Sociedade freudiana
Embora
boa parte das pessoas não saibam quem foi Sigmund Freud, elas são profundamente
freudianas. Talvez até tenham ouvido falar em um tal de Freud, porém, não sabem
nada de suas ideias e nem o quão o seu próprio pensamento é influenciado por
ele.
O referido psiquiatra, criador da
psicanálise, é quase que intocável no meio universitário. Que o diga os
estudantes de psicologia! Procure um psicólogo e verás que a maioria é
psicanalista. Mas o que há de errado em Freud ser tão estudado no meio
acadêmico? O que há de errado na psicanálise? Reconheço que Freud contribuiu
com boas descobertas, porém, nem tudo são rosas.
O grande problema de Freud é que, se
pudéssemos resumir sua obra em uma frase, seria: estudando o sexo. O cara era
tão bitolado nisso, que chegou ao absurdo de fazer um estudo sobre o
desenvolvimento psicossexual das crianças. Sim, das crianças. Ele não estudava
necessariamente um prazer que o ser humano tenha; ele achava, na verdade, que
todo prazer que o ser humano tenha é sexual. Sabemos, todavia, que nem todo
prazer é sexual. Foi aí que ele se perdeu em seus estudos. Para os freudianos,
a busca final do ser humano é o prazer. Só o prazer. Sexo é o ápice. Um orgasmo
seria a realização final do ser humano. O problema é o seguinte: qualquer prostituta;
viciado em pornografia ou em sexo; sabe muito bem que um orgasmo não lhe trará
a realização plena. Daí vem também a busca dos outros prazeres, nas drogas, por
exemplo, e nada plenifica o ser humano.
Se você for a um psicanalista
provavelmente receberá o seguinte conselho sobre seus problemas: isso tudo é a
libido reprimida. Não se reprima. Se liberte das amarras! – Se o sujeito for
daquele tipo tímido, religioso, casto; logo a pessoa dirá que seus problemas de
ansiedade, depressão, etc., é culpa de falta de sexo. Mandará o sujeito sair
tendo relação sexual e/ou se masturbar. O problema é que os sintomas
psicológicos persistem e/ou são camuflados por outros problemas psicossexuais
que uma vida sexual desregrada traz. É comum ouvirmos falar de pessoas que indo
a psicólogos com forte tendência freudiana, ouviram o conselho que para
melhorar a relação com o(a) namorado(a) deveria liberar geral; ou a casais que
deviam “apimentar” a relação e/ou abrirem para novidades (poligamia, por
exemplo, chamada de “relacionamento aberto”). O pensamento freudiano tem
inspirado esta geração a liberar geral. Uma geração freudiana é uma geração
hedonista, ou seja, que busca o prazer pelo prazer. O problema é que este
prazer, sem uma ordem, não trará a realização plena do homem, como acreditam os
freudianos, mas, ao contrário, trará traumas ainda maiores. Um exemplo disso
são pessoas que vivendo namoros totalmente voltados para o sexo, após terminar
um, dois, três, vários namoros, e perceber que todas aquelas relações sexuais,
todos aqueles prazeres, não puderam lhe trazer a paz, começa a ter sentimentos
de autocondenação, achando que ninguém é capaz de amá-la, que todos só queriam
usar, e, por fim, talvez até pior, também acha que será incapaz de amar alguém;
fechando-se, assim, num obscuro mundo dos prazeres que não traz prazer.
O problema maior nisso tudo não é o
fato de este pensamento estar nas universidades e consultórios; mas sim que se
espalhou para toda a sociedade, a tal ponto que até mesmo um analfabeto poderá
ter a mesma linha de pensamento de Freud. Com a grande eclosão dos meios de
comunicação, o pensamento freudiano foi transmitido não somente aos mais
variados acadêmicos de diferentes cursos, mas foi mascarado sob campanhas
publicitárias, programas televisivos, novelas, filmes, livros, internet, etc.
