A presença da Santíssima Trindade na Família
Salve Maria Imaculada, nossa Co-Redentora e Mãe!
Todos nós sabemos que a família é bela e de suma importância para
o bem da sociedade. Mas um atributo da família – falo de um
autêntico matrimônio católico – e que tem sido esquecido, é que
o casamento não é apenas um contrato social entre duas pessoas, mas
é um SACRAMENTO.
O Catecismo da Igreja Católica vai nos ensinar que “os
sacramentos, instituídos por Ele [Cristo] são sinais sensíveis
(palavras e ações), acessíveis à nossa humanidade atual” (CIC
1084). Portanto, o Matrimônio sendo um sacramento é um verdadeiro
sinal visível da presença de Deus. Não é um contrato social –
como o casamento civil – mas é uma aliança entre um homem e uma
mulher, que se amam, e o próprio Deus.
Então devemos voltar a olhar pra beleza do matrimônio católico.
Como é belo! O matrimônio não é apenas reflexo da Santíssima
Trindade, mas é presença da mesma. Como é belo olhar para uma
família verdadeiramente católica e dizer: ali está Deus. Pois o
Sacramento é indissolúvel, é real independendo da minha fé; ou
seja, como na Eucaristia uma pessoa pode não crer na presença real
de Jesus, porém Jesus vai continuar estando ali. Da mesma forma no
matrimônio, mesmo que os mundanos não creiam nele como sacramento,
Deus continua presente nesta família católica, mesmo com o defeito
dos cônjuges, Deus se faz presença. Afinal, nós podemos ser
infiéis nas nossas alianças, mas Deus é sempre fiel. Por isso o
segredo para a fidelidade no casamento é lembrar que em primeiro
lugar você não fez aliança com sua(eu) esposa(o), mas com o
próprio Deus; você pode se ocultar do seu cônjuge, mas não do
olhar de Deus.
Mas como é triste ver vários casais casados na Igreja e que não
compreendem este dom sublime do Matrimônio. Deus está com eles, e
eles presos nesta realidade mundana. Claro, o casamento é uma
realidade deste mundo, porém, com a presença real da Trindade no
matrimônio, torna-se uma realidade deste tempo refletindo e
impulsionando para o Eterno. Por isso o matrimônio é uma vocação.
Eu devo ser vocacionado para este estado de vida.
Talvez você esteja ansioso e se perguntando: Mas como a Trindade
está presente no casamento entre um homem e uma mulher? Ah, meus
amados, vou dizer, e espero que purifique os vossos corações para
viver um santo matrimônio (os que são chamados a este estado,
óbvio).
O matrimônio é um sacramento, não um sacramental. No sacramental
os objetos ficam abençoados, é um sinal de graça. Mas o matrimônio
é presença real, como tenho dito. Não recebe-se apenas uma benção
e um voto de “vai dar tudo certo”, “sejam felizes”, mas é
uma benção sacramental “Deus permanece convosco!”. Assim como
no Batismo nos tornamos de uma vez para sempre filhos de Deus, no
matrimônio está Deus até o dia em que ele chamar cada um para si.
DEUS PAI está presente de
maneira sublime ao comunicar para o casal o Seu poder criador. O
homem e a mulher recebem o dom de tornarem-se Co-Criadores. Consegue
ver a graça? O Deus Todo-Poderoso que pode tudo fazer, concede aos
seus fiéis que fizeram aliança com Ele a graça de serem
Co-Criadores, e assim serem fecundos e povoarem a face da Terra. Que
graça de um casal poder ter este dom de Deus de gerar filhos para o
Pai, sim, gerar santos para o Céu. Aí podemos ver claramente a ação
e presença maravilhosa de Deus Pai no matrimônio.
Por isso é gravemente profanado o
sacramento do matrimônio quando o casal decide usar métodos
artificiais de contracepção (camisinha, DIU, pílula do dia
seguinte, anticoncepcionais, etc.), que
além de serem abortivas, faz o casal fechar-se ao grande dom do
matrimônio de poder gerar. Tornam-se pessoas egoístas que só
querem o prazer, a comodidade, que não querem sacrifícios.
Portanto, quando se usa destes meios para impedir que se venha a
vida, se está expulsando Deus Pai da família. Afinal, Deus é o
Criador, e aqueles que Ele dá a graça da fecundidade a rejeitam. E
piora quando os métodos são abortivos, como Diu e pílulas,
profana-se transformando um sacramento que é presença real do Deus
da vida, em algo que, pela escolha do casal, se torna motivo de
morte.
