O caminho do Céu não é tão difícil como o mundo pensa
Talvez
pelo motivo de muitas vezes termos de corrigir as ilusões de um
caminho doce, sem cruz, sem necessidade de renúncia, de mudança de
vida, enfim, de um cristianismo sem necessidade de conversão,
acabamos por nos esquecer de que, na verdade, o caminho do Céu não
é tão difícil. Pelo menos não como o mundo acha.
Pode
parecer estranho, porém, o caminho do mundo, ou seja, do pecado, do
demônio; o caminho que conduz ao inferno é muitíssimo mais difícil
que o caminho que conduz ao Paraíso. Irracionalmente o ser humano em
não pouco número, infelizmente, prefere o caminho do pecado, ou
seja, da morte, ao invés do da vida eterna, embora muito mais
tormento se tenha no caminho do mundo do que no do de Deus.
São
Francisco de Sales faz uma meditação sobre a alma que delibera em
escolher o Céu ou o Inferno, no livro Filotéia, e eis que coloca na
boca dos santos que chamam a alma (todos nós) para escolhermos o
caminho do Céu ao invés do mundo que conduz ao inferno: “vem,
o caminho do Céu não é tão difícil como o mundo pensa. Nós o
vencemos e eis-nos no termo: enceta-o, mas com coragem, e verás que,
por um caminho incomparavelmente mais suave e feliz do que o do
mundo, chegarás ao auge da glória e da felicidade.”
Ó, que verdade profunda é essa que S. Francisco de Sales nos
recorda! Ó, mas quão infeliz é o mundo que, apesar de viver em
profundas amarguras, prefere continuar nos sofrimentos do mundo que
passa e conduz a morte, mas não renuncia seus prazeres desonestos
para abraçar a vida devota, suave, que o doce Jesus nos dá.
É
por isso que o nosso Amado e Doce Jesus nos ensina no Evangelho:
“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o
fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha
doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o
repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é
leve” (Mateus 11,28-30).
Veja quão consoladoras são as palavras de Nosso Senhor! Ah se
compreendêssemos essa verdade! O jugo de Jesus é suave, seu fardo é
leve; todos podemos viver o que o Senhor nos pede. Por outro lado,
porém, pesado é a vida que se leva no mundo. Por isso vos imploro,
ó jovens, adultos; homens ou mulheres; héteros, homossexuais;
enfim, quem quer que seja que está lendo este mísero blog agora,
não importa o que você já viveu até agora na sua vida, o que
importa é que se já sofre e geme sob o jugo do mundo, do pecado,
das misérias das quais se encontra agora, renuncie a este caminho
funesto do mundo, e assuma a doutrina de Jesus, pois Seu jugo é
suave, seu fardo é leve. E embora na vida todos passaremos por
sofrimentos, no caminho do Céu temos a doce consolação da e na
Cruz; no mundo só o remorso destruidor, revoltas, blasfêmias, e o
vazio extremo que se sente na alma, o vazio existencial. Quanto mais
se peca, mais fica a vista o buraco na alma, no coração; buraco
este que só pode ser tapado, preenchido pelo amor de Deus. Quem vive
nos caminhos do mundo, embora embriagado pelos prazeres mundanos,
experimenta-se antecipadamente o inferno. Já quem está no caminho
do Céu, sob jugo mais leve, embora haja sofrimentos na vida, embora
esteja na cruz, já experimenta-se as delícias celestiais.
Para
termos uma pequena ideia de que quem vive no mundo sofre mais e,
pasmem, esforça-se muito mais para pecar do que os que estão no
caminho do céu esforçam-se para viver a virtude, basta compararmos
a rotina de alguns mundanos – que queira Deus, se vós que ledes
sois um desses, hoje mesmo a Misericórdia de Cristo te alcance e te
transforme por Sua graça redentora. Enfim, o demônio inspira as
pessoas um ódio profundo a vida cristã, mostra-lhes o pseudo peso,
as cruzes, e inculca em suas mentes que viver o Evangelho tal qual
Jesus pregou é impossível; porém, por outro lado, mostra as
supostas delícias do mundo e lhas oferece: sexo livre, alcool
desordenado, drogas, fama, poder, dinheiro, todas as comodidades que
o poder mundano pode oferecer. E, tais quais escravos, os que deram
ouvidos as sugestões do demônio, se põe a trabalhar freneticamente
durante toda a vida para conseguir a felicidade nessas coisas que
passam; e para tristeza dos adeptos da sedução satânica, passam
sem nem mesmo chegar ao auge, ou seja, o prazer de tais pecados
passam e a felicidade plena não chega. Sabe por quê? Porque a
felicidade está na outra estrada, na celestial, está no fim dela,
ou seja, em Deus.
O
demônio cega-as com os prazeres, e quando estes não as satisfazem,
ele lhes inspira prazeres maiores, ambições maiores, fama maior,
doses maiores. E faz isso até conduzi-los a morte.