Esses diversos meios nos passaram (e passam) mensagens parecidas com as
seguintes: você tem que comprar isso aqui.... Sabe por quê? Porque isso vai te
dar prazer! Só você não tem, tenha! Você tem que comprar esta cerveja, sabe
porquê? Porque tem essa mulher bonitona seminua apresentando. Você tem que
comprar este desodorante. Sabe por quê? Porque essas mulheres bonitonas,
seminuas também, vão correr atrás de você. Compre este maravilhoso calçado,
sim, este que a mulher bonitona – seminua! – está apresentando para você. Ouça
este CD, tem músicas maravilhosas! Tão maravilhosas quanto as mulheres seminuas
na capa. E por aí vai. Toda a propaganda vai sendo trabalhada em cima dos
impulsos sexuais dos consumidores. Muito provavelmente sob inspiração de Freud,
afinal, se este ensina que o homem vive em busca do prazer sexual, o consumismo
soube muito bem como usar a máquina da publicidade e propaganda para injetar
pornografia disfarçada para vender seus produtos.
O pensamento freudiano se disseminou tanto,
que ele conseguiu a proeza de estragar produtores e consumidores, se assim o
podemos adjetivar. Hoje para se encontrar um trabalho artístico que não tenha
apelação sexual se requer um árduo trabalho. Muitos se escandalizam com as
cenas gays que começam a aparecer na TV aberta brasileira, mas o maior
escândalo seria se uma novela (qualquer uma, da Rede Globo, SBT, Band, etc.)
não tivesse beijos apaixonados, mulheres seminuas (nudez praticamente) e
simulação de relação sexual. Sabe um programa puro? Pois é, talvez não saiba
porque os “produtores” só produzem sexo para os “consumidores”. As músicas,
muitas vezes até as pseudo românticas, trazem uma conotação sexual profunda.
Isso quando a “música” não é o funk disseminando não somente uma sexualidade
aflorada em suas letras, mas propagando um uso quase que animalesco da mesma.
Se antigamente a sociedade como um todo ensinava os homens a respeitarem as
mulheres, tratando-as como donzelas, dizendo que numa mulher não se batia nem
mesmo com uma rosa; hoje, no entanto, o normal é você falar do “vai novinha”,
chamar de cachorra, e muitas mulheres funkeiras fazerem suas músicas se auto
intitulando cachorras como parte do seu “empoderamento feminino”. Esse povo
talvez nunca tenha ouvido falar de Freud, mas sua mente está totalmente
pervertida pelo pensamento freudiano, ao ponto de achar que simular e fazer de
fato sexo num baile funk é uma forma de se libertar e ser feliz.
Mas isso se dá, também, pelo fato de
que os “consumidores” em questão aceitam a mercadoria. Os meios de comunicação,
as empresas que querem vender, usam da sexualidade como ferramenta de
propaganda porque sabem que é isso que o povo quer. E o povo quer porque o
pensamento freudiano chegou neles de duas maneiras: uma é o próprio produtor,
ou seja, de tanto ver a propaganda de sexo nos meios de comunicação, acaba por
se acostumar, gostar, e achar que realmente vivendo de forma promíscua se
encontrará a felicidade. A outra forma foi (e é) a educação dada por
professores; autores; e pelo próprio Governo que, por meio de campanhas educativas,
acabaram espalhando uma educação sexual, sob defesa de informação, mas com
efeito de promiscuidade. A revolução sexual, estudantil, e o próprio movimento
hippie nos anos 60 em diante, contribuíram profundamente para que a população
achasse que seriam felizes se tivessem Paz
(maconha/drogas) e Amor (Sexo). Este
pensamento tomou força nos meios de comunicação, que agora não só vendia
produtos usando da pornografia disfarçada, mas dava a ideia de que é legal ter
sexo antes do casamento, usar pílulas anticoncepcionais, e basear sua vida no
sexo pelo sexo. Começa então uma fase de artigos, trabalhos acadêmicos,
discussões, tudo mostrando como o pensamento de Freud e Cia era bom e moderno,
e como a Igreja que pregava a castidade era opressora.