DEUS FILHO, nosso Senhor
Jesus Cristo está presente no matrimônio fazendo como que se amem
verdadeiramente. O ser humano é incapaz de amar por ele mesmo. Por
isso ao ver um casal que se ama, é Cristo amando neles. O esposo ama
sua esposa por amor a Jesus. Uma esposa ama o esposo por amor a
Jesus. Por isso muitos “casamentos” acabam rápido, afinal, como
contrair matrimiônio se não conheço e nem amo Jesus?
Podemos ver a presença real de
Jesus no matrimônio pelas famosas palavras de São Paulo: “Maridos,
amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por
ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a
palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula,
sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Efésios 5,25-27).
Portanto, podemos notar claramente a presença de Cristo entre um
casal quando olhamos o sacrifício por amor.
Um homem que se sacrifica por amor a esposa e os filhos. Que dá a
vida, trabalhando, fazendo algo para agradá-la; mas não num sentido
materialista, mas no sentido de se sacrificar para ser o melhor
companheiro que ela poderia ter para levá-la para o Céu. Como
Cristo amou a Igreja para apresentá-la pura? Morrendo na Cruz!
Também os maridos devem morrer na cruz, devem dar seu sangue por
amor a esposa, para apresentá-la santa. Por isso os casamentos se
corroem. Casam-se por n motivos, mas não pelo motivo principal: eu
te amo tanto, mas tanto, que quero te ajudar a ir pro Céu.
O homem entendo essa realidade, sem
esforço o ensinamento do Apóstolo para a mulher “sejam
submissas a seus maridos, como ao Senhor”
(Efésios 5,22) será cumprido no mais puro amor. Ah, como o mundo
seria diferente se os homens ao trabalharem pensassem “é por amor
a minha esposa e meus filhos, portanto, por amor a Deus.” Um
exemplo: um marido que se sacrifica e logo quer chegar em casa, pode
pensar que vai se encontrar com Jesus, pois Jesus está na família,
seu sacrifício o demonstra. Da mesma forma a mulher que passou o dia
cuidando dos filhos, fazendo afazeres, ou quiça tendo sua jornada de
trabalho fora, ou esperar o esposo chegar pode também dizer: estou
esperando Jesus chegar. Porque aí vemos um verdadeiro sacrifício de
amor um pelo outro.
Jesus morreu para nos perdoar.
Vemos a presença de Jesus num casal quando cada um morre para si
para perdoar o outro por causa de suas misérias. Um entende o outro.
Jesus morreu para abrir as portas do Céu para nós; no matrimônio
cada um morre para si, para levar o outro para o Céu. Nós vemos
ainda essa presença real de Jesus quando contemplamos que o Senhor
Jesus sendo Deus se despojou de tudo para se fazer um de nós; e o
casal que pode ter confortos, se despoja destes para se abrirem ao
dom da vida. Sim, é belo ver quando um casal se sacrifica
renunciando ter um carro mais novo (ou ter um carro mesmo), uma TV
maior, enfim, coisas materiais, porque querem viver a vontade de Deus
para eles: querem ser fecundos. Ah, uma família numerosa... Nem
todos recebem este dom; mas uma pena que a maioria não o recebe
porque o rejeita, porque rejeitou Deus Pai não querendo ser
fecundos, e porque rejeita Deus Filho não querendo se sacrificar por
amor.
Um verdadeiro casal católico tem a
presença real de Jesus e com certeza entende a passagem que diz:
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá
a sua vida por seus amigos.” (João 15,13). Há
amor maior do que dar a vida pelo outro por amor a Cristo? Se você
entende a grandeza de se contrariar, de se sacrificar, por amor ao
outro e, principalmente, por amor a Cristo que une os dois, você
compreendeu essa passagem e poderá compreender o santo matrimônio.
E uma maneira de viver isso melhor é se o casal se alimenta de Jesus
na Eucaristia. Pois Jesus se dá a nós no Santo Sacrifício da
Missa, e ao voltarmos da Missa, alimentados por Jesus, damos a vida
por nossa família. Do Altar de Deus vamos pro altar da família. Na
família vive-se algo que os pastorinhos de Fátima viveram. Jacinta
doente não podia ir a Missa e quando Lúcia chegava ela encostava a
cabeça no peito de lúcia para adorar Jesus. Assim na família,
quando por exemplo, na semana, não pode ir os dois para a Missa (um
dos dois tem que cuidar dos numerosos filhos), o que vai ao chegar
leva Jesus para o outro poder adorar. Um leva Jesus pro outro quando
quando o outro não pode.
