Por que farei Pedagogia?
Salve
Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!
Caríssimos
tenho uma boa nova a anunciar-vos: voltarei para a faculdade. Não,
não voltarei ao Direito, nem farei Filosofia, Teologia, Sociologia,
Engenharia, nem tão pouco Medicina. O curso que farei é Pedagogia.
Sim, irei fazer faculdade de Pedagogia.
Recupere-se
do susto! Afinal, boa parte dos que contei pessoalmente da minha
decisão faziam caras surpresas e/ou indicava outros cursos que seria
bem mais rentável. Porém, a felicidade do homem está em cumprir a
vontade de Deus, em assumir seu papel, dado por Ele, para alcançar a
sua missão. Minha meta não é enricar, a vibe aqui é outra.
Para
saber qual a razão - ou melhor, as razões que me levaram a optar
pela Pedagogia, assista o video acima. Abaixo apenas farei
algumas ponderações. Mas, tanto em uma como na outra cito pouca
coisa, afinal foi todo um processo de amadurecimento,
autoconhecimento, lutas, e manifestações providenciais de Deus
mostrando-me o caminho.
Estava
eu estudando um documento da Igreja chamado Sexualidade Humana:
verdade e significado – Orientações educativas em família – do
Conselho Pontifício para a família -, para preparar os videos
da série sobre sexualidade no meu canal no Youtube; e então comecei
a perceber o quanto o referido documento citava a importância não
só dos pais, mas dos educadores nas escolas a respeito do tema. Fui
vendo o ensinamento da Igreja, e constatando que foi completamente o
contrário o que vivenciei no meu tempo de escola. Como já várias
vezes citei, foram algumas funcionárias do Estado numa escola que
estudei, e, numa turma de 5º série, quando eu tinha 10 anos de
idade, dando orientações sobre sexualidade, falaram que os rapazes
mais novos que não ejaculassem deviam aproveitar, afinal, não
corriam o risco de engravidar nenhuma moça. Sim, isso foi falado
numa turma de crianças. Eu tinha 10 anos. E quase 14 anos depois,
como está essas coisas nas escolas? Então fui sendo incomodado por
Deus, na minha consciência, de que alguém deveria fazer alguma
coisa. E esse alguém não viria de marte, mas estava sentado lendo
enquanto deveria unir isso ao agir.
Diante
do MEC enfiando doutrinação marxista, da teimosia da imposição da
ideologia de gênero; de vários professores marxistas apoiando tais
absurdos e até estampando em redes sociais cartazes com dizeres
“vamos ensinar gênero para o seu filho sim”; diante da
calamidade educacional que podemos constatar, posso aplicar o que
dizia Aristóteles: “Onde as necessidades do mundo e os seus
talentos se cruzam: aí está a sua vocação”. Ora,
não podemos apenas reclamar do mundo, caríssimos, não. Se vemos a
necessidade do mundo, e se temos a capacidade para tal, a vocação
dada por Deus, pecamos por omissão se ficarmos apenas no Facebook
reclamando da vida enquanto deveríamos agir. Sim, devemos entrar nas
universidades, pesquisar, estudar, se sacrificar, dar a vida. A
pureza e a vida de uma criança valem todo e qualquer sacrifício.
Mas, muitos não querem trabalhar na Pedagogia, ou serem professores
de alguma outra matéria, porque não terá retorno financeiro.
Quanto custa o futuro do país? A sua conta gorda no concurso
badalado, enquanto tinha vocação pra ser professor, pode ser o
preço de alguém que poderia ser e não é, porque fora lhe tirado a
chance do saber, para dar-lhe estrume na escola.
A
Pedagogia não é um curso para mulheres serem professoras infantis,
não, não meus caros. A Pedagogia pe muito mais que isso! É estudar,
trabalhar, pesquisar, respirar educação. É um campo muito vasto.
