Por que farei Pedagogia?

by - janeiro 19, 2016

Salve Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!

Caríssimos tenho uma boa nova a anunciar-vos: voltarei para a faculdade. Não, não voltarei ao Direito, nem farei Filosofia, Teologia, Sociologia, Engenharia, nem tão pouco Medicina. O curso que farei é Pedagogia. Sim, irei fazer faculdade de Pedagogia.

Recupere-se do susto! Afinal, boa parte dos que contei pessoalmente da minha decisão faziam caras surpresas e/ou indicava outros cursos que seria bem mais rentável. Porém, a felicidade do homem está em cumprir a vontade de Deus, em assumir seu papel, dado por Ele, para alcançar a sua missão. Minha meta não é enricar, a vibe aqui é outra.


Para saber qual a razão - ou melhor, as razões que me levaram a optar pela Pedagogia, assista o video acima. Abaixo apenas farei algumas ponderações. Mas, tanto em uma como na outra cito pouca coisa, afinal foi todo um processo de amadurecimento, autoconhecimento, lutas, e manifestações providenciais de Deus mostrando-me o caminho.

Estava eu estudando um documento da Igreja chamado Sexualidade Humana: verdade e significado – Orientações educativas em família – do Conselho Pontifício para a família -, para preparar os videos da série sobre sexualidade no meu canal no Youtube; e então comecei a perceber o quanto o referido documento citava a importância não só dos pais, mas dos educadores nas escolas a respeito do tema. Fui vendo o ensinamento da Igreja, e constatando que foi completamente o contrário o que vivenciei no meu tempo de escola. Como já várias vezes citei, foram algumas funcionárias do Estado numa escola que estudei, e, numa turma de 5º série, quando eu tinha 10 anos de idade, dando orientações sobre sexualidade, falaram que os rapazes mais novos que não ejaculassem deviam aproveitar, afinal, não corriam o risco de engravidar nenhuma moça. Sim, isso foi falado numa turma de crianças. Eu tinha 10 anos. E quase 14 anos depois, como está essas coisas nas escolas? Então fui sendo incomodado por Deus, na minha consciência, de que alguém deveria fazer alguma coisa. E esse alguém não viria de marte, mas estava sentado lendo enquanto deveria unir isso ao agir.

Diante do MEC enfiando doutrinação marxista, da teimosia da imposição da ideologia de gênero; de vários professores marxistas apoiando tais absurdos e até estampando em redes sociais cartazes com dizeres “vamos ensinar gênero para o seu filho sim”; diante da calamidade educacional que podemos constatar, posso aplicar o que dizia Aristóteles: “Onde as necessidades do mundo e os seus talentos se cruzam: aí está a sua vocação”. Ora, não podemos apenas reclamar do mundo, caríssimos, não. Se vemos a necessidade do mundo, e se temos a capacidade para tal, a vocação dada por Deus, pecamos por omissão se ficarmos apenas no Facebook reclamando da vida enquanto deveríamos agir. Sim, devemos entrar nas universidades, pesquisar, estudar, se sacrificar, dar a vida. A pureza e a vida de uma criança valem todo e qualquer sacrifício. Mas, muitos não querem trabalhar na Pedagogia, ou serem professores de alguma outra matéria, porque não terá retorno financeiro. Quanto custa o futuro do país? A sua conta gorda no concurso badalado, enquanto tinha vocação pra ser professor, pode ser o preço de alguém que poderia ser e não é, porque fora lhe tirado a chance do saber, para dar-lhe estrume na escola.

A Pedagogia não é um curso para mulheres serem professoras infantis, não, não meus caros. A Pedagogia pe muito mais que isso! É estudar, trabalhar, pesquisar, respirar educação. É um campo muito vasto. Infelizmente desde que me decidi fazer Pedagogia, ao entrar em alguns grupos no facebook que são da área, me deparo apenas com alunos reclamando das faculdades, de problemas em matriculas, com notas, mas, no entanto, pouco ou nada se vê sobre a essência da educação: pesquisar, buscar uma solução, uma discussão sobre educação que seja não se vê. Apenas a mediocridade de quem quer apenas concluir o curso pra fazer um concurso público qualquer ou apenas lecionar numa escola fazendo o simples, reclamando do stress de ser professor e do baixo salário. Sim, o professor ganha pouco, é desvalorizado, mas, exatamente por isso ele tem que tomar o exemplo de Cristo, que em troca do Amor recebeu a cruz. Sim, recebamos a cruz do desprezo, mas demos-lhe de volta o ardor da nossa profissão, o ardor de quem quer mudar este mundo que jaz sobre o maligno, mesmo sem receber nada em troca, porque o futuro de uma criança vale mais. Ora, nas universidades não deveriam estar os corações pulsantes, joviais, a buscar novos métodos? Mas o que vejo é gente querendo fazer a mesma coisa, e os resultados da educação serão sempre os mesmos ou piores. Sim, porque nos entregamos a mediocridade de querer apenas um diploma, e não entrar pra história. Mesmo que não sejamos lembrados nos livros – essa não é a intenção -, mas se fizermos o que tem que ser feito, entraremos pra história de cada aluno que teve a vida transformada, que foi liberto das trevas da ignorância, que foi tirado de uma vida fadada ao fracasso – intelectual, moral, espiritual – mas que foi salvo porque apareceu um professor que amava a profissão. Mas, onde estão essas almas? Preciso encontrá-las para me inspirar.

