Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.

by - outubro 18, 2011

Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. (Levítico 19,2)

            Meus irmãos, neste versículo nós vemos o próprio Deus nos falando qual o motivo de sermos santos. Devemos ser santos não porque é algo bonito de se ver, ou porque um amigo (a) tem uma vida de santidade; mas devemos ser santos pelo simples motivo de que Deus é santo. Como até mesmo Jesus também vai nos dizer em Seu Evangelho: sede perfeitos, assim como vosso Pai Celeste é perfeito. (Mateus 5,48). E nós estamos sendo imagem de Deus nesta terra?  Pois o que se vê muitas vezes neste mundo é uma vida que não podemos chamar de “santidade de Deus”.
            Vivemos em uma sociedade em que se prega que a santidade é algo impossível. Aonde devemos viver conforme a nossa vontade, porque o que importa é ser feliz, não importando os limites da vida, pois a vida não tem limites. Muitas vezes vivendo assim, não se percebe que passamos por cima de tudo e de todos, inclusive Deus, e vivemos uma vida superficial aonde Deus é a última coisa da nossa vida (sendo otimista). Quando aparecem pessoas que vivem uma santa correta e voltada para o Evangelho, muitas pessoas a chamam de louca, de doente, fanático, ou até mesmo de “extremista religioso”. Mas o problema é que as pessoas que vivem no mundo muitas vezes não sabem distinguir o que é fanatismo, e o que é correção moral; eu diria até que não sabem o que é o amor. Quando estamos em uma vida contrária à vontade de Deus, e de alguma forma O encontramos e decidimos mudar de vida; passamos por um processo de conversão moral, aonde vemos que a felicidade não se encontrava no passageiro em que vivíamos, mas sim na eternidade que é Deus.
            Muitos dizem que essa “santidade” é impossível em nossos dias. Pura hipocrisia do homem que tende a negar a essência de Deus em nós, Seus filhos. Jesus veio ao mundo a mais de dois mil anos atrás, nos pregou uma doutrina que foi seguida por toda a história da Igreja. Todos procuravam viver corretamente (aqueles que creiam). Mas hoje as pessoas dizem que não se pode mais. Por acaso existe algum outro Deus que os fez com outro mundo? Por acaso o mundo foi invadido por alienígenas? Por acaso inventaram uma máquina que deu ao homem a incapacidade de viver feliz plenamente? Essa máquina de fato existe, é o pecado. Mas a gente pode ou não ser usuário assíduo do mesmo. Durante toda a história da Igreja os homens foram capazes de lutar contra o pecado, e nas suas limitações buscar uma santidade próxima de Deus. E porque hoje se diz o contrário? Queridos irmãos, nós somos iguais aos homens de dois mil anos atrás, a diferença é que nossa fé é frágil e damos ouvidos para as coisas mundanas e não para Deus.
            Temos uma mentalidade fraca, muitas vezes, de achar que pra ser santo é necessário ser padre (para os homens, ou de alguma ordem religiosa mesmo sem ser ordenado) ou freira para as mulheres. Mas meus irmãos, a santidade é para todos nós. Veja o que São Pedro diz para uma multidão de curiosos após ele ter ministrado a cura de um coxo junto com São João, no nome de Jesus: Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para serem apagados os vossos pecados. (Atos dos Apóstolos 3,19) – E juntando com uma mentalidade limitada, podemos dizer que apagados os pecados seremos santos. Vamos voltar a pecar, com certeza. Mas quando nos arrependemos e nos convertemos nós lutamos para reduzi-los ao mínimo. Pois ser pecador é uma coisa, e ser escravo do pecado é outra completamente diferente e deprimível. Nós encontramos o perdão dos pecados plenamente na Confissão (ou Sacramento da Penitência), aonde nossos pecados são perdoados e assim renovamos a nossa santidade. E isso não é algo reservado para os religiosos, mas para todos nós filhos de Deus, filhos da eterna Verdade. Jovens ou não, somos e devemos ser santos. Sem santidade não temos Deus, pois se nossa vida é pecaminosa Deus não faz parte dela, porque não queremos ter Deus. Por mais que nossos lábios digam que cremos em Deus, se nosso coração e nossa vida (envolvendo nossos atos) não estiverem em plena comunhão com o Altíssimo, estamos apenas falando palavras sem efeito algum. Pois a Palavra de Deus já vai nos dizer “Deus é luz, e nele não há treva alguma. Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade” (1São João 1,5-6)
            Outro ponto complicado é que as pessoas, como já dito, vivem de uma forma superficial aonde tudo é permitido e nada é proibido. E isso confunde a cabeça das pessoas, principalmente dos jovens; que por primazia busca a felicidade. E muitas vezes, busca a felicidade no passageiro e não no eterno (Deus). E nisso o jovem vai achando que não tem pecado, e que Deus o ama e lhe acolhe de qualquer jeito. Deus nos ama de todas as formas, mas ele não ama a vida que levamos muitas vezes, sem Ele. Pois vivemos uma vida suja, de acordo com o nosso bel prazer. E temos que perceber que a vida que levamos não é de acordo com a que o nosso Pai do Céu quer. Vejamos o que também São João nos diz: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1São João 1,8) Então veja que Deus não faz comunhão com a sujeira mundana que muitas vezes colocamos em nossas vidas e não queremos renunciar. Mas saiba que se você quiser você conseguirá renunciar tudo aquilo que não é da vontade d’Ele, pois tudo é graça de Deus. (Ps: assistam o espetáculo “O Canto das Irias” da Comunidade Católica Shalom)
            As pessoas muitas vezes acham que ter uma vida na radicalidade do Evangelho é uma vida triste. Leia o Evangelho e veja se tem alguém triste. Olhem para a Virgem Maria, e tentem enxergar alguma tristeza. A Virgem Maria que é o maior exemplo de santidade e de radicalidade na vontade de Deus. Se ser santo fosse triste Ela não teria dito Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva (conf. Lucas 1,46-48). Maria ainda hoje, para a glória de Deus, continua sendo exemplo de santidade para o mundo. Pois viver em Deus é viver uma vida santa. E como disse a Virgem Maria  meu espírito exulta de alegria em Deus! A alegria de ser de Deus é tremenda, mas apenas aqueles que querem podem sentir essa alegria. Enquanto se continuar vivendo como se Deus não existisse, o mundo vai beber uma alegria passageira, que logo terá um fim. Mas nós que aceitamos a condição de FILHOS DE DEUS EM CRISTO temos uma alegria como a de Maria, que o nosso espírito se alegra e somos felizes plenamente, porque a plenitude da felicidade se encontra em Deus.
            Para que assim, meus queridos irmãos, possamos dizer sem temor, libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo, sem santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida (conf. Lucas 1, 73-75). Ou seja, ser plenamente felizes. Não credes? Dê uma chance a Deus para te fazer feliz, que a felicidade transbordará na medida em que se abrir a Cristo.
           

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