Vaticano II e o Ecumenismo: afinal, o que o Concílio ensinou?

by - janeiro 04, 2017

Salve Maria Imaculada, nossa Corredentora e Mãe!
Uma das coisas mais criticadas no Concílio Vaticano II é o Decreto Unitatis Redintegratio sobre o Ecumenismo. Não poucas pessoas afirmam que o CVII errou ao ensinar o Ecumenismo, pois estaria contrariando o ensinamento de séculos da Igreja; afinal, a Igreja sempre proclamou que fora dela não há salvação (reafirma isso no próprio CVII, inclusive).
O protestantismo sempre foi tratado como uma heresia, tanto que resultou na excomunhão do “fundador” do movimento protestante, Martinho Lutero. Se o protestantismo é tão ruim, tendo dilacerado a unidade da Igreja, levando tantas almas ao erro e colocando suas almas em risco de danação, como é possível a Igreja pregar o ecumenismo? Bom, responder este questionamento, caríssimos, é necessário mergulhar na Unitatis Redintegratio e entender o que é o ecumenismo pregado pelo Concílio.
O nosso problema é que achamos que Ecumenismo é uma espécie de samba do criolo doido, um sincretismo com tudo quanto é religião (de maneira especial todas as cristã). É comum em nome do ecumenismo se fazer orações em conjunto com protestantes, colocar protestantes para pregar em eventos católicos, negar verdades da fé católica para não ofender, até colocar macumbeira no altar para ser “ecumênico”. Bom, na verdade, nada disso faz parte do real Ecumenismo que a Igreja prega no Concílio Vaticano II (aliás, religiões afro, por exemplo, nem no ecumenismo se enquadram, mas sim no diálogo inter-religioso).
Confesso que me surpreendi com o real ensinamento da Igreja sobre o Ecumenismo. Sei que as dúvidas são grandes, ainda mais porque ouvimos falar muito sobre, mas não lemos quase nada dos documentos do Concílio. Por isso, separei os apontamentos pertinentes da Unitatis Redintegratio em forma de perguntas e respostas para ficar mais didático; colocando apenas o número do documento quando for citação. Confiram o real ensinamento do Concílio Vaticano II sobre o Ecumenismo:
O que é o Ecumenismo?
É um movimento que busca a unidade entre os cristãos. 
Quem participa deste movimento ecumênico?
“Participam dele os que invocam Deus Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente mas também reunidos em assembleias. Cada qual afirma que o grupo onde ouviu o Evangelho é Igreja sua e de Deus. Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a uma Igreja de Deus una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao mundo inteiro, a fim de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para glória de Deus.” (nº 1)
Portanto, a Igreja é clara em afirmar que o movimento ecumênico, ou seja, o esforço por uma unidade real, não se dá com todos os protestantes, mas sim com aqueles que cumprem alguns princípios. Só há ecumenismo – segundo o CVII – se a denominação protestante confessar a Trindade Santa e proclamar que Jesus é o Senhor e Salvador. Parece bobo, mas só nessa declaração o CVII está eliminando cerca de 80% das seitas protestantes brasileiras. Claro que eu posso estar exagerando. Mas entenda o seguinte: o Ecumenismo não é feito com igrejola de esquina. Muitas dessas igrejas protestantes não professam que Jesus é Deus, ou tem o Espírito Santo como uma força, mas não como uma pessoa. Além de outras seitas, como as Testemunhas de Jeová, que tem em Jesus somente um profeta, mas não como Deus. Portanto, não há ecumenismo com essas pessoas.
Além do mais, a Igreja é clara em dizer que este esforço por unidade tem que ser com igrejas protestantes que professem a necessidade de seguir a Cristo não só individualmente mas também em assembleia. Ora, nós sabemos que boa parte das igrejas protestantes que se espalharam pelo Brasil não creem na necessidade de uma assembleia para se salvar. Aliás, nem se tem algo formulado sobre doutrina; é somente um pastor com um curso de teologia (quando tem) que funda a seita, depois vende pra uma outra denominação (quem nunca viu uma igreja x amanhecer com a placa y? É lei da oferta e procura: tem tantos dizimistas, rende tanto... Quanto me paga?
Além do mais, uma parte considerável dos protestantes professam a seguinte ideia: Jesus sim, Igreja não. Portanto, não há movimento ecumênico com tais pessoas que não acreditam na necessidade de estar ligado à uma Igreja.
Isso é muito importante porque as pessoas acham que ser ecumênico é se reunir com protestantes e rezar junto com eles, sem mencionar a fé católica, focando no que une. Bom, não é bem assim... Tanto é que se formos seguir a risca o que o Concílio Vaticano II ensina sobre o Ecumenismo, como vimos nesta declaração, alguns encontros ecumênicos deveriam ser cancelados e replanejados. Portanto, não é lícito você começar a criar grupos pra rezar com protestante, ficar coladinho neles, porque muitas vezes o protestante nem se quer se enquadra naquilo que a Igreja diz ser lícito.