Muitos,
sob inspiração do demônio (pois “quem peca é do demônio”
(1João 3,8) – ou seja,
quem permanece em pecado mortal) vivem freneticamente sob um jugo
pesado: trabalha e estuda freneticamente para ganhar mais e mais
dinheiro; já durante a própria semana vai-se pras baladas; sexta,
sábado e domingo a balada aumenta e, sem forças naturais, usa-se
drogas que o fará ficar agitado durante o frevo; isso não o
preenche, busca a felicidade no sexo: namora, usa, é usado, faz
sofrer, sofre, larga pois não foi feliz. Procura-se as prostitutas
e/ou prostitui-se. Mas não é feliz. O mundo se ocupa 24h por dia
procurando a felicidade nas coisas desordenadas que o demônio lhe
inspira, mas como há um prazer superficial, o demônio cega-as,
mostrando esse prazer superficial em comparação com as cruzes dos
cristãos ou suas abstinências, embora o demônio encubra a verdade
sobre. Então, muitos ficam presos nas teias do inferno porque são
apegados a esses prazeres malditos, embora não deem um sorriso com a
alma há anos; e os cristãos autênticos a sua volta, embora sem a
carga de prazeres que supostamente ele tem e julgava que o faria
feliz, são felizes, porque descobriram que a felicidade é Cristo.
Quem
está no caminho de Deus, que é árduo, mas não difícil como o
mundo pensa, vive sob o jugo suave de Cristo. Deus deu-nos o estudo e
o trabalho como forma de santificação. O trabalho, aliás, um belo
meio da providência agir e alimentar a nossa família. Deus nos
concede o trabalho necessário. Trabalhamos o necessário inspirado
por Deus; enquanto o demônio faz-se trabalhar unicamente pela
ganância, fazendo um derrubar o outro na empresa, por exemplo, por causa da inveja, da vontade de ser o maior. Deus deu-nos o domingo,
dia do Senhor, para O honrarmos e descansarmos; o demônio não nos
dá dia de descanso: quantos reclamam que não tem forças, estão
esgotados, mas o motivo é que as festas, as baladinhas, o uso
desordenado do álcool e drogas ilícitas, os tem destruído. Ah, mas
muitos que estão no mundo acha que nós é que vivemos sob jugo
pesado, enquanto vivemos tranquilo pois vivemos pra Deus, e eles,
feito escravos de satanás, não enxergam a miséria que se
encontram. Ah, meus irmãos, os que estão no caminho do Céu e vivem
a vocação do matrimônio vive muito mais tranquilo do que os
mundanos que desprezam este sacramento. Quem disse que Deus e a
Igreja condenam o prazer sexual? Os que estão no caminho do Céu
namoram em castidade, conhecem o coração um do outro, amam a Deus
juntos, casam-se, e vivem a vida íntima totalmente ordenada pois um
ama o outro em Deus. Deus deu o sexo para o ser humano mas com uma
condição que o satisfaça, ou seja, dentro de uma ordem, e, no
sacramento do matrimônio, o ser humano se satisfaz verdadeiramente
tendo o sexo de maneira correta, sadia, aberto a vida; já os
mundanos, cegos, acham que o “sexo bom” está na quantidade:
namoram – quando namoram – sem castidade, foi usado e usa, já
não sabe-se o peso de quantas vezes foi objeto sexual de outros,
vive sob uma aparência de liberdade, enquanto é prezo e, sem pular
para a estrada do caminho do Céu, não poderá saber o que de fato é
uma sexualidade sadia que não se usa, mas se ama mutuamente.
Ah,
meus irmãos, poderia escrever muito mais comparando a vida do
caminho do Céu e a do caminho do mundo, e mostrando que a do mundo é
muito mais difícil. Como por exemplo a vida do trabalhador honesto é
muito mais tranquila, embora viva de limitações, do que a do ladrão
que passa por perigos para roubar e depois corre o risco de perder o
que tomara de outrem, após descobrirem. Enfim, são vários os
exemplos. Os foliões de carnaval que passam até semana completa
pulando em busca das paixões; enquanto os que passam esse período
em retiros espirituais embora se cansem, tem posteriormente a
sensação de ter as forças renovadas.
Agora,
meus irmãos e irmãs em Cristo, repito, não sei do teu passado.
Você pode até este momento estar na estrada do mundo, difícil, mas
iludida pelos prazeres que, você sabe, não te trouxe e nunca te
trará a felicidade. Mas eu sei, porque experimentei, que a
Misericórdia de Jesus Cristo é maior que todas as misérias, que
todos os pecados que toda a humanidade cometeu e comete contra ele.
Basta você se decidir! Eu sei que vai ser difícil, vai doer, a
carne vai gritar. Mas, coragem! Não tenha medo de ser feliz. E
quando digo em ser feliz, digo da verdadeira felicidade. Sim, da
felicidade plena, que não passa na quarta-feira de cinzas após o
carnaval, nem após um orgasmo depois de uma relação sexual fora do
casamento feita com quem talvez você nem conheça, nem depois que
passa o efeito da cocaína, da maconha, das demais drogas, do porre
no bar ou em qualquer lugar; enfim, falo da verdadeira
felicidade que não passa, que só Jesus Cristo pode nos dar.
Não deixe o tempo da graça passar nem se iluda com os pecados, faça sua oração a Deus agora pedindo perdão e forças pra trilhar o caminho do Céu!
E
então, amado de Deus, vamos juntos, AGORA, trilharmos o caminho do
Céu? Acredite, não é tão difícil como pensamos.
***
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“Enquanto vos encontrais no tempo da Misericórdia, recorrei à Cristo Crucificado!” (S. Catarina de Sena)
“O
Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de
clemência.
Não
nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção
de nossas faltas, porque tanto os céus distam da terra quanto sua
misericórdia é grande para os que temem” (Salmo 102,8;10-11)
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