Muito se falava (como se fala ainda
hoje) de libertação feminina. A pílula anticoncepcional tinha a função de ser
para a mulher o que foi a Princesa Isabel para os negros, ou seja, a grande
libertadora da (pseudo) escravidão machista. Agora, segundo a propaganda que
até hoje é levada a séria por muitos, a mulher é livre; pode ela agora ter sexo
a vontade sem risco de engravidar. Para um verdadeiro freudiano fanático, uma
vez que o ápice da vida é a porcaria de um orgasmo, uma gravidez indesejada é
uma “água no chopp”, como se diz popularmente. O sexo é o grande prazer, porém,
um filho, um desprazer que durará anos. Isso, claro, na mentalidade de um
verdadeiro hedonista. O grande resultado disso, porém, foi o seguinte: com a
disseminação de pílulas anticoncepcionais, preservativos, cirurgias que faziam
com que homens e mulheres tornam-se inférteis, fez o efeito contrário, ou seja,
a mulher tornou-se – agora sim, verdadeiramente – escrava dos homens
desgraçadamente corrompidos pelo pensamento hedonista. Agora, pensam estes
homens, podemos transar com você sem risco de engravidar? Puxa, que legal.
Realmente, foi um libera geral. A mulher tem relação com um, que abusa e larga
quando enjoa. Vem o segundo, idem. Até o ponto em que a mulher, hoje, se dá o
direito de ser tão canalha quanto os próprios homens canalhas, usando, mesmo
sendo usadas. Muitas já nem procuram nada sério, e vivem de relações casuais. O
libera geral só fez com que houvesse um grande aprisionamento. Os métodos
contraceptivos, que no fundo passam a mensagem de que realmente a única coisa
que importa no sexo é o prazer, escravizou o ser humano e rebaixou-o ao níveis
dos animais vivem apenas do instinto.
E quando o método contraceptivo não
funciona? Aí vem uma das piores consequências do mundo hedonista. Uma mulher
que fora enganada ou deixou-se enganar por essa mentalidade, após engravidar e
não ter o apoio do parceiro, se vê sozinha, logo vem a propaganda: aborta!
Matar a vida de um inocente é o ato mais cruel que uma pessoa pode fazer.
Afinal, um inocente morre por causa de alguém que só queria prazer por prazer.
Os traumas que as mulheres que abortaram trazem não serão curados com cessões
de psicanálise. Se o psicanalista simplesmente é levado pela ideia de prazer,
deve reconhecer que o sexo não é a solução para tudo: sexo desregrado foi a
causa da gravidez indesejada, que resultou num ato insano que trouxe danos. Se
sexo trouxesse solução para tudo não teríamos pessoas trocando de parceiro a
todo momento porque sentem-se infelizes. Se sexo fosse a solução para tudo,
muitas moças que abortam não precisariam estar dependentes de antidepressivos e
até mesmo destruir suas vidas por causa do remorso, simplesmente bastava a
primeira relação sexual para toda a tensão do remorso ir embora e nunca mais
voltar. Mas ele volta. Há saída para tratar? Sim. Por isso eu recomendo não
somente uma Igreja, como muitos podem pensar, mas que ao invés de um
psicanalista, procurem um LOGOTERAPEUTA, pois este saberá tratar a situação de
maneira mais eficaz.
Para quem ainda guarda sanidade
mental, ao olhar a loucura em que o mundo se encontra, percebe que a coisa está
muito disseminada. Um dos motivos, como eu disse acima, é a educação. Já falei
em outros lugares que quando eu tinha dez anos de idade, uma profissional da
saúde foi até a escola em que estudava para dar orientações sexuais. Com dez
anos de idade ouvi coisas “maravilhosas” como: quem não ejacular, não se
preocupe, afinal, poderão aproveitar melhor sem o risco de engravidar ninguém.