Dê um exemplo de igreja protestante que há movimento ecumênico.
Igreja Luterana. Além, é claro, de igrejas mais antigas que estão dentro do ensino proposto acima. As novas igrejas que surgem muitas vezes bebem de doutrinas pagãs, onde se confunde quem é Deus (Pai, Filho e o Espírito Santo), e você não tem garantia se o coração de tais membros apontam para o Deus verdadeiro de Deus verdadeiro.
Mas para exemplificar, Luteranos e Anglicanos, por exemplo, creem em Deus uno e Trino, professam que Jesus é o Senhor e creem que suas igrejas são verdadeiras e que os fiéis tem que estar ligadas a ela. Então a Igreja Católica trabalha no ecumenismo para tentar trazê-las a plena unidade com Cristo Cabeça da Igreja.

O que fazer com as diferenças de doutrina, por exemplo, entre católicos e protestantes?
“De facto, as discrepâncias que de vários modos existem entre eles e a Igreja católica quer em questões doutrinais e às vezes também disciplinares, quer acerca da estrutura da Igreja criam não poucos obstáculos, por vezes muito graves, à plena comunhão eclesiástica. O movimento ecuménico visa a superar estes obstáculos. No entanto, justificados no Baptismo pela fé, são incorporados a Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor.” (nº3)

Como dizer que eles são irmãos e estão de algum modo ligados à Igreja se sempre foram chamados de hereges?
É mister lembrar que nem toda seita protestante tem todos os sacramentos declarados inválidos pela Igreja. Portanto, o Batismo em algumas igrejas protestantes é reconhecido como válido pela Igreja Católica.
“Aqueles, porém, que agora nascem em tais comunidades e são instruídos na fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor” (nº3).

Portanto, caríssimos, uma coisa é o pecado de Lutero em ter dividido a cristandade; outra situação, porém, é a dos luteranos de 500 anos depois, que nasceram e foram criados nessa realidade. O protestantismo cresce no Brasil, e uma coisa é o pecado daqueles que abandonaram a Igreja com consciência do que faziam, outra coisa são os filhos dessas pessoas que foram criados na doutrina protestante. Você só fala com ódio dos protestantes nascidos e criados no protestantismo porque você nasceu provavelmente num lar católico, com uma senhorinha rezando o Terço e pessoas lhe ensinando a doutrina da Igreja. Mas nem todo mundo teve a graça de nascer em um lar católico.
Sendo assim, existem milhões de protestantes que de alguma maneira estão ligados à Igreja Católica por causa do Batismo, mas que precisam ser acolhidos com amor e misericórdia, para serem conduzidos (atraídos, melhor dizendo) à verdade plena.
Portanto, o movimento ecumênico visa diminuir as discrepâncias entre as diversas denominações e a Igreja Católica, para sermos uma só Igreja, ou seja, CATÓLICOS (UNIVERSAL).

