado,
Senhor porque me convenceste. Obrigado, porque me deste a mão e me
salvaste. Agora rezo por todos os meus irmãos e irmãs. Peço que
não seja eu, mas a Tua Palavra e o Teu Espírito Santo a convencer
as pessoas. Peço uma verdadeira contrição de coração,
embora
tenham alcançado coisas boas nestes cursos e nessas práticas,
dá-lhes
a graça do arrependimento.
Que
sejam convencidas de que somente Tu és o caminho, a verdade e a
vida. Peço que estes meus irmãos tenham a capacidade e a força
para renunciar a todos os “poderes” que adquiriram por meio do
controle mental. Que renunciem a todo esse “poder”. Assim como
Paulo expulsou aquele espírito de adivinhação daquela moça, que
também eles sejam agora libertos, Senhor, destes “poderes” que
não vem de Ti.
Renunciamos
a estes “poderes”. Não queremos “poder” nenhum, a não ser o
poder que vem do Teu Espírito Santo.
Em
nome de Jesus e com a autoridade do Nosso Senhor Jesus Cristo,
cortamos e quebramos todos os laços e cadeias com que satanás tinha
amarrado e prendido estes filhos e filhas de Deus.
Renunciamos
a toda falsidade, a toda mentira, ilusão, que bloqueou a mente
destes filhos de Deus. Expulsamos toda presença maligna, toda
contaminação e declaramos que Jesus Cristo é o único Senhor de
suas vidas, de seus negócios e de seus bens.
Sede
libertados, curados e purificados pelo Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo, nosso único libertador. Nosso único Deus e Salvador. Solo
Jesus Cristo é o Senhor! Amém.
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