Infelizmente desde que me decidi fazer Pedagogia, ao entrar em alguns
grupos no facebook que são da área, me deparo apenas com alunos
reclamando das faculdades, de problemas em matriculas, com notas,
mas, no entanto, pouco ou nada se vê sobre a essência da educação:
pesquisar, buscar uma solução, uma discussão sobre educação que
seja não se vê. Apenas a mediocridade de quem quer apenas concluir
o curso pra fazer um concurso público qualquer ou apenas lecionar
numa escola fazendo o simples, reclamando do stress de ser professor
e do baixo salário. Sim, o professor ganha pouco, é desvalorizado,
mas, exatamente por isso ele tem que tomar o exemplo de Cristo, que
em troca do Amor recebeu a cruz. Sim, recebamos a cruz do desprezo,
mas demos-lhe de volta o ardor da nossa profissão, o ardor de quem
quer mudar este mundo que jaz sobre o maligno, mesmo sem receber nada
em troca, porque o futuro de uma criança vale mais. Ora, nas
universidades não deveriam estar os corações pulsantes, joviais, a
buscar novos métodos? Mas o que vejo é gente querendo fazer a mesma
coisa, e os resultados da educação serão sempre os mesmos ou
piores. Sim, porque nos entregamos a mediocridade de querer apenas um
diploma, e não entrar pra história. Mesmo que não sejamos
lembrados nos livros – essa não é a intenção -, mas se fizermos
o que tem que ser feito, entraremos pra história de cada aluno que
teve a vida transformada, que foi liberto das trevas da ignorância,
que foi tirado de uma vida fadada ao fracasso – intelectual, moral,
espiritual – mas que foi salvo porque apareceu um professor que
amava a profissão. Mas, onde estão essas almas? Preciso
encontrá-las para me inspirar.
Enfim,
o fato, meus irmãos, é que perguntando pra Deus daqui,
questionando-me dali. Achando-me fraco, incapaz, enfim. Repostas
vinham, mas após as dúvidas também. O fato é que resolvi fazer a
novena de Santa Teresinha do Menino Jesus. Essa novena é conhecida
por quem fizer receber uma rosa como sinal da graça pedida. Ora,
fiz-a perguntando para Santa Teresinha se devia mesmo fazer faculdade
de Pedagogia. Durante a novena não recebi uma rosa, mas recebi uma
lapada de glória, uma clareada. Fui pregar em Planaltina-GO, e num
momento sai para fora do ginásio, e de repente uma duas crianças
entravam de onde saía, e um garoto com um Terço no pescoço (para
nós, católicos, o Terço é uma coroa de rosas pra Nossa Senhora)
aponta para mim e diz: DEUS! - Perguntei “Quê?” Ele disse: DEUS!
- Porquê? - questionei-o. E ele disse que porque sim. Ora, aquilo
para mim era bastante claro. Como não responder ao clamor de uma
criança que diz DEUS! Se não eu, quem dará Deus para aquela
criança? Os marxistas que querem enfiar goela abaixo a ideologia de
gênero? Estava claro para mim. Mas, apesar disso, fora da novena, na
primeira sexta do mês – dedicado ao Sagrado Coração de Jesus –
recebi uma rosa, exatamente no dia anterior em que faria o
vestibular. Como um sinal de Deus por Santa Teresinha: força! É
vontade de Deus mesmo, não é da carne. Coragem!
Um
fato que até não contei no video, é que quando comecei a me
questionar se devia ser professor, perguntava interiormente a Nossa
Senhora e pedi-lhe um sinal. Fui então para a Câmara dos Deputados
onde estaria sendo votado um PL pró vida; antes, porém, passei na
Catedral. O fato é que quando estava na Câmara, e fui até o Senado
com um amigo, pois lá também estava tendo audiência com a temática
do aborto, um assessor
foi apresentar-nos para uma pessoa, e disse: Esse é o Dr fulano,
advogado, nos ajudou... E ao me apresentar (não me conhecia) apontou
e disse: Esse é o PROFESSOR Anderson... Ora, até sorri, mas aquele
assessor mesmo
sem
saber, foi usado por Nossa Senhora para confirmar
o que perguntava em minhas orações. Falo isso só para verem que
foi um longo processo e que Deus e a Virgem Maria sempre nos
respondem, se nós clamamos de coração e se observarmos bem. Não
esperem a voz de Deus vindo das nuvens, Deus fala-nos na nossa vida,
nos nossos anseios, pelas pessoas ao nosso redor, por uma criança a
dirigir-se a nós.