Como deve acontecer na prática os encontros ecumênicos?
“Por «movimento ecuménico» entendem-se as atividades e iniciativas, que são suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer a unidade dos cristãos. Tais são: primeiro, todos os esforços para eliminar palavras, juízos e ações que, segundo a equidade e a verdade, não correspondem à condição dos irmãos separados e, por isso, tornam mais difíceis as relações com eles; depois, o «diálogo» estabelecido entre peritos competentes, em reuniões de cristãos das diversas Igrejas em Comunidades, organizadas em espírito religioso, em que cada qual explica mais profundamente a doutrina da sua Comunhão e apresenta com clareza as suas características. Com este diálogo, todos adquirem um conhecimento mais verdadeiro e um apreço mais justo da doutrina e da vida de cada Comunhão. Então estas Comunhões conseguem também uma mais ampla colaboração em certas obrigações que a consciência cristã exige em vista do bem comum. E onde for possível, reúnem-se em oração unânime. Enfim, todos examinam a sua fidelidade à vontade de Cristo acerca da Igreja e, na medida da necessidade, levam vigorosamente por diante o trabalho de renovação e de reforma.” (nº4)
Permitam-me neste ponto parar um pouco as “perguntas” e respostas para me estender na explicação. A Igreja pede para que se evite usar palavras, juízos e ações que não correspondam com a verdade dos irmãos separados. Para muitos isso pode parecer que a Igreja está ensinando uma espécie de respeito humano, que deve-se esconder a doutrina da Igreja para não ofender o protestante etc. Mas na realidade o Concílio só está pedindo para se evitar rivalidades esdrúxulas, ofensas gratuitas. Até pouco tempo eu achava que tudo que envolvesse protestantismo era ação do demônio. Fulano foi curado em alguma igreja protestante, logo eu diria que é o demônio. Bom, não é bem assim. Não tem como dizer que todos os feitos realizados no protestantismo, por pessoas sérias, que buscam a Deus – embora de maneira não plenamente perfeita – estão agindo sobre influência do demônio. Digamos não iremos atrair nenhum irmão protestante tratando-o assim. Uma coisa é mostrar as diferenças doutrinais, fazer uma apologética da fé católica, outra coisa é sair para a ofensa pessoal. Lembre-se que muitos destes não largaram a Igreja, mas nasceram no meio protestante.
Além do mais, o Concílio Vaticano II, ao contrário do que os falsos ecumênicos pregam por aí, diz que é necessário pregar a doutrina católica na íntegra.  Portanto, as reuniões ecumênicas não podem ser usadas para negar a doutrina católica, esconder imagem, crucifixo, medalha, etc, para não ofender. Vimos no trecho acima que que na ação ecumênica, ou seja, em reuniões ecumênicas, cada qual (os protestantes e os católicos) deve explicar com clareza no que consiste sua fé. Então não é um “chega aqui e vamos rezar” e depois sair dizendo “que lindo rezar junto”. Não, o Concílio diz que é para os protestantes explicarem no que eles creem, quais suas características; e os católicos, por sua vez, também explicar sua fé. Exemplo: os protestantes explicam, por exemplo, como se reúnem em comunidade, como é seu culto; os católicos, devem explicar o que é a Santa Missa, porque cremos na presença real de Jesus (apresente os milagres de Lanciano, por exemplo).
Infelizmente as pessoas entendem o “focar naquilo que une, não no que separa” de uma maneira distorcida. O movimento ecumênico é justamente para que se debata estas questões. Tanto é que o Concílio diz claramente que quem deve participar de tais encontros são PERITOS COMPETENTES. Ora, se o Concílio diz claramente que quem deve estar nessas reuniões são PERITOS COMPETENTES, pressupõe-se que vão colocar os doutores na fé católica para explicar os detalhes da fé católica, correto? Bom, aí é que entra o problema. A práxis é bem diferente. E, infelizmente, o CVII leva porrada inocentemente, porque ensina uma coisa, mas muitos católicos fazem diferente. Ao invés de chamar por exemplo, Padre Paulo Ricardo, Dom Rifan, Dom Henrique Soares, Professor Felipe Aquino, que são exemplos  de PERITOS COMPETENTES sobre a fé católica, não, chamam o fulano que não lê o catecismo, mas adora um livro protestante. Ou seja, o ecumenismo que seria um momento de diálogo entre as diferentes confissões para se compreender mutuamente descobrindo a verdade de cada uma, naquilo que cada confissão é, é desperdiçado, porque não usamos a oportunidade para expor a verdade da Igreja, para ficar no ecumenismo sentimental.
Talvez você diga que  não se pode falar de doutrina em tais encontros, que não podemos espantar falando sobre Nossa Senhora, Eucaristia, Papa, porque espantaria. Bom, respeito tua opinião, mas ela não condiz com o ensinamento do Concílio Vaticano II:
O modo e o método de formular a doutrina católica de forma alguma devem transformar-se em obstáculo para o diálogo com os irmãos. É absolutamente necessário que toda a doutrina seja exposta com clareza. Nada tão alheio ao ecumenismo como aquele falso irenismo pelo qual a pureza da doutrina católica sobre detrimento e é obscurecido o seu sentido genuíno e certo.
Ao mesmo tempo, a fé católica deve ser explicada mais profunda e corretamente, de tal modo e com tais termos que possa ser de facto compreendida também pelos irmãos separados. (nº 11, grifo meu)