Isso mesmo, com dez anos de idade recebi um belo de um conselho para ser um
canalha. O legal é sair usando das moças, como se não tivessem sentimentos,
como se não fossem gente como eu, e dane-se! Afinal, o importa é só não
engravidar. Quantas crianças e adolescentes tem acesso a materiais (cartilhas,
livros didáticos, revistas, aulas) com conteúdo sexual incentivando coisas do
tipo dentro das próprias escolas?
Tenho um amigo que está no Ensino
Médio e me contou que seus professores, em suma, não gostam dos filósofos
gregos. Sim, a treta não é nem só com a Igreja Católica e sua doutrina “opressora”,
mas já chega a Sócrates, Platão, Aristóteles, etc. Segundo este meu amigo, os
professores que não curtem muitos os filósofos gregos, usam do argumento que
estes pregavam uma abstinência total dos prazeres, uma vez que, para eles, o
prazer poderia ser um empecilho para se chegar a sabedoria. Já os professores
acham que se deve buscar os prazeres. Quando até os filósofos gregos perdem a
importância por causa de questões como a sexualidade, a gente percebe que a
guerra contra a Igreja não é por causa de seus supostos erros, mas porque ela
(Igreja) não é as negas deles pra fazer o que eles querem.
Por essas e outras que, embora os
mundanos bombardeiem a Igreja, publiquem isso e aquilo, continuo apaixonado
pela doutrina da Igreja e com sua coerência. Para a Igreja, nesta questão de
sabedoria e sexualidade, a verdade não se encontra nem com o pensamento de que
sem prazer é que se encontra a sabedoria e a realização humana, nem tampouco
com o pensamento freudiano de que o sexo é o grande ápice do ser humano e que,
por isso deve liberar geral. A Igreja, ao contrário do que a maioria das
pessoas acreditam, não vê o sexo como uma realidade pecaminosa em que o ser
humano deva se afastar. Muito pelo contrário. Muitos não sabem, mas para haver
a validação do matrimônio é necessário que haja a relação sexual. Se o casal
casou, e sem consentimento, uma das partes decide que não quer ter uma relação
sexual, este casamento não foi consumado e a outra parte pode pedir a nulidade
do matrimônio. A Igreja fala da beleza das famílias numerosas; ora, para que se
tenha muitos filhos, é necessário que os casais tenham relações sexuais. O que
a Igreja ensina é que o sexo tem que ser feito de maneira ordenada, ou seja,
não buscando o prazer pelo prazer, mas no mútuo amor entre os esposos. Por
isso, par os casais que tem justos motivos e necessitam espaçar o nascimento
dos filhos, a Igreja permite o controle de natalidade pelo método Billings, que
é totalmente natural, onde se abstém de relação sexual nos dias férteis. O
problema para os mundanos é que estes são tão escravos do sexo que são
incapazes de achar possível um casal ficar alguns dias sem sexo.
Para remediar este grande mal para a
nossa sociedade, é preciso antes de tudo salientar algumas coisas. Existem
vários prazeres. O pensamento de Freud se perde quando o estudo da impulsão, a
busca do homem por uma satisfação, por um prazer, leva Freud a acreditar que
todo prazer é sexual – ou pelo menos a crer que tudo está em função do prazer
maior, que é o sexo. Sim, temos que reconhecer que, biologicamente falando, o
sexo é o que vai dar maior prazer para o ser humano. Toda a dopamina no cérebro
humano durante um orgasmo vai dar essa sensação de que, de fato, o sexo é
altamente prazeroso. Porém, há um prazer menor que é maior do que o sexo.
Parece contraditório, mas não é se analisarmos a fundo. Se Freud percebe a ação
do homem motivados pelos prazeres – seja uma criança que gosta de morder
porque, segundo seus estudos, ela sente prazer neste ato; seja adulto que sente
prazer em estar dirigindo um carro (bem star social, ostentação) e põe sua vida
em função de compra-lo -, logo conclui que se pequenos prazeres movem o homem a
realizar seus atos, logo, toda a vida do homem está direcionada para o prazer
maior que é o sexo. Porém, como já citei vários exemplos acima, várias pessoas
tem seu prazer maior (sexo) e vivem depressivas e, ao invés de aliviarem seus
problemas, agrava-os.