O
fato é que aqui estou eu clamando aos vossas orações para que eu
possa ser fiel às inspirações de Deus. Sei das minhas limitações
(que são muitas), mas sei que não sou eu, mas é Deus que é capaz
em mim. Devemos ser apenas dóceis a vontade de Deus. No fundo olho
pra minha vida e digo: nossa, tudo faz sentido. Agora parece que se
encaixa tudo. Temo o futuro, confesso, mas Jesus já venceu o mundo.
No
mais, caríssimos, rogo-vos que se Deus vos chamar a trabalhar na
área da educação, não recuseis. Não deixe de fazer Pedagogia,
Letras, Matemática, Biologia, Física, enfim, se és chamado a ser
professor, não recuse por causa dos baixos salários. A vida de uma
criança vale muito mais. Sim, é justo lutarmos para que o professor
seja mais valorizado. Mas de que adianta conquistar o mundo inteiro
fazendo outras coisas que nos darão dinheiro, se não teremos a alma
saciada por estar fazendo aquilo que Deus nos mandou. Deus provê,
Deus proverá, Sua Misericórdia não nos faltará.
Se
não tu e eu, quem Deus enviará?
"Os
maus não são bons, porque os bons não são os melhores, porque os
melhores não são ótimos e porque os ótimos não são santos."
(Monsenhor Jonas Abib)
Abaixo
posto duas citações do livro A alma de todo apostolado, onde vai
citar o papel do professor (devemos ser professores de vida interior,
de oração):
Após
cinquenta
anos de liberdade de ensino em França, após
esse meio
século que viu a eclosão de obras inumeráveis e durante o qual nos
passou pelas mãos a mocidade
francesa e logramos, nós católicos, o apoio quase completo dos
governantes, qual a razão por que, a despeito de resultados
aparentemente gloriosos,
não pudemos formar na nação maioria tão profundamente cristã que
lutasse contra a coligação dos sectários de Satanás? Certo que o
abandono da vida litúrgica e a cessação da sua irradiação, sobre
os fiéis contribuíram para esta impotência. A nossa
espiritualidade tornou-se acanhada, árida, superficial, exterior, ou
inteiramente sentimental, e não mais possui aquela penetração e
aquele
incitamento da alma que causa a liturgia, essa grande força
de vitalidade
cristã.
Mas
não existirá também outra causa no fato de nós, padres,
educadores, à míngua de vida interior intensiva, não termos podido
gerar senão almas de uma piedade superficial, sem ideal poderoso e
sem profundas convicções? Professores, não temos sido nós mais
zelosos em alcançar o êxito dos diplomas e o prestígio da obra do
que em dar às almas uma solidíssima instrução religiosa? Não
temos despendido as nossas forças sem visar sobretudo à formação
das vontades, para gravar em caracteres de rija têmpera a imagem de
Jesus Cristo? E essa mediocridade não terá tido tantas vezes por
causa a banalidade da nossa vida interior?
****
O
professor sem vida interior julga ter cumprido o dever,
conservando-se exclusivamente dentro das balizas de um programa de
exame. Se. fora interior, uma frase que lhe escapasse dos lábios e
do coração, uma comoção que se lhe espelhasse no rosto, um gesto
expressivo, que digo? só a maneira de fazer o sinal da cruz, de
dizer uma oração antes -ou depois de uma aula, embora fosse aula de
matemática, poderiam exercer maior eficácia nos alunos que um
sermão.
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