Este é, caríssimos, o ensinamento da Igreja Católica no Concílio Vaticano II sobre o Ecumenismo. Se você é do tipo que gosta de esconder a fé católica para não afastar protestante, o CVII está dizendo que nada atrapalha mais o ecumenismo do que tal atitude.
Isso me faz questionar, por exemplo, o motivo de tantas vezes pregadores e padres serem perseguidos por pregarem a doutrina católica. Se eu falo numa pregação que na Santa Missa comemos a Carne de Jesus Cristo e bebemos Seu preciosíssimo Sangue, mas numa igreja protestante, come-se pão de padaria com suco de uva, as pessoas podem achar que sou pouco ecumênico. Ora, mas a Igreja está falando que deve-se pregar a doutrina claramente. Não há desculpa para se evitar falar a verdade da Igreja nos próprios movimentos da Igreja, para não ofender eventuais protestantes que estejam a visitar. Se eles estão visitando, é providência divina, e precisam conhecer a verdade. Conheço casos de jovens protestantes que foram pra catequese por curiosidade ou motivos diversos, mas com o catequista expondo corretamente a doutrina da Igreja, se converteu. Ou seja, se obteve a plena unidade. Talvez essas e tantas graças não aconteceriam se omitíssemos a verdade com medo de ofender. Ter tal atitude é ofender a Cristo que é caminho, verdade e vida, e a própria Igreja (que é o corpo místico de Cristo) que proclamou no Concílio que se deve pregar a doutrina católica com clareza para os protestantes. Portanto, não devemos parar de pregar sobre Nossa Senhora, mas pregar de uma maneira que eles também possam entender; não devemos parar de pregar sobre a confissão, sobre a Missa, etc., mas pregar de uma maneira que eles possam compreender a fé da Igreja Católica.

Com o ecumenismo, o Concílio está dizendo que não é preciso o protestante se converter ao catolicismo?
Acredito que com os apontamentos acima ficou claro que a Igreja deseja atrair todos os cristãos para a única Igreja fundada por Jesus Cristo. Só há unidade plena na Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica. E a Igreja afirma isso na Unitatis Redintegratio.
“Na Sua Igreja instituiu o admirável sacramento da Eucaristia, pelo qual é tanto significada como realizada a unidade da Igreja” (nº2) Portanto, a unidade da Igreja se realiza, caríssimos, na Eucaristia; como está descrito nos Atos dos Apóstolos “perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações.” (Atos 2,42). Portanto, só há plena unidade onde há o Santo Sacrifício da Missa válido. Ou seja, na Igreja Católica. Por isso vários protestantes anglicanos têm voltado para a Igreja Católica, validando assim sua participação na Eucaristia.
“Jesus Cristo quer que o Seu Povo cresça mediante a fiel pregação do Evangelho, administração dos sacramentos e governo amoroso dos Apóstolos e dos seus sucessores os Bispos, com a sua cabeça, o sucessor de Pedro, sob a ação do Espírito Santo; e vai aperfeiçoando a sua comunhão na unidade: na confissão duma só fé, na comum celebração do culto divino e na fraterna concórdia da família de Deus.
Assim a Igreja, a única grei de Deus, como um sinal levantado entre as nações, oferecendo o Evangelho da paz a todo o género humano, peregrina em esperança, rumo à meta da pátria celeste” (nº2).