Para descrever o que seria o prazer
menor que é maior que o grande prazer sexual, não usarei da teoria; pois este é
tão impactante, embora simples, que não encontro palavras para descrevê-lo sem
ser apontando exemplos. Para um mundo acostumado a olhar mulheres seminuas
vendendo coisas na TV, fica difícil imaginar a pureza, neste mundo tão impuro.
Peço que vocês acessem o google e pesquisem por: Madre Teresa de Calcutá. Olhe
algumas de suas fotos. Fixe em alguma em que ela está sorrindo. Que sorriso
lindo! Estamos falando de uma senhora que viveu sua vida sem sexo. Este sorriso
não foi motivado por um orgasmo. Este sorriso foi motivado por um prazer menor
que se sobrepõe ao impacto do prazer maior que é o sexo. Poderíamos dizer que
se trata, como bem vai falar Viktor Emil Frankl, do sentido da vida. O gozo
físico pode ser grande, porém, o gozo espiritual de fazer algo que dá sentido à
sua vida é algo que realmente move o ser humano. Independentemente da fé
professada (ou inexistência desta), todo ser humano que colocar o sentido da
sua vida somente em busca do prazer físico, desprezando o gozo espiritual,
encontrará a morte da alma e do próprio corpo. Madre Teresa de Calcutá viveu
sem sexo, mas a alegria de fazer o que dava sentido a sua vida superava este
prazer. Ora, não estamos falando de uma mulher rica. Olhe novamente para a foto
dela.... Esta mulher sorri desta maneira, transmitindo paz a alma alheia,
cuidando de leprosos, metendo a cara na ferida fedorenta de doentes que ficavam
nas ruas da Índia. Mas aquilo dava a felicidade a ela.
Conheci um religioso da Fraternidade
Toca de Assis, que ao lembrar dele o que me vem à mente é o seu sorriso. Este
Irmão foi morador de rua. Muitos por aí propagandeiam “era pobre (ou mesmo
morador de rua) e Deus agiu na minha vida: hoje tenho carro, sou casado, sou
empresário, etc.”, porém, este Irmão preferiu viver a pobreza consagrada numa
Fraternidade. Seu sorriso? Angelical. Embora não seja errado você casar
(obviamente, uma vez que citei acima a importância de casar e ter relações
sexuais para ter filhos), ter carro, até mesmo ser empresário; o problema é que
as vezes as pessoas olham estes testemunhos de pseudo sucesso achando que o ter
carro por ter carro, ter dinheiro por ter dinheiro, e até casar simplesmente
por casar e desfrutar dos prazeres, trará alguma felicidade. Não, não trará.
Aquele irmão sorria angelicalmente, com sua barba grande. Seu trabalho?
Pastoral de rua (cuidar dos moradores de rua).
Para vocês não acharem que estou
fazendo proselitismo religioso, você pode constatar a superioridade do prazer
espiritual ante o físico até mesmo em um ateu. Olhe outras situações que podem
ter tanto religiosos quanto ateus. Olhe para o trabalho dos bombeiros, por
exemplo, ou de outros médicos socorristas. Passam o dia indo socorrer gente
acidentada, morrendo. Quantas pessoas eles salvaram! Mas também, quantas viram
morrer ali na sua frente! Falando de bombeiros, quantos incêndios tiveram que
combater! Diante de tantas coisas ruins que são obrigados a vivenciar todos os
dias, chegue em algum deles e pergunte se eles não queriam fazer outra coisa. A
grande maioria vai dize que não; que ali é a sua vocação; que nasceram para
fazer aquilo. Responderão que ali mora a felicidade deles. Quantos destes
homens e mulheres, após uma labuta pesada, após chegar em casa, o que mais
querem não é sexo, mas descansar. E após acordar, se alegrar pelo bom êxito da
operação. Quantos médicos que passam horas atendendo, algumas vezes até em
condições precárias, mas mesmo assim continuam atendendo os pacientes e se
sentindo felizes. O sexo, embora fonte de grande prazer, é apenas um dentre
tantos atributos do ser humano, e não a essência dele. Tanto que aqueles que
encontram o prazer do sentido da vida, podem se consagrar nesta obra e optar
por abster-se de sexo, sem, todavia, perder a espontaneidade de um sorrido que
demonstra uma felicidade plena. Enquanto muitos que vivem a sexualidade de
maneira desordenada, somado a inexistência de sentido na vida, sorriem, mas
após o prazer, não há motivo para sorrir; e para continuar sorrindo, buscam no
álcool, nas drogas, e lá também não encontram.
