“Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. (Hebreus 12,4)
“Ainda não tendes resistido até o sangue, na
luta contra o pecado. (Hebreus 12,4)
Confesso que fiquei escandalizado ao rezar com este
versículo. Deus não poderia ter sido mais direto. Rezei e refleti. E que tal
você também fazer o mesmo com este versículo? Será que estamos lutando até o
sangue na luta contra o pecado? Não é uma lutinha, mas é até o fim! É de fato
ser cheio do Espírito Santo, tendo aflorado o dom do Santo Temor de Deus, que
consiste em querer tudo sofrer do que ofender a Deus. Será que realmente
estamos fazendo uso deste dom que já temos pelo Sacramento da Crisma? Ou
estamos acomodados achando que já estamos santos o suficiente para “garantirmos”
pelo menos um purgatório. Estamos vergonhosamente acomodados, e esquecemos que o Reino dos Céus é arrebatado à força e são
os violentos que o conquistam (cf. Mateus 11,12).
Enquanto rezava, lembrava de duas santas em
especial. Uma era a Beata Alexandrina, que teve um ato de amor a Deus, tomada
pelo Santo Temor de Deus, dando-nos um testemunho de que devemos tudo sofrer
para não ofender ao nosso Amado Deus. Esta beata que aos 14 anos de idade, para
não ser abusada sexualmente em sua casa por 3 rapazes, pulou de uma janela de
4m de altura; ficando assim paraplégica já que a queda agravou sua mielite
(lesão na medula). E fico imaginando: será que eu seria capaz de tão nobre ato
de amor a Deus para viver a pureza? Se não, a partir de hoje eu devo ser
violento de coração, renunciar a mim mesmo, rejeitar as seduções de satanás e
buscar a santidade a todo custo. Esta beata após este ocorrido foi usada por
Deus por um amor grandioso a Jesus Sacramentado, vivendo durante 13 anos
alimentando-se apenas da Eucaristia. E nós? Temos lutado para estar com Jesus
Sacramentado? Este Deus que não desiste: se fez homem descendo ao ventre da Virgem
Maria, cresceu como um ser humano qualquer enquanto era Deus. Foi renegado, foi
pregado em uma cruz; mas já antes já se havia feito pão na Santa Ceia, e na
cruz consumado isso. Desceu aos infernos. Ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao
Céu. Enviou-nos o Deus Espírito. E continua a milênios se fazendo presente no
mundo em forma de pão: na Santíssima Eucaristia. É tanto amor, tanta loucura de
amor de Deus para conosco, que nós nos tornamos mais miseráveis ainda por não
fazer atos até muito menores do que o da beata Alexandrina para não ofender a
Deus. Já havia pensado nisso?
Outra santa que lembrei foi Elisabeth da Trindade. Na
verdade lembrei-me de uma frase que nem sei se é de sua autoria. A frase é a
seguinte: “prefiro ter o corpo cortado em mil pedaços do que cometer 1 pecado
venial”. Isso escandaliza o meu ser tão pecador! Se ela preferia isso a cometer
um pecado venial, quanto mais a um mortal. São exemplos destes e de Beata
Alexandrina que devemos seguir. Devemos abraçar o sofrimento, pois é uma
correção do Pai (cf. Hebreus 11,8-11). Mas o fato aqui não se trata nem de uma
correção de Deus. Mas nossa mesmo. As vezes dizemos que tal coisa não é pecado,
que de fato pode até não ser, mas nos coloca em vulnerabilidade ao pecado. E
ficamos vivendo em uma vida cheia de perigos de pecar, sem temor, vivendo como
se Deus fosse omisso ou não se importasse com a nossa santidade. Devemos tirar
de nós a mentalidade de que tudo pode. Ou de que tudo pode fazer contanto que
confesse depois. Assim, fazendo uma banalização do Sacramento, sendo presunçoso
e caindo mais ainda em pecado. Temos que diante da situação de pecado, dar meia
volta e dirigi os passos no caminho
certo (cf. Hebreus 11,13). E esse caminho certo é o caminho da santidade. A
santidade que vai até ser sofrimento, mas não existe sofrimento vivido por amor
aqui na terra que não se converterá em alegria no Céu. E este ensinamento de
querer ter o corpo cortado em mil pedaços antes de pecar, serve para nós. Não
estou dizendo para ninguém se mutilar. Mas a grande forma de vencer o pecado é
a vida de oração, confissão, Eucaristia, e também jejuns e penitências. Temos que fazer doer na carne para educar
nosso corpo e alma que tendem ao pecado. De fato, falta-nos violência de
coração. Até ouso dizer: falta-nos amor a Deus, pois quem ama não quer ofender.
Pelo contrário, tudo quer agradar, e se unir.
E voltando ao versículo proposto, vejo o quanto Deus nos
pede a extremidade no amor. Amar o próximo mesmo com todas as dificuldades em
amá-los. Com todos os problemas, defeitos; que nós também temos e muitas vezes
somos “aguentados” na marra. Quantas vezes nosso pecado não está na língua, no
ataque desnecessário, no julgamento, no vão pensamento, etc. Estamos lutando
contra isso?
E por fim, algo que somos chamados a fazer: Amar
profundamente a Igreja Católica Apostólica Romana. Lembro da vida dos mártires,
que deram a vida; derramaram seu sangue por amor a Cristo e Sua Igreja. Lutaram
para não pecar. Deram a vida por essa causa; mas também deram a vida por amor a
Santa Igreja, pois se negassem a Cristo e Sua Igreja, estariam cometendo um
pecado muito maior do que todos os pecados já cometidos antes juntos. Hoje,
mais do que nunca, sou chamado a tomar posse do Espírito de Parresia que o
Senhor me dá. Para lutar pela reconstrução da Igreja naquilo que Ele me
concede. Pela santificação das pessoas. Pela salvação das almas. Sou chamado,
caso precise, a derramar o meu sangue por amor a esta Igreja que é Santa,
Católica, Apostólica e Romana. Devo derramar o meu sangue por quem derramou o
sangue antes por mim: Cristo. E se um dia calarem a minha voz, que então meu
sangue fale por mim as verdades de Deus. Eu amor a Igreja! Eu amo Cristo! Por
isso hoje, te convido a junto comigo detestar o pecado e declarar guerra contra
o pecado. Nossas armas: oração, confissão, terço (rosário) diário, Eucaristia
diária, Palavra de Deus, adoração etc...
Sejamos uma geração adoradora, que prefere sofrer tudo
antes de chegar ao menos perto de ofender a Deus. Que nossa boa Mãe Nossa
Senhora das Graças nos ensine este caminho.
Shalom!
2 comentários
Esse post foi forte!!!! É aí que percebo quão longe me faço de Deus ...
ResponderExcluirBasta querer voltar irmã ao amor irmã Ele está sempre disposto a nos ter nod braços de pai
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