Educação: Livre e Obrigatória

by - julho 20, 2016

Resumo do livro "Educação: Livre e Obrigatória", usado como Atividade Complementar.

Muito se é discutido sobre a qualidade da educação brasileira. A maioria das pessoas afirmam categoricamente que precisamos melhorar muito. O Brasil, para se ter ideia, ocupa os últimos lugares nas avaliações internacionais que medem a qualidade da educação. Mas o grande problema é: se a educação está ruim, de quem é a culpa? Internamente aquele que avalia é o mesmo que é responsável pela catastrófica educação: o Estado.
Aí entramos no ponto chave que Murray N. Rothbard vem nos trazer em sua obra Educação: Livre e obrigatória: quem é o responsável pela educação: o Estado ou os pais? Ora, se o país vai mal na área da educação escolar, área esta que é regulada pelo Estado, não seria insanidade clamar por mais ação do Estado quando o problema é justamente sua presença em algo que não é propriamente seu dever primordial?
O autor foi perspicaz ao mostrar a transformação do conceito de educação, mostrando que o Estado outorga a si o direito, ou melhor, o controle da Educação criando a escolarização obrigatória, não com a intenção de infundir na vida dos educandos a ciência, os conhecimentos, etc., mas sim uma doutrinação em prol da ideologia defendida pelos que governam. Por isso,

devemos ver que, desde que o Estado começou a controlar a educação, sua tendência evidente tem sido cada vez mais agir de modo a promover a repressão e o impedimento à educação, ao invés do verdadeiro desenvolvimento do indivíduo. Sua tendência tem sido para a coação, para a igualdade forçada ao nível mais baixo, para o enfraquecimento dos conteúdos e até mesmo o abandono de todo ensino formal, para o inculcamento da obediência ao estado e ao “grupo”, ao invés do desenvolvimento da auto independência, e para a depreciação dos assuntos intelectuais. [...] Assim, a “educação moderna” tem abandonado as funções escolares de instrução formal em favor de moldar toda a personalidade, tanto para forçar a igualdade do aprendizado ao nível dos menos educáveis, quanto para usurpar, o quanto possível, o papel educacional do lar e de outras influências. (ROTHBARD Murray, 1972)

Até onde a atual educação sob poder estatal forma o homem enchendo-o de conhecimento, e até onde ela é apenas uma ferramenta para domar as massas? É algo a se pensar, uma vez que as avaliações mostram que no quesito saber, na ciência, estamos muito atrás; mas, por outro lado, no quesito ideológico, vemos crescer uma militância marxista, tanto na Educação básica, como no Ensino Superior.
O Estado fere violentamente o direito dos pais de escolher o tipo da educação que seus filhos devem receber. Pensando em Brasil, podemos ver o autoritarismo do Estado em “roubar” os filhos desde os quatro anos de idade (segundo a lei, os pais devem matricular os filhos em alguma escola a partir desta idade). Quem escolhe as atividades? O Estado. Quem ensina a (i)moral? O Estado. O Estado dita as regras. Mas, os responsáveis pela educação não são os pais?
A solução que Murray sugere é bastante óbvia: a educação deve ser livre. Os pais devem ter o direito de escolher qual tipo de educação seus filhos devem receber. O Estado não pode se meter na vida da família de maneira tão ditatorial. Se os pais quiserem educar seus filhos em casa (homeschooling), eles podem e o Estado não tem que se meter nisso. Se os pais se reconhecerem incapacitados para ensinar seus filhos, e quiserem contratar um professor particular, ora, os pais tem que ter o direito preservado de designar para tutor do filho aquele que eles quiserem. Se os pais quiserem, por outro lado, matricular os filhos em uma escola privada, ninguém pode impedir. Embora o problema desta última seja justamente o fato de que, como temos visto, o Estado também quer controlar seus currículos. Ou seja, as instituições privadas, mesmo as confessionais, sofrem interferência do Estado induzindo-as a ensinar uma (i)moral que estas não creem em detrimento do ensino dos conhecimentos científicos. Por isso, a educação deve ser livre.
O Estado poderia fiscalizar a qualidade da educação, por exemplo, aplicando provas (como o ENEM) para avaliar os estudantes. O grande problema para o Estado seria: as pessoas estariam recebendo conhecimento, mas em contrapartida, ele não estaria dominando as massas numa educação ideológico-partidária.
Se queremos de fato melhorar a Educação, devemos lutar por uma educação livre. Murray chega a quase clamar por uma espécie de “estude se quiser”; acho, em certo ponto, um radicalismo. Deste livro, porém, posso concluir que o ser humano precisa de uma instrução básica, mínima, que todos são aptos para receber; mas ela deve ser livre, ou seja, os pais têm que ter o direito assegurado de educar os filhos como quiserem: em casa, em escola pública ou em uma escola privada que tenha princípios da qual eles também compactuam.
Como nem todos tem recursos para pagar um ensino privado, o Estado deve manter as escolas públicas para aqueles que desejarem; e estas escolas não podem ensinar valores contrários aos do povo. Seria uma violência praticada contra os mais pobres obriga-los a frequentar escolas que ensinem ideologias que não compactuam, somente pelo fato de que não tem dinheiro para pagar uma escola privada. Por isso, as escolas devem oferecer um ensino de qualidade e sem imposição ideológica. Mas os pais devem decidir o tipo de ensino; não o Estado impor. Até porque, como Murray nos recorda, as escolas públicas, além da questão ideológico-partidária, têm o problema da violência, drogas, imoralidades, etc. E os pais devem preservar os seus filhos dessas coisas. Cabe a eles decidir o caminho que seus filhos trilharão.


Bibliografia:


ROTHBARD, Murray N. Educação: Livre e Obrigatória. Tradução de Filipe Rangel Celeti. 1. ed. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil



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2 comentários

  1. Anderson meu irmão em Cristo, divulgando aqui postagem que retirei de outro blog (O Fiel Católico)...

    VERGONHOSAMENTE, O PROJETO de lei "Escola sem Partido" –, que está em tramitação no Senado e que prevê o fim da doutrinação ideológica em nossas escolas, deixando claro que o direito sobre a educação moral dos filhos pertence aos pais (saiba mais), está sofrendo votação popular contrária na página do Senado(!). Importa dizer que este absurdo está acontecendo num país que se declara majoritariamente "cristão". Quem é que pode ser contra um projeto que visa frear, simplesmente, a doutrinação esquerdista de nossas crianças – de teor ateísta, materialista e anticristão, de apologia ao homossexualismo e à negação de todos os valores que construíram a nossa civilização –, e se manifestar a favor desse estado de coisas?

    https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=125666

    Basta fazer um cadastro e votar!

    Salve Maria Imaculada!

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  2. Estou caminhando para tirar minhas filhas da escola... e olha que elas estudam na Bélgica... mas o sistema é o mesmo em todos os lugares.

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