Você pode até decidir qual o
problema da sociedade atual: busca do sexo pelo sexo, ou simplesmente perca da
procura do “sentido da vida”. O pensamento hedonista que está impregnado em
nossa sociedade, faz com que as pessoas não somente busque o prazer sexual, mas
até mesmo qualquer outro tipo de prazer, porém, prazeres sem sentidos em si
mesmos. Se prestarmos atenção, mesmo que a pessoa não viva em busca de um
prazer sexual, como aqueles que aderiram a esta mentalidade do “libera geral”,
está presa numa mentalidade consumista, materialista, que busca um prazer que
venha rápido e sem sacrifícios. Falei um pouco sobre isso no artigo “Admire os meios, mas não inveje os fins!” Nossa juventude é um exemplo disso. Nós temos
visto o quanto os jovens são viciados em videogames, computadores, passando
horas a fio apenas jogando. Uma geração de zumbis. Em suma, eles não terão
prazeres sexuais ao jogar videogame. Mas minha mãe já dizia: “isso não dá
camisa para ninguém”. Ou seja, qual é o futuro que essa criatura quer fazendo
toda a sua vida girar em zerar um jogo, ou em comprar o Cristiano Ronaldo na
Liga Master? A onda do momento é virar a cabeça no futebol para ganhar pontos e
gerar receita para Rede Globo no Cartola. Como é possível que alguém tire notas
baixas na escola ou faculdade, porque ao invés de estudar, passou a madrugada
assistindo série na Netflix? Muitos querem ser bem sucedidos, até desejam ser
alguma coisas que eles sabem que dará sentido a vida deles, porém, a busca do
prazer imediato faz com que optem pelos filmes e séries em detrimento dos
estudos. Ser médico é o que dá sentido à sua vida? Bom, não será virando a
noite assistindo Netflix que você conseguirá, querido. Ah, mas estudar é chato.
Bom, o problema é que o estudo, aquele necessário para passar em um vestibular
importante, ou determinadas matérias da faculdade, não vão gerar prazer
imediato na mesma medida que a série. Ora, eu prefiro assistir futebol do que
certas aulas; mas não é o futebol que dá sentido a minha vida.
Outro dia assisti a uma matéria que
me chamou bastante a atenção. Mostraram uma menina de 8 anos que ajudava em
casa – limpava a casa, lavava a louça, etc. Sua mãe lhe dava mesada, e a
garota, com sabedoria, juntava o dinheiro, fazia economia para comprar algo que
queria. Até aí tudo bem. O problema foi quando a repórter foi fazer uma
pergunta para a irmã mais velha, aborrecente
. A garota que devia ter seus 16 anos, foi questionada se não tinha vontade de
trabalhar para ter seu próprio dinheiro. A garota simplesmente fala: Não! E
sorri. Bom, nós queremos o prazer de comprar, gastar, usufruir do que o
dinheiro pode dar, porém, não se quer trabalhar para se ter este dinheiro. O
que esperar de uma geração que quer de fato viver às custas dos pais, somente
gastando, sem ajudar em nada, achando que os pais devem bancar seus prazeres?
Quantas pessoas põe a felicidade de
suas vidas, por exemplo, em ter bens materiais. Conheço pessoas que fizeram o
sacrifício de comprar carro, e após possuí-lo, vive a depressão pós quebra de
carro somado a inexistente fonte de renda para consertar. Não, não é uma piada.