DEUS ESPÍRITO SANTO está
presente no casal, pois somos feitos para a santidade, e o Espírito
Santo é o santificador. É o Espírito Santo que dá a força
necessária para o casal para viver a vontade de Deus em suas vidas.
Mas mais que isso. Rezamos no Credo Niceno-Constantinopolitano, ao
professarmos a fé no Espírito Santo, o seguinte: “Creio
no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do
Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou
pelos profetas”. Portanto,
Ele está presente porque o Pai e o Filho está. E podemos ver sua
importante ação no casal: Ele age com o Pai, ou seja, Ele é o
Senhor que dá a vida. Aí digo de maneira mais forte: usar métodos
contraceptivos é querer expulsar Deus da sua vida matrimonial. Sendo
sacramento Deus permanece, mas é profanado, ou seja, perde-se as
graças que podería-se receber de Deus, além de correr o risco de
perder a alma. Por isso, se vive em situação assim, confesse e
recomece uma nova história de Misericórdia.
O Espírito Santo deve ser invocado
e adorado nas famílias. É preciso buscar a presença de Deus.
O Espírito Santo é o santificador
das almas. Por isso Ele vem no casal santificá-los e, como é Senhor
que dá a vida, vem também santificar os frutos deste matrimônio,
ou seja, os filhos. É santo o casal aberto a vida e com a graça de
Deus educa-os para o Céu. Daí volto ao credo “Ele que falou pelos
profetas”. A presença do Senhor Espírito Santo se faz real e
visível quando o casal assume o profetismo e é profeta. Os pais
profetas para seus filhos, anunciando-lhes a verdade, educando-os
para a virtude, livrando-os do pecado, etc. Normalmente se constata
facilmente este atributo na pessoa da mãe que, mais próximas aos
filhos por natureza, educa-os e forma-os para a sociedade e para o
Céu. O pai com sua autoridade, decisões (ou era pra ser assim)
também é sinal deste profetismo, dessa ação do Espírito, de
tomar decisões não arbritariamente, mas sob moção do Espírito
Santo.
Portanto, para concluir, quero
falar que se a sociedade vai mal é porque as famílias vão mal. Mas
porque as famílias vão mal? Porque muitos “casais” unem-se
apenas carnalmente, faz um contrato (ou nem isso); e os que ainda
buscam a Igreja para unir-se em matrimônio, boa parte não sabe o
que fazem e, infelizmente, se brincar, na própria lua de mel
expulsam Deus de sua vida matrimonial profanando o sacramento que é
presença de Deus... Sim, deste Deus que a pouco eles prometeram
fidelidade, e agora reinou o egoísmo. Em poucas palavras: Expulsaram
Deus e Sua graça dos lares. Ele continua lá por força do
Sacramento, mas é preciso querer receber suas graças. Deus nos dá
a liberdade. Espero que quem tenha vocação ao matrimônio possa
vivê-la segundo a vontade de Deus.
Para concluir quero deixar um
segredo para viver um Santo Matrimônio e poder perceber a ação da
Santíssima Trindade nele. Você quer ver a ação da Santíssima
Trindade na sua família? Você quer ser dócil a ação da Trindade
Santa? Pois bem, leve Nossa Senhora para sua casa. Você pode
constatar que as famílias que mais são dóceis a essa ação
sublime da Santíssima Trindade são aquelas que tem devoção à
Virgem Maria e rezam seus terços juntos. Maria Santíssima é a
Filha bem amada de Deus Pai, a Mãe de Deus Filho e a Esposa mui fiel
de Deus Espírito Santo. Queres a graça das três Pessoas divinas na
sua vida? Reze o Terço todos os dias em família. Verás a grandiosa
manifestação da graça de Deus pela Imaculada. Com Nossa Senhora
vocês não serão apenas um casal e filhos, serão a família de
Jesus e de Maria. Serão uma família santa. E daí volta o
profetismo da ação do Espírito Santo, não só ser profetas para
os filhos, mas ser profetas para todo o mundo mostrando que sim, é
possível viver um feliz e santo matrimônio segundo a vontade de
Deus.
JESUS, MARIA E JOSÉ, NOSSA FAMÍLIA VOSSA É!
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