Portanto, o Concílio Vaticano II está afirmando que a vontade de Deus é que todos estejam na unidade da Igreja Católica, que é única grei de Deus, na unidade dos Bispos, com Pedro (Papa) e sob Pedro. Enfim, a Igreja não está dizendo “tudo bem você aí e a gente aqui”. Não! O Concílio está dizendo que a vontade de Deus é que exista um só pastor e um só povo. É essa a vontade de Deus, afinal, Cristo criou uma só Igreja ao dizer em Mateus 16,18-19: “E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino Dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
E, para não deixar dúvidas, o CVII afirma ainda:
“Contudo, os irmãos separados, quer os indivíduos quer as suas Comunidades e Igrejas, não gozam daquela unidade que Jesus quis prodigalizar a todos os que regenerou e convivificou num só corpo e numa vida nova e que a Sagrada Escritura e a venerável Tradição da Igreja professam. Porque só pela Igreja católica de Cristo, que é o meio geral de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios salutares. Cremos também que o Senhor confiou todos os bens da nova Aliança ao único colégio apostólico, a cuja testa está Pedro, com o fim de constituir na terra um só corpo de Cristo. É necessário que a ele se incorporem plenamente todos os que de alguma forma pertencem ao Povo de Deus. Este Povo, durante a peregrinação terrena, ainda que sujeito ao pecado nos seus membros, cresce incessantemente em Cristo. É conduzido suavemente por Deus, segundo os Seus misteriosos desígnios, até que chegue, alegre, à total plenitude da glória eterna na celeste Jerusalém.” (nº 3 – grifo meu).

Portanto, o Concílio está afirmando que é NECESSÁRIO que os protestantes se convertam à Igreja Católica Apostólica Romana para se obter a plena comunhão. Pregar o contrário disso, caríssimos, é ir contra o ensinamento do Concílio Vaticano II. Por isso, entre o que pregam em nome do CVII, e o que o próprio CVII ensina, fique com os documentos do CVII, pois a verdade está ali.

O que fazer para a unidade dos cristãos?
Devemos fazer aquilo que a Igreja ensina, mesmo antes do Concílio Vaticano II: rezar, rezar, rezar. É preciso compreender que eles são nossos irmãos que estão em erro, e não devemos nos satisfazer com o perigo de perderem a alma. É preciso pelo menos rezar por eles. Uma prática que Leão XIII recomendava para a conversão dos protestantes era a recitação do rosário.
Mas, no mais, toda ação para realizar a unidade dos cristãos deve seguir os princípios do Concílio, que, como vimos, não mascara a verdade católica para agradar os irmãos separados. Portanto, ajamos de maneira ecumênica, sim, mas somente nos princípios indicados pelo Concílio, buscando sempre atrair os irmãos separados para a Igreja.
Podemos ver essa ação claramente hoje com a aproximação de Anglicanos e Luteranos, que a cada dia que passa demonstram que não há tanta discórdia doutrinal, e em breve se terá unidade plena, ou seja, em breve RETORNARAM para o seio da Igreja Católica.
No mais, rezar, rezar, rezar.

É lícito ir à um culto protestante?
De forma alguma. O movimento ecumênico não faz ser lícito um católico participar de cultos protestantes. Isso fala muito bem os outros documentos da Igreja, Código de Direito Canônico, etc. Portanto, não use o ser ecumênico para fazer confusão doutrinária. Se esforce para conhecer a fé católica e praticar com profundidade a mesma. Um dos maiores problemas dos católicos de hoje em dia é que querem a todo custo ser ecumênicos, se mostrar dóceis e abertos aos protestantes, enquanto não conhecem nada da sua própria fé. Antes de querer dar uma de ecumênicos, vamos primeiro aprender a ser católicos. Sim, vamos aprender a rezar, a adorar, vamos aprender o que a Igreja ensina, para quando estivermos com os irmãos protestantes, podermos mostrar o que a Igreja ensina. Se não você pode se meter a ser ecumênico com as melhores das intenções, mas ao invés de trazer eles para a verdade da Igreja, é você que vai abandonar a Igreja porque não se aprofundou primeiro na fé católica.