É sério. Muitas pessoas poderiam investir o dinheiro que tinham, concluir os
estudos, fazer algo que ajude profissionalmente, mas preferiram o prazer
momentâneo de ter um carro e... Quebrou. Quebrou carro, quebrou felicidade. O
pior é que muitos, após a falência material, vão tirar o stress no sexo. E,
como afirmamos, este somente o agravará.
A
cura para todos estes males, como afirmei, é buscar o sentido da vida. É
compreender que os prazeres sensíveis (sexo, ter algo, fama, etc.) não se
sobrepõe ao prazer do espírito. Ou você compreende isso, ou será um eterno hedonista
se violentando na busca dos prazeres sem encontrar a paz na alma.
Para aqueles que desejarem provas
científicas, basta fazer um sólido e sincero estudo sobre os males do vício em
sexo, da pornografia e da masturbação, que poderão comprar que esta ideia
freudiana de “libera geral” destruiu o ser humano. Estude e verás que os
próprios cientistas atestam isso. Há, por exemplo, um estudo que diz que pornografia pode ser prejudicial ao
cérebro: “Para
realizar a pesquisa, os autores recrutaram 64 homens saudáveis com idades de 21
a 45 anos, aos quais pediram para responder a um questionário sobre o tempo que
dedicavam a assistir a vídeos pornográficos. O resultado foi, em média, de
quatro horas semanais. Os voluntários também foram submetidos a um exame de
ressonância magnética do cérebro para medir seu volume e observar como ele
reagia às imagens pornográficas. Na maioria dos casos, quanto mais pornografia
os indivíduos viam, mais diminuía o corpo estriado do cérebro, uma pequena
estrutura nervosa bem abaixo do córtex cerebral. Os cientistas também
observaram que, quanto maior o consumo de imagens pornográficas, mais se deterioravam
as conexões entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, que é a camada
externa do cérebro encarregada do comportamento e da tomada de decisões.”
Portanto, por mais que um
psicanalista e/ou qualquer outra pessoa influenciada por Freud mandem as pessoas
terem relação sexual, que aliviará a tensão, que serão felizes, CIENTIFICAMENTE
está comprovado que o sexo desregrado causa mal ao cérebro. Para saber mais
sobre isso clique
aqui.
Se
o sexo desregrado causa mal ao cérebro, causa mal também aos sentimentos da
própria pessoa que fica cada vez mais confusa, neurótica; causa mal as pessoas
que convivem com ela, enfim, causam mal a sociedade. Muitos hoje dizem “mais
amor, por favor”. Mas o fato é que, não importa se você pede por favor ou não,
as pessoas não poderão amar enquanto não se decidirem por amar. Afinal, o
pensamento freudiano fez com que o ser humano deixasse de amar para
simplesmente usar as pessoas. Isso me dá prazer, aquela pessoa me satisfaz, e,
após usar, descarta. Como simples objetos, a humanidade que é julgada pelo
prazer que pode dar, precisa ser reciclada no verdadeiro amor, vendo que na
realidade ela não é uma máquina de fazer sexo, mas um ser dotado de sentido,
que deve buscar a felicidade e ser felicidade para as outras pessoas. Enquanto
a sociedade continuar plantando prazer pelo prazer, continuará colhendo morte e
destruição.
Eu
não quero viver em uma sociedade freudiana. Minha vida tem sentido. A sua
também, já tentou parar de se machucar na busca do prazer que não sacia, e sair
a procurar o que realmente dará gozo a sua alma? Tente isso.
Indico
a leitura do livro “Em Busca de Sentido” escrito pelo psiquiatra Viktor Emil
Frankl, pai da Logoterapia. Aliás, Logoterapia ~> universo ~>
psicanálise. (Para quem não entendeu = a Logoterapia é bem melhor e mais
eficiente do que a psicanálise. 10x0).
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