Enfim, o fato, meus irmãos, é que perguntando pra Deus daqui, questionando-me dali. Achando-me fraco, incapaz, enfim. Repostas vinham, mas após as dúvidas também. O fato é que resolvi fazer a novena de Santa Teresinha do Menino Jesus. Essa novena é conhecida por quem fizer receber uma rosa como sinal da graça pedida. Ora, fiz-a perguntando para Santa Teresinha se devia mesmo fazer faculdade de Pedagogia. Durante a novena não recebi uma rosa, mas recebi uma lapada de glória, uma clareada. Fui pregar em Planaltina-GO, e num momento sai para fora do ginásio, e de repente uma duas crianças entravam de onde saía, e um garoto com um Terço no pescoço (para nós, católicos, o Terço é uma coroa de rosas pra Nossa Senhora) aponta para mim e diz: DEUS! - Perguntei “Quê?” Ele disse: DEUS! - Porquê? - questionei-o. E ele disse que porque sim. Ora, aquilo para mim era bastante claro. Como não responder ao clamor de uma criança que diz DEUS! Se não eu, quem dará Deus para aquela criança? Os marxistas que querem enfiar goela abaixo a ideologia de gênero? Estava claro para mim. Mas, apesar disso, fora da novena, na primeira sexta do mês – dedicado ao Sagrado Coração de Jesus – recebi uma rosa, exatamente no dia anterior em que faria o vestibular. Como um sinal de Deus por Santa Teresinha: força! É vontade de Deus mesmo, não é da carne. Coragem!

Um fato que até não contei no video, é que quando comecei a me questionar se devia ser professor, perguntava interiormente a Nossa Senhora e pedi-lhe um sinal. Fui então para a Câmara dos Deputados onde estaria sendo votado um PL pró vida; antes, porém, passei na Catedral. O fato é que quando estava na Câmara, e fui até o Senado com um amigo, pois lá também estava tendo audiência com a temática do aborto, um assessor foi apresentar-nos para uma pessoa, e disse: Esse é o Dr fulano, advogado, nos ajudou... E ao me apresentar (não me conhecia) apontou e disse: Esse é o PROFESSOR Anderson... Ora, até sorri, mas aquele assessor mesmo sem saber, foi usado por Nossa Senhora para confirmar o que perguntava em minhas orações. Falo isso só para verem que foi um longo processo e que Deus e a Virgem Maria sempre nos respondem, se nós clamamos de coração e se observarmos bem. Não esperem a voz de Deus vindo das nuvens, Deus fala-nos na nossa vida, nos nossos anseios, pelas pessoas ao nosso redor, por uma criança a dirigir-se a nós.

O fato é que aqui estou eu clamando aos vossas orações para que eu possa ser fiel às inspirações de Deus. Sei das minhas limitações (que são muitas), mas sei que não sou eu, mas é Deus que é capaz em mim. Devemos ser apenas dóceis a vontade de Deus. No fundo olho pra minha vida e digo: nossa, tudo faz sentido. Agora parece que se encaixa tudo. Temo o futuro, confesso, mas Jesus já venceu o mundo.

No mais, caríssimos, rogo-vos que se Deus vos chamar a trabalhar na área da educação, não recuseis. Não deixe de fazer Pedagogia, Letras, Matemática, Biologia, Física, enfim, se és chamado a ser professor, não recuse por causa dos baixos salários. A vida de uma criança vale muito mais. Sim, é justo lutarmos para que o professor seja mais valorizado. Mas de que adianta conquistar o mundo inteiro fazendo outras coisas que nos darão dinheiro, se não teremos a alma saciada por estar fazendo aquilo que Deus nos mandou. Deus provê, Deus proverá, Sua Misericórdia não nos faltará.

Se não tu e eu, quem Deus enviará?

"Os maus não são bons, porque os bons não são os melhores, porque os melhores não são ótimos e porque os ótimos não são santos." (Monsenhor Jonas Abib)

Abaixo posto duas citações do livro A alma de todo apostolado, onde vai citar o papel do professor (devemos ser professores de vida interior, de oração):

Após cinquenta anos de liberdade de ensino em França, após esse meio século que viu a eclosão de obras inumeráveis e durante o qual nos passou pelas mãos a mocidade francesa e logramos, nós católicos, o apoio quase completo dos governantes, qual a razão por que, a despeito de resultados aparentemente gloriosos, não pudemos formar na nação maioria tão profundamente cristã que lutasse contra a coligação dos sectários de Satanás? Certo que o abandono da vida litúrgica e a cessação da sua irradiação, sobre os fiéis contribuíram para esta impotência. A nossa espiritualidade tornou-se acanhada, árida, superficial, exterior, ou inteiramente sentimental, e não mais possui aquela penetração e aquele incitamento da alma que causa a liturgia, essa grande força de vitalidade cristã.
Mas não existirá também outra causa no fato de nós, padres, educadores, à míngua de vida interior intensiva, não termos podido gerar senão almas de uma piedade superficial, sem ideal poderoso e sem profundas convicções? Professores, não temos sido nós mais zelosos em alcançar o êxito dos diplomas e o prestígio da obra do que em dar às almas uma solidíssima instrução religiosa? Não temos despendido as nossas forças sem visar sobretudo à formação das vontades, para gravar em caracteres de rija têmpera a imagem de Jesus Cristo? E essa mediocridade não terá tido tantas vezes por causa a banalidade da nossa vida interior?

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O professor sem vida interior julga ter cumprido o dever, conservando-se exclusivamente dentro das balizas de um programa de exame. Se. fora interior, uma frase que lhe escapasse dos lábios e do coração, uma comoção que se lhe espelhasse no rosto, um gesto expressivo, que digo? só a maneira de fazer o sinal da cruz, de dizer uma oração antes -ou depois de uma aula, embora fosse aula de matemática, poderiam exercer maior eficácia nos alunos que um sermão.
 
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