Ecumenismo e salvação:
“[...]não se podem salvar aqueles que, não ignorando que Deus, por Jesus Cristo, fundou a Igreja Católica como necessária, se recusam a entrar nela ou a nela perseverar” (Concílio Vaticano II - Lumen Gentium, 14)
Mas respeitar protestantes assim, não é modernismo?
Alguns acham estranho os filhos da Igreja irem ao encontro das ovelhas perdidas. Quantos são os que crucificam o Papa Francisco por ter amigo protestante, ou por estar junto com Luteranos, por exemplo, em esforços ecumênicos? Papa manda mensagem para Pentecostais, e o povo se escandaliza, ao invés de reconhecerem como sinais dos tempos, ou seja, como um sinal da conversão dos protestantes.
Por isso, faço aqui uma citação do livro A Alma de Todo Apostolado, muito conhecido, publicado bem antes do CVII, e muito bem quisto no meio tradicional da Igreja. Eis o trecho:

O ardente amor por Jesus e a verdadeira dileção pelas almas darão ao apóstolo todas as audácias compatíveis com o tato e com a prudência. A um leigo eminente ouvimos contar o seguinte fato: Falando com S. Pio X, tinha esse leigo, no decurso da conversação, desfechado algumas palavras mordentes sobre um inimigo da Igreja. "Meu Filho, disse-lhe o Papa, não aprovo a sua linguagem. Como castigo, ouça esta história. Acabara de chegar à sua primeira Paróquia um sacerdote que eu conheci muito bem. Julgou ele do seu dever visitar todas as famílias: judeus, protestantes, até maçons, ninguém foi excluído, e o pároco anunciou do púlpito que renovaria a visita todos os anos. Tanto se admiraram disto os colegas dele que se queixaram ao bispo. Este mandou logo chamar o acusado e repreendeu-o com veemência. "Excelência, respondeu-lhe modestamente o Pároco, Jesus no Evangelho ordena ao pastor que conduza ao aprisco todas as suas ovelhas, oportet illas addúcere, Como lograr esse resultado sem ir à procura delas? De mais a mais, eu nunca transijo com os princípios; limito-me a testemunhar meu interesse e minha caridade a todas as almas, mesmo às desgraçadas, que Deus me confiou. Anunciei essas visitas do púlpito; e se é desejo formal de V. EX.a que eu cesse de as fazer, queira ter a bondade de me dar por escrito essa proibição, a fim de que se saiba que eu apenas obedeço às ordens de V. Ex.a” Abalado pelo acerto destas palavras, o Bispo não insistiu. O futuro veio depois dar razão a esse sacerdote que teve a alegria de converter algumas dessas almas desgarradas e impôs às outras grande respeito pela nossa santa religião. O humilde sacerdote veio a ser, por vontade de Deus, o Papa que agora lhe dá, meu filho, esta lição de caridade. Seja, pois, inabalável nos princípios, mas estenda sua caridade a todos os homens, mesmo que sejam os piores inimigos da Igreja". (Alma de Todo Apostolado, pag. 124 – Grifo meu)

São Pio X é modernista por demostrar proximidade com não católicos? Eu acho que não.Então porque atacam Francisco e os demais Papas pós conciliares? Coerência, meu povo. Que São Pio X interceda por nós, e nos ensine a ser verdadeiros católicos, e buscar a unidade com os cristãos, estando nós também em plena unidade com a Igreja Católica.


Salve Maria Imaculada, nossa Corredentora e Mãe!
Viva Cristo Rei do Universo!
São José, rogai por nós!

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